O GRANDE CAMPEÃO
BUDAPESTE (partindo) – Antes de qualquer coisa, que fique claro: não tenho nada a ver com o título, com o campeonato, com o sucesso de piloto e equipe, não estou me apropriando de nada.
Mas quero só contar uma historinha para justificar minha alegria com o título que Lucas di Grassi conquistou agora há pouco em Montreal, na Fórmula E. Alegria que também não tem nada a ver com patriotismo, nacionalidade do campeão, coisa que o valha. Absolutamente nada, vocês me conhecem.
A historinha começa lá em 2011, quando a FIA anunciou a criação do WEC, o novo formato Mundial de Endurance, junto com o ACO — que organiza as 24 Horas de Le Mans. Interlagos apareceu no calendário para o ano seguinte, o que para todos nós que gostamos dessa bagaça era uma grande notícia.
Nos meses que se seguiram, revelou-se que Emerson Fittipaldi seria o promotor das 6 Horas de São Paulo, o nome da corrida. Planos foram feitos, a expectativa foi aumentando, ficou todo mundo animado. Afinal, veríamos por aqui, simplesmente, as mais belas obras de engenharia sobre rodas daquele momento, os carros da Audi e da Toyota — além de todos os outros protótipos e GTs que amamos de paixão.
[bannergoogle]A prova seria em setembro de 2012. Em junho, eu tinha ido a Le Mans a convite dos meus amigos da Audi Tradition, que nada tinham a ver com a divisão de automobilismo da montadora alemã. Minha relação com esse setor de Ingolstadt já tinha algum tempo e fora iniciada graças ao meu DKW de corrida, o #96. Fiquei amigo de um cara em especial, o Peter, e foi dele que partiu o convite para ir a Sarthe.
Lá conheci mais gente da Audi, agora do setor de motorsport, passei dias ótimos na França, estreitei os laços com a equipe e com a empresa.
Poucos dias depois de voltar ao Brasil, recebi um telefonema da Alemanha. A prova de Interlagos estava confirmada e a Audi tivera a ideia de colocar um piloto brasileiro em um de seus carros, o R18 ultra, já que havia uma vaga para formar o trio com McNish e Kristensen. Não sabiam quem. Resolveram me consultar.
Fiz uma lista tríplice, depois de estudar alguns nomes e ponderar pontos positivos e negativos, dificuldades contratuais, experiência, carisma, talento, capacidade técnica e tudo mais. Essa avaliação resultou em alguns descartes de pilotos que inclusive haviam sido sugeridos pela Audi — reservo-me o direito de declinar suas identidades, senão é capaz de neguinho dizer que “Gomes vetou fulano”.
Meu preferido era João Paulo de Oliveira, por sua experiência com vários tipos de carros e pela carreira mais do que bem-sucedida no Japão. Os outros dois nomes que acabei indicando foram os de Max Wilson e Lucas di Grassi — que, na época, era piloto de testes da Pirelli e não estava disputando campeonato nenhum.
Em agosto, a Audi anunciou Lucas.
A partir daí, sua carreira decolou de vez, porque ele andou bem em Interlagos e acabou promovido a piloto oficial de Ingolstadt. Achei sensacional. Logo depois começou o desenvolvimento da Fórmula E e ele se atirou de cabeça no projeto, com toda sua inteligência, expertise, conhecimento técnico e antevisão do futuro.
O resto é história. A Audi foi uma das pioneiras da categoria e Lucas, que já estava lá e participava da gestação do campeonato, era o nome mais indicado para assumir um dos carros da equipe — além de ter sido fundamental na sua concepção, Lucas tinha feito toda sua trajetória em monopostos e não precisaria de muito tempo para se adaptar.
[bannergoogle]O título que conquistou hoje eleva Di Grassi a um panteão de pilotos brasileiros que se sagraram campeões em categorias de ponta como F-1, Indy, Mundial de Marcas, F-Nippon, F-3 Inglesa, F-3.000 — algumas perderam relevância, mas em certos momentos históricos tiveram enorme importância.
Ganhou com autoridade, cabeça no lugar, agressividade na medida certa, performance impecável. Só andou mal em Nova York, justo onde Buemi não correria, onde poderia descontar os pontos que o suíço tinha de vantagem até então. Mas o rival da Renault enfiou os pés pelas mãos neste fim de semana em Montreal, e Lucas aproveitou. Ontem, fez a pole e venceu. Buemi foi desclassificado. Hoje, administrou a diferença. Terminou em sétimo, com Sébastien se estrepando de todas as formas possíveis para terminar o ePrix do Canadá procurando um buraco onde pudesse se esconder por alguns meses.
