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Um país que deixa o último vapor do mundo, construído em 1913, definhar num rio não presta. O texto é de Jorge de Souza e a foto, de Danilo Verpa.
Um país que deixa o último vapor do mundo, construído em 1913, definhar num rio não presta. O texto é de Jorge de Souza e a foto, de Danilo Verpa.
Cheguei a fazer um passeio no Benjamim Guimarães há alguns anos (uns 10, talvez). Há uns três, com o vapor já parado há algum tempo por causa do baixíssimo nível do rio, ele abrigava uma orquestra de jovens. Cheguei a assistir uma apresentação em que o palco era o Benjamim Guimarães.
Este Navio deveria ser tombado pelo patrimônio histórico. Virando um museu atracado como acontece em diversos países. Ainda há tempo.
Tem razão, os ultimos 30 anos foram bem dificeis para o barquinho…
Achei interessante a história por trás desta reportagem. Sendo assim, através do seu blog, compartilhei no facebook a matéria. Quantos deputados estaduais, Federais e Senadores tem Minas Gerais? Mais de 100 certamente. É impressionante que nenhum deles (1 só que seja!) não faça um projeto visando a recuperação e posterior conservação em loal seguro ou museu desta embarcação…
Faz quanto tempo que está abandonado? Um mês e meio? Isso?
Bem eu lembro a reação do Bozonaro depois do incêndio do Museu Nacional: “Já queimou, o que quer que eu faça?”. O que esperar de um sujeito desse?
Não há respeito com a história.
Esse vapor deve ser restaurado e ir para um museu. Sim, não deve voltar à ativa, pois as margens do Rio São Francisco foram dizimadas para obter a lenha que alimentavam essas embarcações. Se não me engano, os engenhos de cana também ajudaram a exterminar a biota de lá. O equipamento faz parte da história e deve ser bem guardado. Mas que fez um baita estrago, fez.
Não parece que está só à dois meses abandonado
Conforme a reportagem, o barco está parado há 5 anos. Então a culpa não pode ser de quem está há 45 dias no governo… É preciso ser crítico com a classe política, sim, mas também colocar a culpa nos devidos culpados.
Agora, quanto ao “estrago ambiental”, é fato. Durante muitos anos se consumiu madeira não só nessa situação, mas em inúmeras caldeiras à lenha país afora, em indústrias de toda sorte. Aqui na nossa cidade, até pouco tempo atrás (coisa de 5 anos no máximo), ainda tinha piscina de clube aquecida com fornalha à lenha.
Não disse que é culpa dele. Mas se depender dele, nada vai acontecer.
Até nisso você quer meter o Bolsonaro???
Esse nome é vetado aqui.
Legal saber que ele era o gestor do museu, chefe da brigada de incêndio e comandante dos bombeiros. Tudo ao mesmo tempo. Brincadeiras à parte, se algum colecionador de barcos não tomar a frente, já era. Aliás, história do velho Chico tb tá indo por água abaixo.
Flávio, bom dia!
Preocupante a história do Vapor. Mais do que isso, é muito triste essa história. Importante saber de histórias como essa para quem sabe, mudar o seu rumo. Créditos ao autor da matéria que você replicou aqui. Contudo, algumas questões colocadas na matéria, suponho que por desconhecimento do autor, mais atrapalham a causa do que ajudam. do que ajudam. Senão vejamos:
“Esta é a segunda vez que o velho vapor se vê abandonado e entregue à própria sorte. A primeira foi em 1986, quando ficou duas décadas apodrecendo ao relento, até que a prefeitura de Pirapora conseguiu evitar o pior e o restaurou a tempo. Em seguida, ele foi transformado em “Patrimônio Histórico” – o primeiro barco brasileiro a receber tal honraria. Mas foi justamente aí que começaram os problemas — porque, sendo “Patrimônio Histórico”, qualquer intervenção no barco depende de intermináveis projetos e procedimentos burocráticos, sem contar que a verba para isso precisa vir do governo de Minas Gerais, que, como se sabe, está quebrado.
“O antigo governador havia prometido recursos para o Iepha – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais coordenar a restauração do barco, mas deixou o cargo sem fazer isso”, diz Orlando. “E nem se tivesse esse dinheiro o nosso município poderia bancar a reforma, porque, como o barco foi tombado, só o Iepha pode cuidar dele”.
