EU NÃO IRIA

ITACARÉ (passou) – Tenho profundo respeito por tradições e costumes locais ao redor do mundo. Mas há limites. OK, se você quer ir à Arábia Saudita, deve saber que lá as mulheres não podem usar saias curtas, blusas de alça, shortinhos. Beleza. Melhor não ir, mas se tiver de ir — a trabalho, sei lá –, que as regras sejam seguidas, por mais estapafúrdias que sejam. E o melhor a fazer é ficar o menor tempo possível num país como esse.

Só que a F-1 é visita convidada. Não deveria, de jeito nenhum, se dobrar às imposições medievais desses idiotas que tomam conta do petróleo do mundo e se fingem de puritanos. Qualquer um que conhece a vida real dos homens sauditas sabe que eles pregam uma coisa e se comportam de uma maneira completamente diferente. Basta ir a um cabaré no Bahrein, por exemplo, para encontrá-los na mais pura esbórnia. Os barenitas não são fundamentalistas como os sauditas. Lá se pode beber até cair, alimentar a prostituição abastecida por países do Leste Europeu, esquecer Alá e o Alcorão. E os sauditas são os, digamos, maiores beneficiários dessa liberdade dos vizinhos. É só atravessar os 25 km de pontes e viadutos que ligam a cidade de Khobar ao arquipélago — que também tem seu GP — para cair na gandaia.

Fazer um GP num país tão escroto deveria servir, pelo menos, para chacoalhar a realeza local. Dar recado, mostrar que o mundo é maior e mais livre do que um pedaço de deserto onde homens decidem, por exemplo, o que as mulheres podem fazer. “Olha aqui, nós vamos, mas só se vocês não inventarem nenhuma restrição babaca, pelo menos no nosso galinheiro”. E o que seria uma restrição babaca? Determinar a maneira como as pessoas podem se vestir, por exemplo.

Pois a Arábia Saudita publicou um “código de comportamento” para quem for à corrida. E, imagino, ele se aplica também a quem trabalha na categoria. Assim, as muitas mulheres das equipes e da imprensa não poderão usar saias, vestidos mais curtos, shorts, bermudas, calças rasgadas nos joelhos. Nem maquiagem “excessiva”. Tudo em nome da “decência”. Ou do que os sauditas acham que é decente. Lembrando que eles também acham decente proibir mulheres de votar, dirigir, tomar conta de seus destinos, que acham decente reprimir e prender homossexuais, que acham decente esquartejar jornalistas opositores em suas embaixadas.

Na boa, se um país quer impor aos seus cidadãos o que eles podem vestir, azar dos seus cidadãos. Se eu nascesse num lugar assim, iria embora o mais rápido possível. Ou lutaria com todas minhas forças para derrubar essa e outras estupidezes. Mas entendo que não é tão fácil assim, nem todo mundo pode se mandar do seu país a hora que quiser etc. e tal. No entanto, o mundo civilizado poderia e deveria dizer o que pensa dessas coisas. E a melhor resposta seria boicotar nações assim — economicamente, culturalmente, esportivamente. Mas, ao contrário, ninguém faz porra nenhuma. A grana manda. Uma instituição globalizada como a F-1 também se curvar a isso por dinheiro é, como se diz, de cair o cu da bunda. É de foder.

Estou usando linguajar chulo de propósito. Porque é como gostaria de me dirigir a um sheik desses, se pudesse. “Meu caro, vão se foder você, sua barba, seu petróleo e suas idiotices. Respeitem os seres humanos. Respeitem os direitos humanos! Se quiserem se vestir de branco da cabeça aos pés, ou de sunga verde néon enfiada no rabo, fiquem à vontade. Mas jamais, jamais obriguem outras pessoas, especialmente as mulheres, a serem como vocês.” Ah, eu adoraria dizer isso a um cara desses. E a F-1 poderia dizer algo parecido, talvez em termos mais elegantes.

Mas não vai. Vai dizer que é um prazer correr na Arábia Saudita, oferecer um lindo espetáculo ao povo saudita, respeitando suas tradições e costumes. Por mais ridículos que sejam. E ofensivos a quem defende um mundo mais livre, menos desigual, em que os direitos humanos estejam acima de babaquices inspiradas por um livro religioso.

