NA MCLAREN

RIO (assim se começa) – Sérgio Sette Câmara assinou com a McLaren para ser piloto de testes em 2019. O acordo, do qual já se tinha conhecimento desde outubro, tornou-se oficial hoje pela manhã.

É um passo, óbvio. Colocar o pé dentro de uma equipe de F-1 é o início de uma caminhada que pode dar em tudo — Norris, Leclerc, Giovinazzi, Russell –, ou em nada — eu ia citar Wehrlein e Ocon, mas no fim eles acabaram correndo, o que deu errado depois foi menos culpa dos pilotos, mais das circunstâncias; o lugar mais lindo do mundo, na Mercedes que os criou, acabou sendo ocupado por alguém que veio de fora, Bottas.

Uma vaga de titular na McLaren não está no horizonte próximo de Sette Câmara, já que a equipe terá uma dupla 100% renovada no ano que vem, com Norris e Sainz Jr. Ele tem de se preocupar, por ora, em fazer uma terceira temporada forte na F-2, com vitórias, pelo menos, e aprender tudo que puder em Woking. O que virá depois, ninguém sabe.

O apoio da Petrobras é importante, claro, mas não coloca ninguém em cockpit algum — foram anos de Williams como fornecedora, sem ingerência na escolha de pilotos. Da mesma forma, ter Gil de Ferran no posto de chefe de equipe mais ajuda do que atrapalha.

Mas não venham me perguntar se Sérgio será o próximo brasileiro na F-1. É impossível dizer qualquer coisa agora. Na teoria, já está lá. Na prática, vai depender de acontecimentos sobre os quais ele não terá nenhuma influência — desempenho dos titulares da McLaren, vagas que podem abrir aqui e ali, nada que seja possível prever.

Naquilo que pode influir, o desempenho na F-2, a missão é toda dele. Sette Câmara disputou seu segundo campeonato na F-2 e não foi muito bem — aliás, o primeiro a ficar insatisfeito foi o próprio piloto. Na primeira temporada, pela pequena MP holandesa, chegou a ganhar corrida, algo que não aconteceu em 2018 na poderosa Carlin — ainda tem uma chance na última rodada dupla, que acontece no final do mês em Abu Dhabi.

Na comparação com Norris, a performance nem foi tão ruim. Em 22 corridas, ambos conseguiram oito pódios e o inglês não chegou a quebrar a banca, ainda que fosse candidato ao título. Venceu apenas uma e está em terceiro na classificação com 197 pontos contra 164 do brasileiro, sexto colocado. Até o abandono duplo de Sochi, porém, Lando brigava pelo campeonato, algo que Sette Câmara não conseguiu. O mineiro, além de tudo, precisa buscar em 2019 a pontuação necessária para obter a superlicença, se pretende mesmo estar na F-1 como titular em alguma equipe na temporada seguinte.

Na F-2, Russell (248) e Albon (211) decidirão a fatura em Yas Marina, com amplo favoritismo para o inglês da ART, já confirmado como titular da Williams para 2019. O tailandês da Dams cresceu muito a partir da vitória em Silverstone e é a grande surpresa do ano.

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CRSJ
5 anos atrás

A McLaren não é mais aquela equipe dos sonhos, agora só resta ver o que vai acontecer, tomara que essa experiência seja positiva pra ele.

Alfredo
Alfredo
5 anos atrás

“SE” é complicado. SE não tivesse quebrado, SE não tivesse ficado fora de Mônaco, SE… Se o meu pai fosse o Rockefeller…
Vamos e venhamos, a tal “vaga” de pilotos de tetas, digo testes, pra um cara que não pode sequer sentar num F1 por falta da tal licença numa F1 que não tem testes é um prêmio de consolação pela Lavanderia Petrobras, A McLaren embolsa uma grana preta pra colocar uma marca de combustíveis que não usa em seus bólidos e alguns políticos brazucas enchem a bufunfa de dinheiro fácil. Acompanhei por aqui e pelo Instagram a viagem pela Europa do blogueiro escrevinhador. Em muitos desses lugares eu também estive. Sou um João ninguém, trabalho de sol a sol na construção civil, mas adoro viajar e ter me mudado para um país que paga bem pela minha de obra me permite conhecer lugares que só imaginei que veria por fotos ou pela televisão. NUNCA, em nenhum lugar da Europa, África, Ásia ou América fora do Brasil eu vi qualquer produto da Petrobras, uma latinha de graxa, um litrinho de óleo, NADA. Nota se que essas petrolíferas que empurram dinheiro no circo, ou são de países ditatoriais, ou republica de bananas. Poucas dessas marcas tem alcance global. Uma marca que venda na Europa vá lá, a F1 corre em muitos países Europeus, marcas como Mobil, Shell, Castrol., Total, que vendem no mundo todo. Mas Petrobras? Petronas? Alguém lembra sequer o que é PDVSA? Que enchia o cu do “pobre” Bernie de dinheiro enquanto os Venezuelanos passavam fome? O Automobilismo brasileiro as minguas e a Petrobras pagando o champã do Zack Brown