De acordo com o texto, a primeira reforma do barco ocorreu em 1986, ou seja 73 anos depois de construído. Ainda de acordo com o texto, após a reforma ele foi Tombado como Patrimônio Histórico. Logo, não é difícil deduzir que ele não recebeu os devidos cuidados ao longo de 73, ainda que não estivesse Tombado. Frequentemente o Tombamento, instituição importante para a Cultura do país é tido como um problema. Algumas vezes por desconhecimento da sua importância e real significado, outras por má fé mesmo. Também é estranha a informação que “sendo “Patrimônio Histórico”, qualquer intervenção no barco depende de intermináveis projetos e procedimentos burocráticos, sem contar que a verba para isso precisa vir do governo de Minas Gerais”. Ora, se o barco é de tal forma único e importante, não apenas do ponto de vista material, mas também e quem sabe, principalmente, do ponto de vista afetivo, como a própria reportagem bem demonstrou, não é possível que haja qualquer intervenção que não seja bem estudada e responsável. Mutilações e descaracterizações de bens culturais ocorrem, infelizmente, com frequência e certamente esse não é o objetivo do Tombamento. Não sei se o dinheiro “precisa” vir do Governo de Minas Gerais”, mas o governo mineiro tem uma política fiscal específica para promover a manutenção de seus patrimônios tombados. Há lei nesse sentido. Muitos governos municipais em Minas tem conselhos locais para se beneficiar dessa política que, diga-se de passagem, é algo positivo. Outra afirmativa que merece uma atenção é esta: “sendo “Patrimônio Histórico”, qualquer intervenção no barco depende de intermináveis projetos e procedimentos burocráticos, sem contar que a verba para isso precisa vir do governo de Minas Gerais”. Não conheço a legislação mineira para desmentir categoricamente essa informação, mas apostaria que isso não procede. O órgão de preservação mineiro, ou qualquer outro órgão de preservação da memória Brasil afora, incluindo o IPHAN, os órgãos estaduais e também os municipais, não tem a atribuição de manter do ponto de vista financeiro todo os bens que eles Tombam. Se fosse assim, Ouro Preto que é uma Cidade inteira tombada deveria ser mantida pelos órgão de preservação, não é? Uma informação relevante sobre o instituto do Tombamento é que ele NÃO interfere na propriedade do bem. Ou seja, se um bem móvel ou imóvel é Tombado ele continua sendo de quem era o seu proprietário antes do ato do Tombamento. Portanto, imaginando-se que o barco tenha um dono, e deve ter, por óbvio, esse detentor da propriedade do barco é seu primeiro responsável por ele. Evidentemente, nem sempre quem é o proprietário do bem possui as condições financeiras para manter o bem, razão pela qual o Estado oferece recursos das mais diversas fontes, vindo dos impostos de todos, para a sua manutenção. É claro que se tudo isso funcionasse como deveria, essa história não estaria sendo contada. Há muito a ser feito e, infelizmente, a Cultura não é exatamente uma prioridade da maioria dos Governos e certamente nesse momento, muito menos ainda. Tempos estúpidos. Como diria o grande Gilberto Gil, “gente estúpida, gente hipócrita”. Por fim, gostaria de parabenizar o autor da matéria por ter tornado público o estado de penúria em que o Vapor se encontra e à você, que sempre sensível ao tema da preservação, nos permitiu neste espaço, que visito diariamente, saber dela. Em tempo: não sou do IEPHA, nem de nenhum órgão de preservação, nem tampouco do governo de Minas. Apenas conheço o assunto, ainda que de forma superficial, pois me interesso por ele. Forte abraço.
Acho que, em geral, usam tombamento no Brasil como desculpa para não fazer nada. Por isso disse que este país não presta. Seja porque o Estado embaça para autorizar intervenções (às vezes acho que ocorre), seja porque políticos e empresários brasileiros se apoiam nessa muleta para não gastar dinheiro naquilo que realmente importa.
Vc ainda tinha alguma dúvida de que esse país não presta? Está tudo podre.
Sinceramente Flavio, esse país que você fala, deixa pegar fogo locais como Museu Nacional, Memorial da America Latina, deixa às traças o Museu do Ipiranga e covardemente e por total desleixo deixam crianças sem escolas de qualidade, sem proteção em CT’s, sem futuro. E assim fica largado relíquias como essa e muitas outras que devem estar espalhadas pelo país.
Sob responsabilidade de quem estava o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista?
Boa lembrança Flávio
Mas no Brasil é sempre assim.
Grana para corrupção jamais falta e tem até demais, no entanto…
para nossa cultura, história e educação nunca tem, falta sempre e dane-se o país e seus habitantes.