Espero que Hamilton e Vettel, que se transformaram em figuras de ponta do esporte mundial na militância por causas importantes, essenciais, metam a boca no trombone. Espero que Lewis use saia de patês e botas enormes como as da Pabllo Vittar, passe batom e pinte os olhos. E que Sebastian se vista de arco-íris o tempo todo. Espero que alguém fale alguma coisa. Para valer a pena um GP num lugar como esse.

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Comentarista Crítico
Comentarista Crítico
2 anos atrás

Não, não vale a pena um GP na Arábia. Por esses motivos do texto e principalmente, por ser um péssimo traçado. Um traçado que não tem uma reta de verdade. Dificilmente haverá ultrapassagens na corrida. Bola fora da FIA gananciosa. Que trocasse Arábia por Dubai e seria menos pior.

Marcos Ferreira
Marcos Ferreira
2 anos atrás

A F1 nunca se importou com isso, o negocio dela é dinheiro, desde as corridas na África do Sul e o regime do apartheid…

Wagnee
Wagnee
2 anos atrás

Caraca! Falou bastante, mas falou tudo.
Isso ae Flávio, aposto que o Vettel vai de arco íris, Hamilton talvez seja podado pela Mercedes para não pagar nenhuma punição idiota.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
2 anos atrás

Li hoje na Folha. A cada 20 minutos uma garota de 14 anos é estuprada no Brasil.

Mais uma vez fiquei em dúvida se os bárbaros moram na Arábia ou aqui.

Os estupradores desse mangue chamado Brasil não nasceram nos últimos 3 anos… Isso aqui é um mangue desprezível. E temos a coragem de falar dos outros. E paizinho de merda.

Bruno Bertolo
Bruno Bertolo
2 anos atrás

Os pilotos não podem boicotar algum GP por si sós. Eles assinaram um contrato no qual têm a obrigação de correr todas as etapas do ano, sob pena de alguma penalidade, talvez até demissão. Quem realmente poderia fazer algo são as equipes, como ocorreu na África do Sul: algumas se recusaram a participar.

James
2 anos atrás

“Qualquer um que conhece a vida real dos homens (de todos os paises, partidos políticos. E não só homens, mulheres também ) sabe que eles pregam uma coisa e se comportam de uma maneira completamente diferente.”
“Dar recado, mostrar que o mundo é maior e mais livre do que um pedaço de deserto onde homens decidem, por exemplo, o que as mulheres podem fazer.” (Deve-se dar esse recado a qualquer governo, que tente controlar quanto e quais alimentos a população pode comprar, ou controlar se a pessoa pode mudar-se para outro país por livre vontade, sem precisar arriscar-se com os tubarões. Ou construir muros que impeçam as pessoas de sair

Barreto
Barreto
2 anos atrás

HIPOCRISIA – o pecado preponderante dos cafajestes.

RICARDO BIGLIAZZI
RICARDO BIGLIAZZI
2 anos atrás

Na boa, o Brasil é mais escrito que a Arábia Saudita, basta rever o filme dos últimos 30 anos do que se passou por aqui.

Lá as coisas são regidas por Lei, aqui é uma terra sem lei.

Nós que comemos três vezes pro dia, somos brancos, educados, temos casa(s), carro(s), plano de saúde, TV a cabo e demais comodidades dificilmente entendemos o que se passa com as nossas mulheres, negros e demais grupos oprimidos. Pelo menos na Arábia as regras são como na Chona, Cuba antiga Rússia e outras ditaduras… quando se sai da linha o “pau tora”

Segue o jogo, se tivesse grana iria ontem paraba Arábia para me preparar para a corrida. Acho que não voltaria… dado o que se vislumbr para o nosso país nos próximos anos.

Maurcio Victor
Maurcio Victor
2 anos atrás

Só consigo me lembrar do Vampeta dizendo que quando jogou no Kuwait, aprendeu a fazer vinho em casa, e dizia que tinha que ganhar os jogos da Ásia pois assim conseguia trazer vodka comprada no free shop fingindo ser água nas garrafas dos companheiros de time.
Foi preso pela policia com os vinhos, passou a noite na prisão, e quando o sheik soube o chamou pra conversar e perguntou pra ele porque ele simplesmente não pedia bebidas pra ele ao invés de beber essas bebidas ruins.

