Impagável foto que me envia a fã Tatiana Fioratti, de férias pelo Ceará. Com a seguinte pergunta no e-mail: “Onde vamos parar com uma educação tão precária?”.
Só me resta concordar. Pensei que já tinha virado universidade!
Impagável foto que me envia a fã Tatiana Fioratti, de férias pelo Ceará. Com a seguinte pergunta no e-mail: “Onde vamos parar com uma educação tão precária?”.
Só me resta concordar. Pensei que já tinha virado universidade!
Saudade dói, não? Quem diria que sentiriam falta de mim… Bem, estou de férias. Uma vez por ano, reza a CLT, o trabalhador tem direito a 30 dias de folga. No meu caso, serão apenas sete. Relaxem, domingo volto para casa.
Volta de onde, hão de perguntar. Angra dos Reis. Depois de pelo menos três décadas só ouvindo falar, finalmente conheci Angra 1 e Angra 2. Não que seja sádico o bastante para passar férias visitando usinas nucleares, essa baboseira que no Brasil só serviu para enterrar dinheiro público por capricho de generais.
OK, vá lá, algo de bom existe nisso tudo. O Brasil, graças a suas Angras, domina parte da tecnologia nuclear. Boas gerações de cientistas se formaram a partir da instalação das usinas. Mas será que precisava? Passei pelas duas a caminho do hotel onde fico até domingo. Uma delas parece que não está funcionando, Angra 2.
Viagenzinha longa, 10 horas desde o Guarujá, depois de ter a infeliz idéia de percorrer a Rio-Santos para ver sua beleza natural, etc. Havia anos que não passava por essa estrada.
Mas não há beleza natural que resista a cruzar Bertioga, Maresias, Boiçucanga, Caraguá, Ubatuba, São Sebastião… Dez horas para percorrer 370 km.
Bem, cheguei. E hospedados estão, no mesmo hotel que eu e minha trupe, William Bonner, Fátima Bernardes e seus filhos. Deu vontade de dizer ao Bonner “tá ganhando mal, hein rapaz?”.
William trabalhou comigo há exatos 20 anos. Modo de dizer. Eu era repórter da SBPC em 1986, meu primeiro emprego de verdade, fazia um programa de ciência na Rádio Cultura. Chamava-se “Encontro com a Ciência”. Depois o programa passou para a Rádio USP. E adivinhem quem era locutor da Rádio USP na época? Ele mesmo, Bonner. Que gravou as vinhetas novas do programa, àquela altura chamado “Tome Ciência”.
Resumindo: as vozes de Bonner e a minha estiveram juntas num mesmo programa de rádio, o que me permite dizer que trabalhamos juntos, afinal. Depois disso William virou apresentador do Jornal Nacional. Eu continuei sendo o mané que sempre fui. Daí meu espanto ao me ver no mesmo lugar que ele, duas décadas depois.
Comentários (16)O Tuta, que é um recém-conquistado amigo/etc. e entra sempre aqui, ex-vocalista, ou guitarrista, ou sei-lá-o-quê da histórica banda Sapo de Plástico, mandou essa caricatura abaixo. É minha cara, véio Tuta. Digo véio porque você é dez dias mais idoso do que eu, e dez dias são dez dias, afinal. Até que você desenha bem. Saudações aos e às pampas.
Por hoje chega. Para vocês passarem a noite se divertindo, acessem o Bus Selecta, vigoroso divulgador dos motores VW a ar. Nele você pode montar sua própria Kombi, ou ainda seu Porsche, ou seu Fusca, ou ainda sua Variant. Dá para escolher os modelos, as cores, as rodas, a altura das suspensões, os pneus, os acessórios… Diversão garantida, muito melhor do que ficar batendo perna no Orkut. A minha kombosa ficou do jeito que está aí embaixo. Até amanhã.
Ninguém me perguntou, mas antes que pergunte… A foto deste que vos escreve, essa aí do lado, foi tirada em Interlagos no GP do Brasil deste ano. É de autoria do grande amigo e batalhador Sérgio Sanderson. O cara que, ao lado do Miguel Costa Jr. e do Luca Bassani, passou mais horas em autódromos no Brasil do que qualquer piloto.
Comentários (0)Gosto desse texto, que escrevi para a “4 Rodas” uns meses atrás. Saiu com alguns cortes, então vai a íntegra…
Eles fazem sorrir
Por Flavio Gomes*
Não queira ter uma relação com seu carrão cheio de botões, reboque cromado para não puxar nada, flex powers, trios elétricos, fly by wire, e ABS igual à que eu tenho com os meus. Você vai perder.
Meus carros têm nome, eu converso com eles e entendo o que se passa no seu coração. Ninguém olha para você nesse esquife filmado com vidros escuros como o breu. Para mim, todos olham e acenam.