Parabéns a Lucas, mereceu. Mereceu muito. Podia ter levado o título na primeira temporada, não fosse a desclassificação em Berlim. O mesmo na segunda, quando também perdeu uma vitória por desclassificação no México — em ambas, os problemas foram da equipe.
Desta vez, o brasileiro não deixou escapar. Foi um grande campeão. Na pista, no talento, com estratégia, capacidade, inteligência acima da média. A Audi tem de ser grata ao destino por seu nome ter feito parte daquela listinha tríplice de 2012. Foi ela que aproximou um piloto de enorme qualidade de uma equipe excepcional.
O casamento deu mais do que certo.
Lucas Di Grassi.
Fez-se por seu esforço.
Não teve padrinhos fortes.
Não tem parentes influentes.
Não tem a grande mídia a celebrá-lo.
Foi mesmo na obstinação.
Tipo um Cristiano, um Roberto, um João Paulo.
Talvez por isto não tenha conseguido um bom carro em sua efêmera passagem na F 1.
Entra prá história como um pioneiro da F-E. Um Ascari, um Fangio (guardadas as devidas proporções).
Três anos, três disputas de título.
E rivalidades apimentadas, como na Fórmula Um de 20, 30, 40 anos passados.
Viram como o Nelsinho dividiu a curva com ele na prova de Montreal? E como deixou mansamente, como se fosse um retardatário, o Buemi o passar?
Congratulações, Lucas!
Não tenho conhecimentos técnicos para tecer qualquer tipo de comentário……
Finalmente chegou o dia do Lucas di Grassi num campeonato que parecia perdido, mas o destino resolveu premiá-lo nas duas últimas corridas no Canadá depois da ausência de Buemi nas duas etapas de Nova York. Parabéns Lucas que agora é o Terceiro Campeão da Fórmula E, além de ser o segundo campeão brasileiro e ainda inaugurou a categoria vencendo o primeiro GP da sua história.
GP esse que ganhou só porque Prostinho e Heidfeld resolveram testar na última volta se um F-E podia voar… rs… Mas é a sorte dos craques, tem que saber como e onde bater na bola quando ela surge pererecando na pequena área pra marcar o gol da vitória do time. Sorte que só vem pra quem sabe.
Nesse primeiro GP da história da Fórmula E na China em 2014 o Prostinho estava na liderança garantida meio que olhando pra trás, mas sem enxergar o Heidfeld, nisso os dois acabaram batendo feio praticamente na bandeirada sendo que a vitória acabou caindo no colo do Lucas di Grassi que vinha em terceiro e não tinha nada a ver com isso! Fazer o Quê? Kkkkk
Deixo para os especialistas, e parece que há muitos deles, julgar o tamanho/ solidez da F-e e do Di Grassi.
Eu gosto de corridas, assisto F1, F-E, Stock, WEC, Nascar, Indy, o Endurance americano. E me divirto muito.
Parabéns ao Lucas e parabéns ao Flávio.
Merecido! Espero que com a entrada das montadoras haja uma boa evolução dos carros – tanto em potência, quanto em autonomia. O que “mata” a F-E pra mim hoje são as trocas de carros, por causa da bateria e os circuitos estreitos de rua (usados devido à baixa velocidade dos carros – circuito estreito + paredes próximas auxiliam em aumentar a sensação de velocidade).
Mas esses carros são o futuro. Assim que eles chegarem a 300km/h e andarem em circuitos de verdade, passam a rivalizar diretamente com a F1. E felizmente temos um Piquet e um DiGrassi como campeões!
Li em uma entrevista do Agag que os circuitos de rua são usados também por razões de vender o conceito (carros elétricos, dentro das cidades, sem poluir) e por razões técnicas (mais adequado ao uso da recuperação de energia).
Quando um motor elétrico fizer 300 km/h, as montadoras não estarão mais na F-E. Ela é apenas uma barriga de aluguel que é razoável no momento. E não tem a menor possibilidade de rivalizar com a F1.