ALOISIO
ALOISIO
2 anos atrás

O problema de se questionar e boicotar a cultura alheia é que abre-se o precedente de que o mesmo ocorra com a sua cultura. Por isso que a democracia é boa, eis que não é necessário gostar, mas tolerar aquilo com que não se concorda.
Por outro lado, é claro que ao aceitar levar seu circo para lá a F1 sabia das condições e as aceitou, caso contrário não teria fechado contrato. Certamente não foi obrigada a aceitar o convite e se o fez, respeite as regras que foram impostas.
Respeitar as regras da casa é a primeira obrigação do visitante.
Imagine se eu fosse na casa do Flávio com a camiseta em apoio ao Bolsonaro…kkkkk

Daniel
Daniel
2 anos atrás

tem que respeitar o País sim! pq nós somos o dono da verdade! Minorias são minorias, governos sao feitos para maiorias! repeito as minorias, mas são minorias!

CIRO AUGUSTO DE SOUZA MAGALHAES
CIRO AUGUSTO DE SOUZA MAGALHAES
2 anos atrás

Realmente é brocha! Não é foda, porque foda é uma coisa boa!

Ricardo Alves
Ricardo Alves
2 anos atrás

Uau, que texto, duca!! Parabéns Flavio! Concordo em gênero, número e grau! Não deveria haver GP num país de m desses. A ver se alguém se posicionará…

Claudio S Gomez
Claudio S Gomez
2 anos atrás

Flavinho,

Fórmula 1 correu na África do Sul em tempos de apartheid e na Argentina em época de ditadura militar sangrenta aonde pessoas eram assassinadas sem o menor pudor (sem contar no GP Brasil nos anos 70 com DOI-CODI triturando tudo). Não é nada surpreendente que a F1 viaje para esses países até porque a categoria nunca se preocupou com outra coisa a não ser com dinheiro, la guita.
Se tivesse Fórmula 1 nos anos 40 e Hitler molhasse as mãos dos principais dirigentes mesmo com judeus sendo mortos as pencas, não tenho a menor dúvida que teríamos tido o GP do III Reich, infelizmente.

Sds,

Sidinei
Sidinei
2 anos atrás

Hamilton e vetel e qualquer um do circo da f1 não farão nem falarão nada eles também se curvam pelo dinheiro só falam de boca pra fora

Cláudio Cruz
Cláudio Cruz
2 anos atrás

Hamilton e Vettel não irão fazer nada. Vão correr e só. Não tem culhão suficiente para encarar os árabes. Se não concordam com a cultura, nem iriam, mas a hipocri$ia é maior.

Luiz Gustavo
Luiz Gustavo
2 anos atrás

Texto muito importante. Pena que essas coisas sempre foram esquecidas em nome do dinheiro e, nós últimos dez ou quinze anos, estamos em uma fase total do dinheiro mandando em tudo. Precisaríamos de Educação, mas acredito que só outro Auschwitz diminuiria, um pouco, as loucuras feitas em nome do deus dinheiro.

Obrigado pelo texto!

Elson Soares de Almeida
Elson Soares de Almeida
2 anos atrás

Infelizmente é pelo dinheiro. Ganancia pelo moeda é maior que o respeito ao ser humano.

Alfredinho
Alfredinho
2 anos atrás

Olha, sinceramente, não acho certo o Hamilton ou Vettel fazerem protestos lá. Se não concordam com as ideias, simplesmente boicotem, esse seria o maior protesto, mas se decidirem participar, que respeitem as regras locais.

Pepe
Pepe
2 anos atrás

Pois é FG, grato pelas extremamente corretas e pontuais palavras, meus PARABÉNS. Já que vc andou por ai cobrindo a F1 anos atrás, poderia encaminhá-las a alguém com força política dentro da F1 que vc eventualmente tenha conhecido e lhe respeitado o suficiente para receber sua sugestão.
Reitero meu agradecimento, também revoltado com certas pessoas que, com a desculpa das religiões e/ou do que está escrito nos seus livros sagrados, seja verdadeiro ou não seu conteúdo, cometem os maiores absurdos e atrocidades contra os humanos. Os seres humanos são reais, verdadeiros, autênticos, enquanto as palavras desses livros religiosos, para mim, são apenas tinta sobre papel, sem qq comprovação da sua autenticidade e, portanto, da sua validade, palavras que servem aos seus lideres para enriquecerem e dominarem os seus fieis. Abracaço !!!

