UM SENNA NA GARAGEM
[bannergoogle]SÃO PAULO (não sei…) – A McLaren apresentou em Woking sua mais nova criação para o mercado de superesportivos, produzidos pela divisão da empresa chamada McLaren Automotive — fundada em 2010. É esse carro aí embaixo, chassi de fibra de carbono, motor biturbo 4.0 com 789 HP (feito pela própria McLaren), 500 unidades apenas e preço de 750 mil dinheiros da rainha — o que, se eu não estiver enganado no câmbio chutado de cinco para um, dá 3.750.000 têmeres golpistas.
Até aí, tudo bem. É apenas mais um desses carros que servem para enfeitar garagens de príncipes sauditas e raramente são vistos rodando.
A novidade é que esse chama-se oficialmente McLaren Senna, e é o primeiro automóvel que carrega o nome do tricampeão morto em 1994. As explicações são as de sempre — ele é uma expressão dos valores do piloto, da sua paixão pela velocidade, da obsessão pela excelência, essas coisas.
Claro que vai render uma boa grana à família, que não empresta o sobrenome famoso a ninguém por caridade. E claro que parte do que for arrecadado com esse contrato de batismo automotivo vai para o Instituto Ayrton Senna.
Noves fora os ranços de ambas as partes, vale muito o registro de que todas as 500 unidades foram vendidas antes mesmo do lançamento (com parte das vendas revertidas para o IAS) e a última delas foi inclusive arrematada pelo valor “simbólico” de 2 milhões de libras (9 milhões de reais), sendo que o dinheiro dessa venda será 100% revertido para o Instituto Ayrton Senna, que atualmente ajuda em torno de 2 milhões de crianças e adolescentes pobres. Não são 2, 20 ou 200 crianças beneficiadas. São milhares delas. E não é preciso ser nenhum fã do Senna para saber que dar estudo e proporcionar o mínimo de condições para as crianças é tudo o quanto um país precisa para ser melhor. Obrigado Ayrton.
O IAS não “ajuda” milhões de crianças como muita gente acha — com dinheiro, recursos, bens. Não faz caridade, não constrói escolas, não oferece condições materiais a ninguém, não destina verbas a nada. O IAS, até onde se sabe, tem apenas projetos de formação de professores e de desenvolvimento de métodos educacionais (alguns importados dos EUA) que são aplicados em escolas da rede pública através de parcerias com secretarias municipais e estaduais de educação. Esses “programas educacionais” têm nomes atrativos, como “SuperAção Jovem”, que segundo o próprio site do instituto “POR MEIO DO APOIO A POLÍTICAS EDUCACIONAIS E DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES ESCOLARES, (…) DESENVOLVE O POTENCIAL DOS ESTUDANTES DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO, COM O OBJETIVO DE PREPARÁ-LOS PARA VIVER, CONVIVER, CONHECER E PRODUZIR NA SOCIEDADE DO SÉCULO 21”. Prepara jovens para viver e conviver na sociedade… Uau. O “Se Liga”, diz o site, “(…) ATENDE ESTUDANTES DO 3º AO 5º ANO MATRICULADOS EM ANOS INCOMPATÍVEIS COM A IDADE E RESGATA SUA AUTOESTIMA E CONFIANÇA PARA QUE POSSAM AVANÇAR PARA A SÉRIE ADEQUADA”. Resgata a autoestima e a confiança. Uau de novo. Enfim, cada um acredita no que bem entender. Só não venham com essa conversa de que o IAS “ajuda 2 milhões de estudantes pobres” como se comprasse merenda e uniformes para todos eles, espalhasse escolas pelo país e pagasse salários de professores.
Olá, Flávio.
Trabalhei durante 6 anos no Instituto Ayrton Senna. Dois anos logo em seu início, em 1995, e depois em 2001. Realmente o IAS não dá merenda nem uniforme para alunos da rede pública de ensino. Imagino que para isso temos (temos?) o Estado, correto? O Instituto não foi criado para fazer caridade. Ele, repetindo o que você mesmo escreveu acima, reforça o material didático oferecido pelas escolas e promove a capacitação e desenvolvimento de alunos e professores.