Eu não entendo tantas críticas ao Lucas di Grassi . É um piloto que já mostrou sua competência, desde a primeira temporada da FE disputou o título até a última corrida, nunca teve o melhor carro disparado do grid, se o Buemi não disputou algumas corridas não foi por culpa do di Grassi. Enfim, foi campeão com méritos, seus méritos. Quanto as críticas só posso acreditar que a tigrada média impõe uma régua moral elevadíssima para os outros e não são capazes da mínima auto-crítica.
Ganhou mas não mereceu. Os locutores da Fox estão mais chatos que o Galvão.
Categoria sem graça. O piloto é muito Boçal.
não tenho nada a ver com o título, com o campeonato, com o sucesso de piloto e equipe, não estou me apropriando de nada, MAS………
Ontem no Fantástico nenhuma menção ao título. A Globo exagera na abordagem do esporte como entretenimento. Do ponto de vista jornalístico, no mínimo uma nota rápida merecia.
E não dá pra falar sequer que há coerência. Se o JN, Fantástico etc. não falassem de nenhum esporte – afinal é entretenimento, não? – ok. Mas eles falam exaustivamente dos esportes que cobrem, fazendo parecer, por exemplo, que os atletas de MMA recentes (nada contra, aliás) parecem ser o que de melhor surgiu no Brasil esportivamente nos últimos anos.
Vichi que povo pra falar besteira,não entendo muito de corrida,mas até aonde eu sei a fórmula E,ainda está em desenvolvimento,um novo conceito de motorização que precisa ser desenvolvido,sobre a velocidade ,basta da uma olhada de leve na internet que da pra ver todas as médias de velocidade das principais categorias top do automobilismo,e vê se 24 de le Mans , Indianápolis,Monza, Mônaco ou qualquer outra pista tem as mesmas medidas de velocidade
Bem legal! Parabéns para o Lucas di Grassi!! Fica a torcida para os chineses pararem de inventar e fazer o básico para o Nelson voltar a ganhar.
Flavio, bom dia!
Me causa espanto as pessoas reclamarem tando de uma categoria, para ser sincero, acredito que as pessoas estão reclamando muito de tudo.
Mas vamos a minha opinião. O feito é histórico, e vai ser ainda mais ao longo do tempo. Apesar de ser um admirador do automobilismo a moda antiga(motores a combustão), a formula E é o presente, futuro dos carros e das competições. O inegável avanço dos carros elétricos está transformando a industria, não será diferente com o esporte sobre rodas(e aqui incluo a motogp).
Acredito que em 20 anos ou menos, essa categoria terá relevância parecida ou igual a formula 1.
Por conta disso, o titulo dos Brasileiros será ainda mais valorizado daqui uns anos.
Abraços!
É muito legal ler esses comentários dizendo que a F-E é o futuro do automobilismo, que ela vai rivalizar com a F1… É tão igual ao que diziam do WEC em 2012… O que mede o sucesso de um campeonato é sua popularidade. Não o número de montadoras. Repito: a F-E é uma barriga de aluguel do desenvolvimento de motores elétricos. Quando eles tiverem mais autonomia, cada montadora vai abraçar um campeonato que melhor lhe interessar (nisso acho que a DTM e WTCC naturalmente se tornarão elétricas) e abandonarão esse negócio (sim, é um mero negócio) que vai chafurdar no esquecimento.
Não, a F-E não é o futuro das corridas. Ela é o presente do desenvolvimento dos motores elétricos. E o tamanho dela é isso aí: categoria nicho de nicho. Duvido que dure mais que 10 anos.
A F-E é legal demais, não tem como dormir. Vou sentir falta da troca de carros ano que vem. Ao Lucas G. parabéns, o Daniel Abt. fez uma corrida de tirar o chapéu, deu o sangue pela equipe. O texto me leva uma reflexão, somos mais importantes do que imaginamos. Não é atoa que os caras agradecem também aos mecânicos , engenheiros, as mulheres. Quanta gente importante não aparece, e nem por isso deixa de ser. Aquela frase do Nico para sua esposa “Nós conseguimos” que firmeza de pessoa.
Assisti pela primeira vez uma corrida da fórmula é a falta do barulho não incomoda tanto só os carros com traseira da indy que é feio mas é legal ver as disputas com carros fazendo curvas colados na bunda do outro queria ver em um circuito de verdade
Mas quanta reclamação nesses comentários kkkk. Também acho que a categoria tem muito no que evoluir, principalmente na performance dos carros. Mas são apenas 3 anos sendo uma tecnologia nova, tem que dar um desconto. Só espero que a inundação de fabricantes de carros não termine da mesma forma que na Fórmula 1, com grandes marcas gastando fortunas, não tendo muitos resultados expressivos e saindo pela porta dos fundos (BMW, Toyota, Honda…).