Ricardo
Ricardo
2 anos atrás

Apenas não acho adequado chamar de “mundo civilizado” os países aliados à Arábia Saudita em nome do petróleo e de interesses geopolíticos. Incivilizados são todos.

Carlos Eduardo
Carlos Eduardo
2 anos atrás

Pra essa porcaria de GP fracassar, basta a coisa mais simples do mundo. Não assistir. Fim.

Sidney
Sidney
2 anos atrás

Excelente texto!

Pedro Leonardo
Pedro Leonardo
2 anos atrás

Para a categoria que nunca se importou em correr na África do Sul em tempos de apartheid, um punhado de dólares é o suficiente pra fazer vista grossa para essas “filigranas” de desrespeito aos direitos humanos. Na F1, futuro e atraso andam lado a lado.

Saudades de Jacarepaguá, com pilotos e mecânicos de sunga, quase todo mundo sem camisa, mulheres de top e biquini, chinelão, rapaziada almoçando marmita em cima da carenagem dos carros usando a roda como banco… Os hipócritas sauditas certamente adorariam.

Rodney Domingues
Rodney Domingues
2 anos atrás

Quero compartilhar! Quero que todo mundo leia esse texto. Obrigado! Li em voz alta para poder desopilar meu fígado.

marcos de souza alencar
marcos de souza alencar
2 anos atrás

Pois é.. LH e SV não vao fazer nada. Vão correr e comemorar normalmente qq bom resultado que tiverem. No máximo, vão tuitar que acham absurdo bla bla. LH já é maior que a F1 a muito tempo. Essa a melhor temporada em muitos anos, poderia por exemplo, se recusar a correr… se correr, não ir ao podium… enfim.. n fará nada disso..o mundo já está cheio de notas de repúdio..

Ellan
Ellan
2 anos atrás

Texto maravilhoso. No mundo onde existe respeito, não há mais espaço pra regras antigas e machistas. Eu como o amigo ali em cima, não assistirei a corrida, e torcerei pra que milhões de pessoas não assistam também, pois aí quem sabe os patrocinadores consigam no futuro barrar essas idéias ridículas da F1. Onde fica o As race one?

Guilherme Mozzato de Paiva
Guilherme Mozzato de Paiva
2 anos atrás

:-D Flavio, concordo totalmente! Infelizmente, e nao eh so na F1, o mundo se curva ao dinheiro! E quando eu falo mundo, refiro-me principalmente aos dirigentes, pessoas de segundo escalao que se julgam os donos da rapadura, mas aceitam as mais ridiculas exigencias dos donos do dinheiro. Ainda existem, felilzmente, pessoas de personalidade que nao aceitam tais “regras”, e expoem seus conceitos, suas opinioes. Vettel e Hamilton ( e poucos outros ) na F1, e varios outros no mundo dos esportes. Torco por uma epoca em que isto deixe de existir, nao condiz mais com o tempo em que vivemos, seculo 21, com comunicacao em massa via internet. Sucesso! ( desculpe a falta de acentos, crases, etc., pura preguica… mas da para entender, ne? ) Guilherme

Jorge Luis
Jorge Luis
2 anos atrás

Acompanho F1 a 40 anos. Meu gesto pode ser insignificante. Mas não vou assistir essa corrida. Obrigado pelo belíssimo texto.

CARLOS
CARLOS
2 anos atrás

Fantástico seria se alguns pilotos simplesmente se negassem a correr lá.
Imaginem só Hamilton e Verstappen (ok, já que é para sonhar, coloca o Alonso, Vettel e Kimi junto) correndo de kart no mesmo horário da corrida, com transmissão online.