Se o seu carrão pifar no meio da rua, ou numa estrada no fim do mundo, ninguém vai parar para te ajudar. E se alguém se aproximar, você vai achar que é ladrão. Se um dos meus estancar no meio da avenida mais movimentada de São Paulo, vem um monte de gente para empurrar. E é o pai de um que teve um igual ao meu, o tio do outro que dirigia um táxi idêntico, a avó de um terceiro que ainda tem o seu guardado na garagem que só usa para ir à feira, e se eu não souber o que fazer para ele pegar de novo, alguém saberá.
Meu kit de sobrevivência nas ruas é barato. Um joguinho de ferramentas, desses que se compram em camelôs, com uma chave de fenda, um alicate, algumas chaves de boca. Um frasco com gasolina para jogar no carburador de vez em quando, um galão de água para refrescar o radiador. Oh, que coisa mais primitiva, dirá você.
OK. Tenha uma pane no seu carrão eletrônico para ver o que acontece. Nem tente abrir o capô. Você não sabe o que tem lá dentro. Cuidado, ele pode te engolir. Torça para o celular estar com o sinal pleno e chame um guincho, a seguradora, o papa. Sente e espere. Seu carrão só vai funcionar de novo quando conectarem um laptop nele. E prepare o talão de cheques.
Meus carros, não. Têm carburadores, distribuidores, diafragmas, bobinas e velas, tudo à vista. Sei quando o piripaque é na bomba de gasolina. Sei quando é sujeira da gasolina. Sei assoprar um giclê. Aliás, sei onde fica o giclê. Procure algo parecido na sua injeção eletrônica.
Seu carro é um emérito desconhecido sem história ou currículo. Os meus têm 40 anos ou mais, já passaram por muita coisa nessa vida, e quando saíram de uma concessionária, décadas atrás, estacionaram na garagem em forma de sonho realizado. Carro fazia parte da família, antigamente.
Ah, mas o meu tem ar-condicionado, disqueteira e controle de tração, dirá você. Sim, mas você nunca terá o prazer de dirigir de vidros abertos e cotovelo para fora da janela, meu rádio toca as mesmas músicas, e não me faça rir com o seu controle de tração. Quantas vezes ele foi necessário?
Além do mais, existe um negócio chamado prazer. Prazer de ter algo que lhe é caro e precioso, mesmo que não valha muita coisa. Carros iguais ao seu todo mundo tem. Vejo aos milhares todos os dias, e nenhum deles tem a cara do dono. Os meus têm. E quando eles quebram, eu mesmo conserto. E eles me agradecem andando de novo, fazendo com que as pessoas sorriam quando passam, fazendo barulho e soltando fumaça.
Não há nada como um automóvel que faça alguém sorrir.
* Flavio Gomes, 41, é jornalista, tem sete DKWs, cinco Volkwagens e uma Lambretta, todos fabricados entre 1958 e 1970. E mais umas coisinhas escondidas que não revela nem sob tortura, porque não está a fim de se divorciar.
Comentários (25)Meu livro, claro! “O Boto do Reno” anda meio encalhado e não se encontra em grandes livrarias. Por quê?, há de perguntar o infeliz do leitor. Porque para entrar em grandes livrarias e ficar do lado do Paulo Coelho, tem esquema. Portanto, comprem pela internet mesmo, é só entrar em www.gptotal.com.br e ficar clicando até te pedirem o número do cartão de crédito. É o meu melhor livro.
Quando digo atrasado, é atrasado mesmo. Como o cara que esquece do casamento. Ou a noiva que falta. Cheguei atrasado à era dos blogs, em primeiro lugar. Embora meu guru Carlos Leonam, que escreveu o prefácio do meu livro, tenha dito que ele, o livro, nada mais é do que um precursor dos blogs. Em termos. Pelo que entendi, blog é coisa de todos os dias.
Anos atrás, na faculdade, acho que fiz um blog. Um professor não sei do quê nos pediu para escrever todos os dias. Qualquer coisa. Dia desses achei os escritos. Eu escrevia muito bem na época. Vou procurar de novo e se tiver paciência, coloco aqui.
Cheguei atrasado também no dia da estréia. É de bom tom começar o dia cedo, num blog. Mas meus dias nunca começam muito cedo, exceto quando tenho corrida em Interlagos. Sábado saí de casa às 6h30. De Kombi. Um vizinho me perguntou se eu tinha virado feirante.
Falando em Kombi, é uma das bandeiras que passarei a defender aqui. Preservem as Kombis! A Volkswagen vai acabar com os motores a ar. Lançaram uma série especial, 200 unidades, a 40 paus. Estou sem grana para comprar uma. Mas sei que na Inglaterra estão em polvorosa, os fãs dos motores a ar. Estão comprando todas. Farei uma campanha pelas Kombis igual à do Feltrin, do Ooooops!, pelos patos. Patos, que, a propósito, adoro devorar. Não tenho nada a aprender com os patos, nem com os gansos.
Bem, estamos no ar. Alea jacta est.
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