Em seu quadro, o IAS tem colaboradores e renomados educadores do país. É gente séria fazendo um trabalho sério. De tão sério, muitos municípios desistem da parceria com o IAS, quando, por questões contratuais, são obrigados a abrirem as contas de suas secretarias de educação.
Continuando: empresas como a Audi, sua queridinha fábrica de carros de Ingolstadt, é parceira do IAS. E como um bom alemão: todo o dinheiro investido é auditado pela própria sede das quatro argolas.
Eu adoro F1, adoro corridas, adoro carros de corridas. Tudo isso muito antes de trabalhar no IAS. Senna inclusive não é meu piloto favorito (é James Clark Jr., caso queira saber).
É por isso, por você e sua equipe serem bons no que fazem, que acesso seu site e sigo seu blog.
Agora, ver seu deboche nesse comentário acima, mesmo que os textos IAS mereçam um puxão de orelha, é de doer.
Sei o que vai pensar: “o blog é meu e eu debocho do que e de quem eu quiser”. Está certo, nesse espaço quem manda é você. E é bem comum a gente debochar do que não conhece. A gente faz isso sempre, toda hora.
Mas se não quiser mais debochar sobre “2 milhões de estudantes pobres”, sugiro que você faça o que vários educadores do IAS fizeram e que milhares de alunos fazem todos os dias: pegue uma estrada de terra em uma boleia de caminhão, cruze um rio de canoa ou ande vários quilômetros antes do sol raiar para chegar em uma “sala de aula”, recolhida à sombra de uma árvore, sem carteira, sem caderno, sem merenda, sem professor. Será que esses alunos parecem pobres para você? Para mim parecem. E eles são mesmo! Olha só.
Ah, por favor, me dê uma orientação sobre onde está a palavra “pobres” no site do IAS, que acabei não achando na rápida olhadinha que dei.
E dois milhões de alunos é gente pra caramba, não é, não? Mas esses dois milhões é o número de crianças e jovens atendidos durante toda a existência dos programas – do seu início até os dias de hoje. Interpretação de texto, manja?
O IAS não é um instituto de caridade. Nunca foi. Quem gosta de caridade é outro tipo de gente.
Poucas pessoas sabem: adivinha quem Lula convidou para ser sua ministra da educação no seu primeiro mandato? Hein?! Hein?! Ela não aceitou, como fica fácil perceber. Foi bom para os dois, eu acho.
Bom, é isso.
Ah, sobre o McLaren Senna, é um carro feio demais!
Nem sei se trocaria o meu carro nacional por esse carro inglês com cara de Lego.
Abraço pra você.
Sua peroração não muda em nada o que penso sobre o IAS.
Os gringos não cansam de reverenciar Senna.
Sem dúvida o cara mais admirado na história da Fórmula 1 pelo talento e pelo caráter.
“O morto esquecido é o único que descansa em paz.”
Nelson Rodrigues
Se o Senna não tivesse morrido teria ganho mais dois campeonatos e acabaria com essa história de quem é o melhor: Senna ou Piquet.
O “se” não conta. “Se” o Senna fosse tudo isso mesmo, não teria ganho só metade das corridas em 1988, assim como não teria ficada atrás do Berger, com o mesmo carro, no campeonato de 1992. “Se” o Piquet não tivesse saído da Williams no final de 1987, teria mais uns 6 campeonatos… Adianta escrever isso?!?
Uma bela homenagem ao melhor de todos.
Soube que a Ricardo UK é quem desenvolveu toda a linha de motores da Chinesa Lifan, tendo como base os blocos 1.3, 1.5 e 1.8 da Toyota.
Oh, interessante isso aí, nunca imaginei. Só tive notícias deles se envolvendo com (bem) alta performance.
Sim, correto, mas não poderíamos dizer que o motor “não é da McLaren” porque o projeto foi desenvolvido por ela, em parceria com a Ricardo.
A McLaren comprou os direitos sobre o V8 do Nissan R390 GT1 que a nipônica desenvolveu e construiu junto com a Tom Walkinshaw Racing. A partir daí, chamou a Ricardo, firmou uma parceria e projetaram um novo motor com a base do japonês.
Nome bonito desse fabricante de motores…
Eu sou o único que não está enxergando o problema que vocês estão apontando do Flavio com o Ayrton? Já reli a postagem algumas vezes e não vi esse ranço que está deixando o pessoal ouriçado!