Mavexx
Mavexx
2 anos atrás

Concordo com tudo o que foi dito, graças a Deus aqui nós temos total liberdade sobre nossas ações individuais, podemos xingar presidente, ministro da suprema corte, padre, o pai, o papa e ta tudo bem. Ótimo.
Agora, fazendo o caminho inverso, fico imaginando os sauditas elucubrando sobre nós brasileiros:
“… aqueles idiotas, convivem desde o inicio dos tempos com ladrões e acham isso normal, lá vc pode assaltar e nem preso vai, vc pode matar e só fica preso uns meses, se vc for pobre. Lá os governantes tem salvo conduto para fazer o que quiserem com o povo e seu dinheiro, submete-los a um sistema de saúde degradante, sistema tributário sufocante, entre outros, e o povo ainda assim é feliz, tem eleições livres mas insistem em manter os mesmo vagabundo no controle, tem carnaval com lindas mulheres peladas dançando e que são muito mais valorizadas que cientistas e professores. Ahhh, e eles tem um combustível alternativo lá que poderiam nos levar a falência, imaginem isso Senhores, mas ele custa tão caro lá que é mais interessante comprar o nosso aqui e vender lá. E tem muito mais, mas deixe isso pra lá, vamos beber …”
No final concluímos que é tudo uma questão de dinheiro mesmo tanto cá como lá, só muda o ponto de vista.

Kevin
Kevin
2 anos atrás

Só não vou porque não tenho dinheiro para a passagem e tampouco tive a mesma paga por algum patrocinador, veículo de imprensa ou “sugar daddy”. Então o jeito é ficar em casa mesmo, xingando os árabes…

Lucas Rafael Chianello
Lucas Rafael Chianello
2 anos atrás

Assino embaixo.

As nuances e aprofundamentos discutimos depois.

Quando li a notícia no Grande Prêmio, fiquei estarrecido como há tempos não ficava.

Antonio Seabra
Antonio Seabra
2 anos atrás

Também não iria

Geraldo Flávio Chaves
Geraldo Flávio Chaves
2 anos atrás

Belo texto Flávio! Olha, acompanho F-1 há 35 anos. Mas sinceramente, de uns tempos pra cá tenho desanimado! E corridas em locais como esses, me desanima mais ainda. A F-1 sempre gostou de lamber saco de árabes e de outras figuras que não valem nada. Vide o russo da Sibéria. É tudo pelo dinheiro e que se danem a ética , os bons preceitos , o respeito.
Abraços!

Rodrigo Vecchi
2 anos atrás

Ai vão dar a desculpa que “é a religião deles” e vivemos em uma merda de mundo onde a religião é intocavel.

Religião pode reprimir mulheres, homossexuais, direitos básicos da população e todo mundo tem que achar lindo e maravilhoso.

Ai, todo mundo adora fazer piada com gays, negros, etc.
Vai fazer uma porra de uma piada com religião? NOSSA, VOCÊ PRECISA RESPEITAR A RELIGIÃO DO OUTRO.

Roberto Borges
Roberto Borges
2 anos atrás

É…
Disse tudo!
Mas essa é a história da F1, lembrando do GP da África do Sul nos tempos de apartheid, GPs do Brasil e Argentina nos tempos das ditaduras militares, etc., etc.
Também estou curioso para saber se os dois “bocudos” irão se manifestar.

António Barbosa
António Barbosa
2 anos atrás

Triste ver a F1 ir para esses destinos sem tradição automobilística e onde os direitos humanos não contam e deixar de Fora Estoril e Portugal, lugar onde se respeitam os direitos humanos.

Bosley de La Noy
Bosley de La Noy
2 anos atrás

Os árabes estão cagando e andando para quem está indignado contra as arbitrariedades que
são cometidas lá…

Henrique
Henrique
2 anos atrás

Uma vez tive a infeliz ideia de viajar pela Saudia (era a passagem mais em conta). Conexão em Riad, destino final Manila. No check-in o funcionário repara no meu look praiano e pergunta se eu tenho uma calça. A única calça que eu tinha na mala era de neopreme para mergulhar… lá fui eu comprar uma porra de uma calça no aeroporto.
Pra coroar, cheguei no destino final e cadê a mala? Lá vou eu comprar mais roupa! A mala só apareceu 1 semana depois.
Então acrescento: não ide à Arábia Saudita e não voem Saudia!!! Kkkkk

Sérgio Troncoso
Sérgio Troncoso
2 anos atrás

Texto irretocável, na minha linha de pensamento e só acrescento que também não gosto daquela arquitetura exageradamente exuberante e de mau gosto que eles praticam por lá. Muito dinheiro e pouco respeito a vida… Então sigo o relator!