No mais, mesmo com certo excesso de empolgação, muito legal o Fox Sports esticar a transmissão um pouco, diferente do que os outros canais fazem. Até porque debate sobre futebol domingo a noite tem a rodo, algo interessante no automobilismo não é todo dia…
Achei a empolgação até justificada. Há quanto tempo a gente não ganha um título relevante?
E essa evolução virá. Primeiramente as baterias vão ter q aguentar uma corrida inteira. Depois gradativamente a velocidade vai aumentar, coisa que muitos hoje reclamam, acham os carros lentos e sem graça. Começaram um negócio do zero e querem que seja igual a um que já existe há décadas, tem muito imediatismo aqui nos comentários…
Apesar da performance ainda não ser tudo isso, o ruído de liquidificador e o pit stop esquisito, o que mais importa, as corridas, na maioria das vezes são boas. Tem o que o povo quer ver, disputas, acidentes, estratégia. Esse ano teve esse domínio do Buemi, mas mesmo assim as corridas que assisti achei divertidas.
Ótima indicação,Lucas é nome certo em qualquer lista.
Depois de ele ter metido o pau no Rodrigo Mattar e companheiros nas 24h de Le Mans, ele perdeu um pouco do respeito que eu tinha. Mas mereceu o título…
Considerando o fato do Di Grassi ter sido o cara que mais andou no carro, no ano da criação da FE, sendo, segundo o GrandePrêmio, um dos seus idealizadores; considerando o fato de estar na mais rica e estruturada equipe; considerando o fato do Buemi ter ficado fora das duas corridas em NY e considerando o fato de ter você como empresário, concluo que o primeiro título internacional do Lucas, injustamente, mereceu muito mais atenção e destaque do que o do Piquet que chegou à equipe China às vésperas da primeira temporada, deu meia dúzia de voltas no carro e se sagrou campeão na única temporada em que se podia evoluir o carro ao longo do campeonato.
Portanto, a conquista do Di Grassi não tem o mesmo brilho.
Formula E é a coisa mais sem graça que inventaram e os circuitos então, conseguem ser piores que os circuitos da Indy.
Para quem gosta de automobilismo é o que vai sobrar.
O resto tem dias contados.
Vai sobrar o bagaço da laranja.
Sua opinião me interessa muito pouco.
Flávio,
Você é muito mal humorado…kkkk, continue assim!
Isso foi um ato comicozinho ? Ou há uma história pregressa de jostilidade entre o blogueiro e o leitor ? Ou ainda o FG está sem poder tomar o remédio na Hungria por ter sido confiscado na aduana ?
Cara, não dá pra entender uma palavra. Por que vocês não voltam pra escola?
Tenho pena de você, Flavio. Sinceramente.
Não precisa não.
Sr. Gomes, parabéns pela participação na construção desse time vitorioso. E obrigado por compartilhar essa bela história.
finalmente. JÁ não aguentava mais sentir vergonha alheia. O Di Grassi ficou 2 anos conhecendo o carro e tinha uma vantagem absurda sobre os demais pilotos. Enfim ele cumpriu a sua obrigação.
A Fórmula-1 não é apenas laboratório de carros. É, também, laboratório de pilotos. Os três campeões da Fórmula E vieram da categoria máxima. O próximo campeão, quem sabe, poderia ser Jean-Éric Vergne.
Basta a “Cheetos” acertar a mão ano que vem. Pq pé pesado ele já mostrou que tem. Mas vai ter muita concorrência. Di Grassi, Buemi, Bird, Rosenqvist…
Valeu Lucas …mereceu por tudo que fez pela FE nestes 3 anos…
formula-e é espetaculo e não corrida de carros, parece com uma corrida de charrete, ouncarrinho de controle remoto, mas que pode se tornar o sombrio futuro das corridas. Vão transformar as corridas em autoramas, com trilhos nas pistas, ou cabos, Coisa sem graça. Sem sal! Deprimente!
Pode ficar tranquilo. A F-E é nicho dentro do nicho. E nunca vai passar disso.
