SUPERTERÇA (2)
SÃO PAULO (fervendo) – No ano passado, no GP da Itália, Max Verstappen bateu o recorde histórico de dez vitórias consecutivas na F-1. Domingo, no mesmo circuito, o holandês terminou a corrida em sexto, 38s atrás do vencedor, Charles Leclerc. Se as coisas andavam meio claudicantes na Red Bull, com o time relutando em assumir que despencou numa ladeira sem freio, o fracasso retumbante de Monza fez o caldo entornar de vez. E a equipe está sangrando em público.
Depois da corrida, Max rasgou o verbo. Disse internamente tudo que precisava sobre o carro que, segundo ele mesmo, já apresentava algumas inconsistências antes mesmo de começar a temporada. O time, no entanto, se apoiava nos dados apurados em túnel de vento e simuladores para assegurar que o RB20 era bom, tão bom quanto o modelo que, em 2023, ganhou 21 das 22 corridas disputadas. Verstappen foi muito direto: os números estavam todos errados.
“A gente tem os dados do túnel de vento e do CFD [os estudos feitos por computador]. Mas não é raro que algumas coisas não funcionem no carro de verdade, e essas ferramentas de simulação não batem com aquilo que acontece na pista. Temos três conjuntos de dados: de túnel de vento, CFD e pista. E é óbvio que o que conta é o que a gente vê na pista”, falou. “Então, temos de focar naquilo que dá um retorno mais valioso, que são os dados de pista.”
É um recado claro: Max acha que a equipe se apoiou muito naquilo que seus engenheiros pensam e não deu ouvidos às impressões fornecidas pelos pilotos nos primeiros testes. Sergio Pérez disse algo parecido em Monza: “O que eu vinha sofrendo antes agora parece que está afetando o Max, também…”. E terminou a frase com reticências, mesmo. Como se dissesse: “Eu bem que avisei”. Nesta altura do campeonato, a percepção da maioria na F-1 é a mesma: se Verstappen ganhou sete das dez primeiras etapas do campeonato, foi muito mais por causa dele do que do carro que tinha nas mãos. Só que as outras equipes melhoraram. E a Red Bull, não.
As críticas abertas levaram o chefe Christian Horner a admitir que há problemas na estrutura de Milton Keynes. Não por outra razão a Red Bull está construindo um novo túnel de vento. O chefe do time já se referiu ao atual equipamento como uma “relíquia da Guerra Fria”. Para piorar, por conta do sucesso na temporada anterior a equipe tem menos tempo de túnel de vento que as demais — um handicap criado pela F-1 há alguns anos para equilibrar as forças, dando aos times mais fracos um tempo maior de desenvolvimento para melhorarem seus carros.
Helmut Marko, guru da Red Bull, garantiu que os pontos fracos do RB20 já foram identificados. Muito a partir do desabafo/esporro de Verstappen diante do estafe técnico em Monza. “Desse jeito, não ganharemos nenhuma corrida até o fim do ano, e pensar em título não é algo realista”, decretou. Segundo Marko, decisões já foram tomadas no sentido de atacar as deficiências agora muito evidentes no carro, apontadas sem papas na língua pelos que pilotam — falta de equilíbrio acintosa, dianteira que não “conversa” com a traseira, janela de funcionamento de pneus muito estreita, um carro, nas palavras de Verstappen, “inguiável”.
“Já temos um caminho a seguir”, continuou Marko, oficialmente consultor da Red Bull. “Vamos tirar o que temos de pior, as coisas que não funcionam, e seremos competitivos de novo.” Sejam o que forem essas coisas que não funcionam, os GPs do Azerbaijão e de Singapura serão tratados como sessões de testes de luxo para Verstappen, Pérez e seus engenheiros. É possível que a equipe sacrifique essas etapas para experimentar tudo que for possível no RB20 em circuitos bem distintos entre si. A partir de Austin, o time dos energéticos promete voltar à velha forma para as seis últimas corridas da temporada.
Ou algo perto disso, para salvar o ano.
Eu acho difícil o Max perder o campeonato de pilotos, em razão da gordura acumulada e no fator Norris que não demonstra ímpeto de campeão, porém se acontecer o imponderável, não me surpreenderá o Max cair fora da Red Bull já em 2025. Já estou repetitivo em escrever que contratos existem e volta e meia são rasgados…
Max ainda vai voltar a ser o Veloztappen que conhecemos.
Eu já consideraria usar o carro do ano passado no Azerbaijão.
Mercedes primeiro, e Red Bull agora.
Ambas afundaram porque não deram a atenção devida ao que seus principais pilotos relatavam sobre seus carros.
Mercedes primeiro, e Red Bull logo em seguida, ficarão sem seus primeiros pilotos.
No dos outros é refresco. Esta é para a dupla Helmut Marko, & Christian Horner.
O campeonato é para carros, não para túnel de vento, CFD e simuladores.
Objetivo e foco.
Esta queda de desempenho da equipe é muito estranha. Várias especulações: eliminaram algo ilegal no carro, calor excessivo, afastamento de Newey, clima interno desastroso, etc.
Será que alguma delas tem fundamento ou é uma soma de um pouco de tudo?
Até parece o Lewis quando a Mercedes fez o carro e não o ouviu.
O Horner disse o quê mesmo para o Toto naquela reunião????
Flavio, a corrida seguinte a Baku é Singapura.