Rafael Piqueira Chinini
Rafael Piqueira Chinini
2 anos atrás

Foi a primeira coisa que pensei “eu não iria”. Tnc, que fiquem com a cultura deles, e os problemas deles.

Agora, se a F1 fosse se importar com cada problema de cada país, cada regra, cada desigualdade, não ia correr em lugar nenhum do mundo.

E vamos ver o quão Hamilton luta pelas causas!! Aposto que se tivesse com título ganho não iria…mas e agora?

Carlos Jose Pimenta Franco
Carlos Jose Pimenta Franco
2 anos atrás

Concordo em gênero, número e grau Mestre Flávio, com tudo que escreveu. E lembro que a F1 foi a última categoria de “esporte” a boicotar o apartheid na África do Sul, e foi aqui, com você que vi uma foto de um treino de F1 no sábado na África, com trabalhadores Nativos, fazendo os acertos no autódromo, para no domingo, a côrte, curtir seu barato.
A F1 carrega este estigma, e percebo que não mudou nada nestes últimos 40 anos.
Se brincar o Dudú Pirokinha Bananinha, aparece por lá, tirando onda de Sheik.

Fernando Guzzo
Fernando Guzzo
2 anos atrás

Apoiadíssimo!!!

Paulo Rickli
Paulo Rickli
2 anos atrás

Parabéns pelo texto ! Flávio Gomes sempre firme , preciso e corajoso no combate às hipocrisias .

Luis Freitas
Luis Freitas
2 anos atrás

Fundamentalismo sempre é uma merda. Religioso ou político. Todas as grandes desgraças da história da humanidade tem relação com eles.
Tanto é que na Arábia Saudita há o controle religioso da mídia.

Carlos Pereira
Carlos Pereira
2 anos atrás

Gostaria que a audiência na TV fosse ZERO, NULA.
Talvez a F1 mudasse de opinião quanto à importância de ir até lá.
Nesse momento, desse mundo caótico, o petróleo ainda manda muito, ainda mais numa categoria que precisa dele e dos patrocínios que dessa terra vem. Mas num futuro, talvez não muito distante, espero, que essa situação mude.
Gente escrota, com pensamento e atitudes medievais.
“E que Sebastian se vista de arco-íris o tempo todo.” Como ele não tem muito a perder nessa corrida e campeonato, acho que é o mais provável a algum tipo de protesto. Poderia até mesmo boicotar a corrida.

Davi de Oliveira
Davi de Oliveira
2 anos atrás

Concordo plenamente com suas palavras!!!
Agr Flavinho, vc não faz mais GP as 10? Sinto falta dos seus vídeos.

Bascuia
Bascuia
2 anos atrás

Mesmo ciente da insignificância do meu gesto, não assistirei a essa corrida. Um escárnio isso tudo.

Alfredo Aguiar
Alfredo Aguiar
2 anos atrás

É muito bizarro tudo isso. Só não sei o que é mais insólito essas regras esdrúxulas ou a aceitação delas por parte dessa Formula 1 mendiga e tão necessitada de cada milhão.
A F1 como business sempre foi uma prostituta mequetrefe vide anos de corridas sob as bênçãos do apartheid. No entanto cheguei a querer crer que com o fim da era Eclestone, Balestre e Briatore (Que ao que parece está de volta) a F1 poderia pelo estar se comportando a lá Geni e convidada a deitar com homens tão “nobres”, tão cheirando a brilho e a cobre, referisse amar com os bichos. Mas não, é mesma putinha de antes, só trocou de roupa e a se confirmar a volta de Briatore a calcinha suja de merda da meretriz, continua e mesma.
O quanto é suficiente? Hamilton tem 7 títulos e muitos milhões na conta. É óbvio que Verstappen não vai deixar de correr, abraçar sheik e procurar alguma garota barata nos mercados de Jeddah. Então se Hamilton tiver culhões pra mandar os árabes tomar no poço, vai tomar 25 pontos de desvantagem e provavelmente perder o título. Mas esse título vale isso tudo? E Vettel? Provavelmente Stroll Papi manda ele embora pois ir pra esses cafundós de extremistas religiosos geralmente garante bons contratos. Mas esses pilotos precisam de algo mais?