Achei que foi forçar a barra pra contar que tem participação no sucesso do cara…
Achou mesmo?
Aham.
Pois é. Então procure outro blog para ler. Há muitos. Posso indicar, inclusive.
Se hay gobierno soy cuentra.
Ficou uma impressão ruim de Lucas di Grassi por acontecimentos recentes dentro e fora das pistas, De qualquer forma talento ele deve ter, senão não estaria nessa carreira há tanto tempo.
.
Flavio, não vai ficar para os testes aí na Hungria? Estava muito legal a sua cobertura pelo Instagram!
Tenho mais o que fazer.
Eita…
Que resposta bacana, “unnecessary roughness”. Não sei se faz falta, mas perdeu um leitor e um telespectador. A Fox Sports deveria estar atenta.
Tchau. E isso aqui não tem nada a ver com Fox Sports.
Não sou dos maiores fãs do Di Grassi, nem como pessoa e nem sobre sua visão do automobilismo — ele costuma falar bastante groselha, mas como o faz com uma linguagem técnica parece que é entendido. Mas vi ele falando umas coisas que a F1 devia fazer pra recuperar o prestígio para uma tv inglesa e, meu deus, ele quebraria a categoria. São coisas até difíceis de imaginar que alguém que tenha passado por lá proponha — como fazer rodadas duplas, coisa que em categoria principal não funciona.
Mas, enfim, ele merece ser campeão de alguma coisa. Nunca foi na carreira e tal e parte do que a F-E é hoje é por causa dele. Ponto. Mas eu ainda acho que é uma conquista que a importância vai se diluir com o tempo. Eu tenho absoluta certeza que a F-E não vai durar muito como a conhecemos hoje e como ela será nos dois próximos anos, cheia de montadoras e com aparente sucesso — que não é pelo seu modelo esportivo, mas sim pelo nicho de mercado que atinge. A F-E esportivamente é pior que a falecida A1GP. Dizer que um cara que anda a velocidades mais baixas que categoria de acesso de menino de 13, 14 anos e que o estilo de pilotagem é a pérola barricheliana do “andar lento pra chegar mais depressa” é campeão mundial é demais.
Andam “devagar” agora, cara-pálida. Quero ver daqui a alguns anos, com todo o aporte de montadoras, patrocínios, público e mídia, e a tecnologia chegar ao ponto em que carros elétricos rivalizarão e igual pra igual com carros de ponta em potência e velocidade final. Não duvido disso. Há anos atrás, carro elétrico era sinônimo de carrinho de golfe ou de aeroporto. Hoje é competição. Chancelada pela FIA. Daqui a alguns anos posto de gasolina vai ser só pra abastecer carro velho, vai ter gasolina, etanol, GNV. hidrogênio e tomada, até posto de gasolina vai mudar de nome.
Pior que a A1GP? Ali não tem amador. Tem piloto ruim. Mas definitivamente não tem amador. É alto nível, sim. Pelo menos um terço ali tinha lugar fácil na F-1.
Muito merecido o título, e pensando na trajetória que você contou, e pelos pilotos da categoria (ex: Felix Rosenqvis), me parece correto dizer que a F-e, ainda se parece com os bons tempos da F1, em que o talento pesava mais do que o dinheiro. Espero que continue assim, mesmo crescendo, com a chegada de Porsche, Mercedes, ampliação da BMW, etc.
Mais uma vez, parabéns ao Lucas!
Sinceramente? Parabéns para ele, Mas como piloto ele é um bom comentarista de corridas. Com bastante conhecimento técnico. Ponto
O Di Grassi tem tudo para cair no gosto da pachecada. Chorão, adora se fazer de vítima e de perseguido. Perfeito para o papel de ‘brasileirinho no mundo, contra tudo e todos’, Imagine se a Globo começar a cobrir a F-E, quantas matérias sobre o ‘esforçado’ e ‘obstinado’ Di Grassi teremos de digerir. Espero que ano que vem todos os pilotos disputem todas as provas para que se premie verdadeiramente o melhor.
DI Grassi um piloto muito bom, porém fica claro a cada corrida que o Buemi perde pra ele mesmo.
E se o “SE” vale para o Di Grassi, sejamos justos com o Buemi, pois o cara ficou fora de umas 4 corridas esse ano (duas por força de contrato por ter de disputar outro campeonato), e mesmo assim chegou na última etapa com 10 pontos de vantagem.
