GEORGE

SÃO PAULO (calma, relógio) – Pingou na net o trailer do longa “George Harrison: Living in the Material World”, documentário de Martin Scorsese. Achei no blog da Gabriela Nunes. Vai ao ar pela HBO em outubro, nos EUA. Não sei se será mostrado aqui ao mesmo tempo. De qualquer forma, é esperar para se deslumbrar.

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PEGOU A SENHA

SÃO PAULO (aguardemos) – A notícia ainda não foi confirmada e paira um silêncio sepulcral de todas as partes, como costuma acontecer nessas horas. Mas Eddie Jordan, agora colunista e comentarista, sujeito obviamente bem informado, cravou: Bruno Senna assume como titular da Renault em Spa, no lugar de Heidfeld. E vai até o fim do ano. Segundo o ex-chefe de equipe irlandês, chega com uma boa grana.

Sexta-feira, escrevi uma coluna sobre Bruno. Disse que não entendia como não conseguia arrumar dinheiro de patrocinadores no Brasil, ainda mais agora que, para a Renault, tanto faz correr com Heidfeld, Senninha, Nelsinho, Flavinho ou Nigelzinho na parte final da temporada. Não vai mudar muito o destino da equipe no campeonato. A Renault está em quinto com 66 pontos, 31 à frente da Sauber, que está em sexto. Não será ameaçada. Pode, sim, brigar pelo quarto lugar com a Mercedes, 14 pontos à frente. Mas é luta possível com Heidfeld, ou sem ele. Seus pilotos, quaisquer que forem nas oito provas finais do Mundial, farão aquilo que o carro permitir. No começo do ano era importante ter alguém experiente como Heidfeld para o lugar de Kubica para entender até onde o carro poderia ir. Já se sabe. Nem muito longe, nem muito perto da frente. Diante desse quadro, sem a menor necessidade de desenvolvimento, para cumprir tabela, se o piloto em questão for um Senna, e com dinheiro no bolso, tanto melhor.

Na coluna, eu estranhava o fato de ninguém no entorno de Bruno se mexer para viabilizar sua entrada definitiva na F-1. Brinquei que a fila estava andando, e ele nem tinha pegado a senha, ainda.

Bem, parece que pegou.

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SCHUMI, 20

SÃO PAULO (sim, passa) – Amanhã, dia 23, faz 20 anos que Michael Schumacher apareceu pela primeira vez numa papeleta de tempos da F-1. Era uma sexta-feira, abertura dos treinos para o GP da Bélgica de 1991, em Spa-Francorchamps. O alemão correria pela Jordan no lugar de Bertrand Gachot, que estava preso na Inglaterra por ter se envolvido numa briga de trânsito — ele tacou gás paralisante na cara de um motorista de táxi.

A Jordan estava em sua temporada de estreia, tinha um bom carro e a Mercedes-Benz perguntou quanto custava aquela vaga. Queria colocar para correr um jovem piloto de seu time de Esporte Protótipos, um certo Michael Schumacher. O lugar custou 300 mil dólares. O tal Schumacher classificou o carro verde em sétimo. Foi uma façanha, embora Andrea de Cesaris já tivesse feito o mesmo na Alemanha.

A corrida de Schumacher durou pouco, o carro quebrou na primeira volta. Mas na prova seguinte ele estava na Benetton, e o resto todo mundo sabe.

Com seis vitórias em Spa, entre elas a primeira de suas 91, o alemão considera a pista sua “sala de estar”. Diz que muita coisa mudou em 20 anos, mas permanece o encanto do circuito belga, um dos últimos dos moicanos (ao lado de Interlagos, Monza e Suzuka, acho que Spa forma o quarteto mágico entre as pistas que fazem parte do calendário, apesar da mutilação pela qual passou o traçado paulistano).

Entre as coisas que mudaram nesses 20 anos está o título de melhor de todos os tempos. Vários podem reivindicar o status, de Fangio a Clark, de Senna a Prost. Ou podiam, antes do alemão.

Schumacher foi melhor que todos eles.

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FOTO DO DIA

Hoje completam-se 35 anos da morte de Juscelino Kubitschek. Na foto, ele está olhando a montagem da peruinha Universal, o primeiro carro montado pela Vemag, em 19 de novembro de 1956. JK foi o pai da indústria automobilística brasileira. E a caminhoneta DKW, seu primeiro filhote.

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SMOKE IN POÇOS (4)

SÃO PAULO (16,8 por litro…) – Acho que já falei tudo do Blue Cloud. Nossa dose anual de óleo dois tempos na veia está garantida até o próximo. Hoje, exatamente ao meio-dia, Gerdolino foi o último a deixar a área da exposição. Já tinham estacionado um trio elétrico e montado um palco para a parada gay da cidade, que entraria pela tarde. Na mesmíssima e eclética praça onde durante quatro dias desfilaram 95 DKWs & parentes, na maior reunião doistempista da história do Brasil.

Exatas 4h10 e 270 km depois, com uma parada para abastecer, outra para comer uma pamonha e mais uma para tomar um café, acabou a brincadeira para este que vos bloga. Mas ainda tem um monte de carrinho fumacento pelas estradas por aí, voltando para casa. Que todos cheguem bem.