CHAGAS
CHAGAS
5 anos atrás

Serginho que fazia parte dos jovens pilotos da RBR, colecionava resultados fracos. Foi dispensado, a RBR não perdoa e ao meu ver acertou na decisão. O brasileiro tinha tudo pra andar pra trás com a “demissão”.
Mas por incrível que pareça esse menino cresceu demais.
Acertou uma vaga na MP ano passado e lembro do inicio na equipe, onde Serginho vivia reclamando do carro, a ponto do engenheiro uma vez perder a paciência e mandar um “pare de reclamar e pilote garoto”.
Ele pilotou, venceu na Bélgica, foi pódio na Itália e fez uma segunda metade de campeonato memorável, possibilitando neste ano, acertar um carro melhor. Mas os azares (que fazem parte) atrapalharam uma melhor colocação. Porém tem muita gente atenta e vendo que o piloto é promissor.
Enfim chega a notícia que sempre lutou, esta na F1, como piloto reserva.
Serginho está preparado para F1. Ele é um bom piloto que esta sempre melhorando os seus desempenhos de acordo com o tempo, se adapta rápido ao carro e é forte mentalmente.
Parabéns ao piloto e também para quem conduz a carreira do brasileiro, que está fazendo melhor que a encomenda. Ano que vem muitos jovens estarão como titulares, mas vamos torcer para que 2020 sobre uma vaga.

Guilherme
Guilherme
5 anos atrás

Flavio, aproveito esse post, para pedir mais textos e menos vídeos! (Além de escrever com dom das palavras) os vídeos às vezes são difíceis de assistir durante o dia, por trabalho, internet “descente” para quem mora no interior e etc!
Abraço e obrigado

Jonatas
Jonatas
5 anos atrás

Empregaço! Piloto de teste que não testa. Vai longe o garoto!

Confederado Lee
Confederado Lee
5 anos atrás

Enquanto isso Schumacher filho já recebe assédio de Toto Wolf e Ferrari, para 2020.

Thiago
Thiago
5 anos atrás

Não foi brilhante, de fato. Porém, ficou fora da rodada dupla de Mônaco devido ao acidente que sofreu. Não muda muita coisa, claro que não. Mas poderia estar até mais próximo do Norris se tivesse pontuado no circuito monegasco.

Rodrigo Lamonato
5 anos atrás

Imagino que contratualmente a coisa está toda amarrada com outros pilotos e ele mesmo deve estar preso a algo, mas seria o máximo se ele pudesse andar já nesta sexta. Não acho que o Alonso iria reclamar.

Vinicius
Vinicius
5 anos atrás

Vi algumas corridas da F-2 este ano, e, do pouco que vi, achei que o Sette Câmara não tem estofo para guiar na F-1. Vamos ver se ele surpreende.

(Em tempo – também não achei o Lando Norris grande coisa. Dessa geração da F-2, o George Russell é o melhor; pena que estará sentado numa cadeira elétrica da Williams ano que vem).

CHAGAS
CHAGAS
Reply to  Vinicius
5 anos atrás

Norris entrou em um carro de F1 três ou quatro vezes.
Na última colocou tempo (com o mesmo tipo de pneu) em Vandoorne que tem 2 anos de F1, e é bom piloto.
Norris está no nível de Russel. Ambos são ótimos pilotos.

Giuliano
Giuliano
5 anos atrás

Caro FG, seu post retrata o que penso sobre o assunto, Sérgio não foi brilhante, mas não foi massacrado por Lando Noris que é tratado como a nova estrela inglesa e tem uma baita cartaz, e hoje a julgar pelos últimas carroças que Mclaren produziu, parece mais um abacaxi a ser descascado que uma chance de ouro começar pela esquadra de Woking. Mas lógico, só de vestir a camisa da equipe e estar lá já é meio caminho andado.

Anderson Khouri
Anderson Khouri
5 anos atrás

Com todo respeito ao Sem Câmara: pilotos com desempenho mediano nas categorias de acesso acabam por não conseguir nem a ser medianos na F1.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
5 anos atrás

Boa noticia! Agora é fazer como alguns Brazucas fizeram nas décadas de 70 e 80.

É sentar na barata (nas poucas chances que irá ter) e botar para quebrar.

Um ótimo piloto pode até ser segundo piloto do Rindt, segundo piloto do Lauda, segundo piloto do Prost… o que vale mesmo é falar pouco e acelerar para valer, o reconhecimento e as conquistas surgirão normalmente.