Realmente não há problema nenhum no texto dele, mas imagino que tenham ficado chateadinhos com a segunda metade do terceiro parágrafo. O caso é que muitas pessoas hoje em dia enxergam problemas onde não existe.
Boa noite,
Piloto merece nome em carro, autódromo e Equipe de corrida… não de rua, escola de samba, musical e etc…penso que Senna deve ser lembrado como corredor. Ponto.
Gostei do brinquedo, mas de rico. Vou ficar de buggy mesmo.
Abraço Flavio.
Alexandre Medeiros
Natal/RN
Motor da própria Mclarem??? Iria comprar, mas a rede de autorizadas deve ser bem restrita, fica para uma outra oportunidade, a coisa que mais odeio é comprar um carro que não tem uma autorizada perto de casa.
Com uma potencia dessas, uma relação peso/potência baixíssima e com um pacote aerodinâmico que inclui uma asa traseira ativa e difusor duplo gigantescos, além de outros apetrechos aerodinâmicos para gerar muito downforce, certamente vai ter um desempenho excepcional.
O carro nem é bonito nem feio..
3.750.000,00 Temeres Golpistas ?? Caramba!!!!! Mas que é uma Bela Máquina é.
Tem problemas mesmo com o Senna. Parece menino!
Que problema, rapaz… O cara morreu há 23 anos, deixem o sujeito em paz.
Flavio Gomes, foi voce o reporter que o Senna desferiu um soco??
Não. Que me lembre, houve algo assim com Giorgio Piola, italiano. Mas não testemunhei e não lembro os motivos.
Se for pensar nisso….a Alemanha Oriental que tanto você fala acabou a anos, mais não deixa de ser admirada por você…Grandes nomes o automobilismo já foram a tempos e continuam a ser citados com louros. Realmente é visível a antipatia que você tem pelo Senna.
E a sua pelo idioma, maior ainda.
Problema tem as viúvas, com esse papo que o Senna foi o melhor de todos. Melhor em que? Perde em quase todos os indicadores, absolutos ou relativos. Além de ter sido um babaca, chorão, mau perdedor, sujo e um monte de outras coisas que não dá pra omitir só porque o cara morreu. Morreu e virou santo…
Senna é como um Elvis Presley do automobilismo.
É brincadeira !!!! Não basta dar a notícia com correção, quando se trata deste rapaz. Tem que emocionar, tocar musiquinha, etc. Senão ofende as viúvas !
Clamente vc tem sérios problemas com o Senna e tudo q possa estar ligado a ele. Hahahaha
Entrei aqui para comentar exatamente isso. Não tem jeito.
Hahahah. Chega a ser engraçado. Não sei como ele não bradou: “prefiro o Stilo Schumacher; muito melhor o Corsa Piquet”. Terapia resolve, FG!
Talvez resolva pra vocês, que ficam excitadinhos só de ouvir o sobrenome.
Nem vem, não.
Essa “excitação” é proporcional à tua quando fala dos sobrenomes Piquet e Schumacher.
Basta olhar os posts sobre esses dois, é uma babação de ovo geral.
A diferença é que nós somos torcedores, de quem não se pode exigir imparcialidade.
Aí, vai de cada um.
Outra coisa: quando é pra pedir voto pro blog, tu vens feito uma moça, cheia de dedos e com toda cordialidade do mundo; mas quando é pra defender qualquer opinião pessoal (como é o caso da tua torcida pelo Piquet e pelo Schumacher, sempre alfinetando os fãs do Senna), tu resolves virar a chiliquenta da paróquia.
Cai fora, mala. Faz teu blog, escreva o que quiser, não enche.
Guilherme, disse tudo!! Faltou apenas o Temer golpista e o PT… Daí o “rapaz” fica louco!!!
“Claro que vai render uma boa grana à família, que não empresta o sobrenome famoso a ninguém por caridade. E claro que parte do que for arrecadado com esse contrato de batismo automotivo vai para o Instituto Ayrton Senna.”
Estás lendo alguma inverdade nessa sentença acima??
Tem algum sentido pejorativo ou ofensivo nela??
Diga, onde estão os “sérios” problemas que vês?
Inveja!!!