Ontem à noite homenageamos o Marinho. Uma homenagem modesta, mas de coração. Demos a ele um pequeno quadro com a foto da corrida que venceu em Poços em 1959 e um outro bem maior que o bonitão aqui encomendou à artista que conhece melhor: minha mãe. Hoje se conhece um piloto pelo capacete. Ou se conhecia, pelo menos. Mas naqueles tempos que forjaram as gerações de brasileiros que viriam a fazer sucesso internacional, a cara do piloto era a cor de seu carro e o número que usava. Era assim com o #18 da carretera amarela do Camillo, ou o #13 do Arouca, ou o #22 do Bird, ou o #7 do Emerson…

Marinho sempre foi dez. E os carros da Vemag, estes sempre foram imaculadamente brancos.

É isso aí, foi Dona Gomes que pintou o detalhe da porta da carretera da Vemag que Marinho guiou nos anos 60. E ficou lindão, não? Filho-coruja, eu sei… Na foto, a família do Caipira, que veio lá de Ourinhos para festejar com o pai. Acho que gostaram. Ele disse que foi um dos dias mais felizes da sua vida. Só essa frase valeu o evento todo.

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SMOKE IN POÇOS (3)

POÇOS DE CALDAS (pena que acaba) – Já da janela do salão onde tomávamos café da manhã, vi a traseira arredondada, as quatro lanternas Lucas, a faixa preta atravessando o branco impecável. Chegou o Malzoni II, restaurado pelo Kiko, filho de Rino, o criador de um dos mais espetaculares esportivos do mundo, que virou Puma-DKW, que virou Puma VW.

O Malzoni II, de chapa, fez quatro corridas com o Marinho, todas em 1964. Venceu uma delas. É uma espécie de Santo Graal. Ficou desaparecido por 40 anos. Hoje está a coisa mais linda do mundo.

Prometia, o começo do sábado em Poços.

E foram chegando mais alguns fumacentos, e outros, e outros, e no auge contamos 94 DKWs e um Gerdolino na frota dois tempos. 95 carros, uma marca histórica, fora alguns avulsos (o Candangão V8, um Puma VW, a Simca do Vigilante). Não bateu nos 100, sem problema. Meta para o próximo mantida.

Antes do almoço teve palestra sobre Trabants, e depois fiquei vagando entre os carros, parando aqui e ali, conversando o tempo todo com todo mundo, aprendendo um monte.

No meio da tarde chega o Marinho com toda sua família. Quando viu o Malzoni II, quase morreu de emoção. Dirigiu o carro, puxando a fila de uma carreata fumacenta pelas ruas da cidade onde venceu sua primeira corrida, em 1959. Foi, também, a primeira vitória de um DKW numa prova de caráter nacional.

Juntaram-se ele Kiko Malzoni e Crispim, e fotos, vídeos, autógrafos, uma tarde memorável. Depois chegaram Bob Sharp e Jason Vôngoli.

Se der, vejam o álbum de fotos no facebook, aqui. Vejam as cores, os carros, as pessoas, a alegria que é um encontro como este. Na carreata, coloquei um garotinho de dois anos do meu lado no Gerdolino. O moleque é doido por Trabant, não me perguntem por quê. Felipe, seu nome. Seus pais e o irmãozinho de colo foram atrás. Ele pegou no sono, mas depois, no fim da tarde, veio dizer obrigado e me deu um beijo na bochecha. Figurinha.

Daqui a pouco vamos homenagear o Marinho. Depois tem um baile, depois vamos todos para casa. Alguns hoje, muitos amanhã pela manhã. É que o Blue Cloud é um encontro de carros que andam. Dos 95, contei apenas 15 que não vieram rodando. 80 saíram de todos os cantos do país para a nona edição desta maluquice total. Vieram de Brasília, BH, Curitiba, SP, Rio, Rio Grande do Sul, no final contamos participantes, com e sem carros, de 11 Estados!

Demais, isso aqui. Ninguém entende por que tanta gente gosta tanto de um carro que deixou de ser produzido há 44 anos. É um encontro de apaixonados, não de colecionadores. Isso explica. Um bando de doidos, doidos adoráveis.

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RÁDIO BLOG

Não achei nenhum clipe com a velha e boa banda, mas esse filme é bonito. E é a melhor versão de “Dream a Little Dream of Me” de todas. O que não é fácil.

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MR. SIMPATIA

POÇOS DE CALDAS (desovando) – O Silvio Rodrigues mandou o vídeo do Vettel no “Top Gear”, o melhor programa do mundo sobre carros e corridas. Tiãozinho Alemão deu um show de simpatia e jovialidade. E bateu o tempo de Barrichello naquele teste com um carro que não consigo identificar. Tem partes ótimas, como quando Sebastian imita Mansell. O garoto tem um enorme potencial para ser um dos maiores ídolos da história da F-1.

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SENNA E A FILA

POÇOS DE CALDAS (deu tempo) – Bruno Senna quer correr, mas parece que ninguém ao seu redor se mexe muito. A fila anda, e ele nem pegou senha ainda. É o tema da coluna Warm Up de hoje.

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MULTIPLICAMO-NOS

POÇOS DE CALDAS (agradecido) – Nesta pequena pausa dos dois tempos para ver umas coisas, dou-me com o texto da Carolina Mendes, que já escreveu no Grande Prêmio, sobre sua paixão repentina pela Portuguesa.

É uma das mais belas coisas já escritas sobre futebol, daquelas que devem ser lidas por comentaristas esportivos, por repórteres, por torcedores de todos os times, por quem gosta do jogo de bola.

Não é só porque é a Portuguesa. É porque é literatura, pureza, daquelas coisas que entendem melhor os que vivem a vida real.

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