Seria um absurdo o cara ficar fora de tantas corridas e ainda levar o título.
Três coisas:
1) Seria um absurdo um piloto como Buemi que abdicou de correr duas corridas ser campeão este ano. Um desserviço à categoria. Piloto tem que ser profissional, abandonar uma etapa para ir correr outra coisa é falta de profissionalismo. O destino mostrou;
2) A desclassificação de ontem não fez diferença nenhuma para o resultado final do campeonato. Já as duas de Lucas nos dois primeiros anos, sim. Seria já tri campeão;
3) Se alguém acha que a transmissão da Globo é ufanista e pachequista, precisava ter assistidos a de hoje da FOX. De contagiar até o Galvão Bueno. Só faltou o Chuuuuupa Buemi!
Mas o Buemi foi profissional. Cumpriu com o que está escrito nos contratos das categorias que disputa.
Pois é. Fala da Globo que puxa o saco dos brasileiros e a FOX, o que é aquilo? Bizarro.
Uma coisa é certa: Não existe título imerecido. Nem de promoção de emprego, nem de cargo político. Se vc conquista, é eleito, é promovido, ganha um título, um torneio, você fez por merecer de alguma forma. Lícita ou não.
No caso do Lucas, deixemos um momento a pessoa e falemos do piloto. Manteve a calma quando estava atrás – não foi ele que decidiu desenterrar mágoas passadas de um campeonato anterior – e continuou com a calma quando se viu pelas intercorrências como o favorito. Não precisava mais ganhar, se arriscar, pôr a faca nos dentes. E foi o que fez. Ao contrário de Buemi, que se mostrou descontrolado, pra dizer o mínimo. Vamos aguardar as cenas pós-créditos para ver se ele realmente é tão mau perdedor quanto acho que é.
Meus sinceros parabéns pelo título. Vi a corrida e fiquei imensamente feliz com o resultado (fora que achei genial – primeira vez que vi – o modelo de cerimônia de pódio da categoria). Di Grassi abraçou o projeto desde o início, se comprometeu, ajudou a promover, achei imensamente mercecido ele colocar seu nome na história. E se colocar na lista dos brasileiros que têm relevância no automobilismo. Sim, ele tem. E muita.
A única coisa que lamento é que o público médio – que não vê nada além do padrão, que não lê sites, blogs, ouve podcasts, streaming, sei lá, que não acompanha nada de automobilismo por desconhecimento ou desinteresse, ou preconceito, que não tá nem aí pro que não seja Fórmula 1, não verá uma linha sequer sobre essa conquista.
No Brasil né?! Em outros países estão dando valor sim e muito. Estou impressionado com a transmissão da Formula E na Europa e na Índia (assisti o streaming da F1 e FE de uma TV indiana que transmite em inglês, inclusive com narradores britânicos porque não tinha TV para pegar sinal da RTL que transmite em sinal aberto e porque não falo alemão) Dão mais tempo para a Formula E que a Formula 1 na TV. O brasileiro ainda não sabe consumir esportes em geral, assim como não sabe consumir artes em geral, TV, nem política (não sabe exigir e se movimentar quando interessa) e nem produtos de mercado (que nunca faz boicote de verdade quando o preço é injusto). E olha que sou nacionalista, mas, se não avançarmos e aprofundarmos culturalmente não vamos sair do lugar. O mainstream nosso é muito fraco. O brasileiro que diz gostar de carro tem que assistir mais categorias e exigir preços menores nos automóveis. E já que o assunto é FE, se o preço da gasolina tá caro, boa hora de comprar os carros do futuro, os elétricos. Se não tem grana, existe os carros a gás que são super econômicos… (Acho que viajei demais no texto).
Isso, Thiago. Quando disse público médio, quis dizer o público brasileiro médio, que nem sabe que Lucas Di Grassi existe, e que existe uma categoria em que carros não usam gasolina e que não é autorama nem videogame. E vc foi perfeito na réplica. Viajou não, é por aí mesmo.
pra mim, que acompanho há pouco tempo outras modalidades além da fórmula 1, o lucas sempre pareceu um bom piloto, determinado, disciplinado e, talvez o mais importante nesses tempos onde tudo deve ser politicamente correto, dono de uma personalidade além da mornice que se tornou conveniente graças a RP’s e todo esse zeitgeist que o que mais importa é marketing.
gostei da conquista.