24 HORAS

SÃO PAULO (sorte, sorte, sucesso, sucesso!) – Recebo e-mail do Américo Teixeira Jr. anunciando a volta das 24 Horas de Interlagos, corrida disputada quatro vezes, a última delas em 1970. A promoção será do batalhador incansável Toninho de Souza, e espero sinceramente que ela aconteça mesmo, com grid cheio, público, organização. O Toninho tem levado algumas cacetadas recentemente, porque é duro fazer automobilismo no Brasil, mas não desiste. Ainda bem. Abaixo, os detalhes. Acima, imagens da edição de 1966.

Exatos 42 anos depois de sua última edição, São Paulo voltará a ser palco da prova “24 Horas de Interlagos”, entre os dias 28 e 29 de janeiro de 2012. Sob a responsabilidade da Interlagos Eventos, do promotor Antonio de Souza Filho, será a estreia desta histórica prova de longa duração no traçado de 4.309 m de Interlagos.

“Quando o Eloy Gogliano e o Wilson ‘Barão” Fittipaldi criaram a ’24 Horas de Interlagos’ em 1960, fizeram pensando em valorizar a indústria nacional. Então, meio século depois, estamos resgatando não somente o formato da prova, mas também a sua filosofia”, explicou De Souza. Nesse sentido, só poderão participar automóveis de Turismo com comprovada fabricação nacional. Poderão ser sedan e hatch, com duas ou quatro portas, e motorização de 1.6, estando vedada a participação para veículos importados, artesanais e protótipos, além de motores com cilindradas diferentes daquela estabelecida pelo regulamento, que estabelece, ainda, um grid máximo de 60 carros. Poderão se inscrever, por carro, um mínimo de quatro e máximo de 10 pilotos.

A primeira edição da prova aconteceu nos dias 2 e 3 de julho de 1960 e os irmãos Álvaro e Ailton Varanda foram vencedores com um modelo JK, em 299 voltas pelo antigo traçado de Interlagos. Um ano mais tarde, nos dias 3 e 4 de junho de 1961, o modelo JK voltou a vencer, dessa vez sob o comando de Chico Landi e Christian Heins, que completaram 308 voltas. Seguiu-se, então, um intervalo de cinco anos e a “III 24 Horas de Interlagos” foi disputada em 27 e 28 de maio de 1966, consagrando-se como os grandes vencedores Emilio Zambello e Ubaldo Cesar Lolli, com Alfa Giulia. A quarta etapa só aconteceria em 1970, quando nos dias 16 e 17 de maio, com um Opala 4100, os irmãos Bird e Nilson Clemente foram os vencedores.

O regulamento técnico completo será divulgado nas próximas semanas. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].

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JAMAIS ENTENDEREI

SÃO PAULO (WTF?) – OK, já percebi, ao longo do dia, que temos um novo fenômeno-relâmpago da internet, suas mídias sociais, seus iutubes, seus feicebuquis. O tal do pônei maldito da Nissan. Quem não viu, é essa coisa aí em cima. Mais de dois milhões de visualizações desde sábado.

Como é que alguém vê graça nisso? Bem, alguém vê. Tanto que está, como se diz, bombando. Assim como aquele joão-bobo que a Globo inventou e tem feito jogadores comemorarem gols como… bobos. Pelo menos no meu time, o melhor ataque do Brasil, nenhum jogador fez esse papel de idiota até agora.

Eu já não entendo mais nada.

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MITTER

SÃO PAULO (pioneiros) – Não é a primeira vez que o nome de Gerhard Mitter é mencionado aqui. Piloto alemão nascido na antiga Checoslováquia, ele era um entusiasta dos motores dois tempos e foi o maior vencedor de corridas de Fórmula Júnior da Alemanha, quiçá do universo. Seus formulinhas usavam motor de DKW. Ele chegou a usar tais motores até num chassi Lotus, como se vê no vídeo aí em cima, enviado pelo Rene Witzke.

Mitter, na verdade, chegou a correr Lotus na F-1. E de Porsche, também. Disputou quatro GPs (um na Holanda e três na Alemanha) e tem seu nome gravado nas estatísticas porque num deles terminou em quarto lugar.

Mitter não correu só de DKW, claro. De Porsche, ganhou muitas provas de subida de montanha, além de vencer também em Daytona e a Targa Florio. Um daqueles heróis pouco conhecidos. Morreu num treino de F-2 em Nürburgring, em 1° de agosto der 1969. Hoje faz 42 anos.

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FOTO DO DIA

Alegria, alegria!

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45 ANOS

SÃO PAULO (mas sempre é tempo) – Bom dia, macacada. O Gabriel Hoffmann, jovem vemagueiro, mandou umas fotos bacanas e pelo menos esta merece pingar aqui. Afinal, as Mil Milhas de 1966, a mais sensacional de todas, estão fazendo 45 anos. Foi aquela corrida que a dupla Emerson Fittipaldi (com cara de choro, à direita, no pódio) e Jan Balder quase ganhou de Malzoni. Uma quebra de um cilindro a três ou quatro voltas do final acabou dando a vitória a Camillo Christófaro (de camisa escura) e Eduardo Celidônio com a carretera #18.

É o destino. A prova era a última do Departamento de Competições da Vemag — com uma equipe extra-oficial, a Equipe Brasil, porque a Vemag estava vendida para a VW e Jorge Lettry já havia sido comunicado que sua divisão de corridas seria desativada. Seria um encerramento com chave de ouro, que acabou não acontecendo. Mas fez justiça a um carro, a carretera amarela #18 do Camillo, que escreveu alguns dos mais belos capítulos da história de Interlagos.

E nas mãos de Celidônio, o que temos?

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BAND OF BROTHERS

SÃO PAULO (e é de verdade) – O blogueiro Gustavo Oliveira indicou a foto do site motorsport.com e achei tão legal que reproduzo, com os devidos créditos. Button e Hamilton formam um time digno do nome. Quando a gente fala em companheiro de equipe, é disso que se trata. Essa história de que piloto tem de odiar o cara do box ao lado, que companheiro existe para ser batido, é babaquice. Nunca a amizade, o carinho, o respeito e a admiração serão menores que esse espírito de competição que muita gente adota como estilo de vida.

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IN RIO

SÃO PAULO (teen, já…) – Teve Marcas, Brasileiro, no Rio, nas ruínas de Jacarepaguá. Valdeno Brito ganhou tudo. Recebi essa foto do Bruno Terena. Olhando assim, parece que o público foi legal. Problemas iniciais da categoria são as muitas quebras. Quem aí do Rio foi ver? Contem tudo!

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TRÊS-GRIA

SÃO PAULO (cabeça é tudo) – Pô, não vou ficar descrevendo a corrida inteira aqui. Aconteceu muita coisa na Hungria e minhas anotações estão meio bagunçadas.

Em linhas gerais, ganhou o piloto mais inteligente. Bonitton tem vencido corridas assim. A primeira, em 2006, foi desse jeito. Lá mesmo na Hungria, de Honda. E teve vitória parecida, em outras temporadas, na Austrália, China… Jenson chegou a 11 vitórias na carreira e foi a segunda na temporada. No Canadá, também venceu em condições adversas, aquelas que exigem neurônios funcionais. Nem todos têm.

Button deu o pulo do gato ao colocar pneus macios na sua terceira parada, para um long stint de fim de prova. Resistiu à tentação de colocar intermediários quando a chuva voltou no final, como fizeram Webber, Hamilton e Rosberg. Deram uma volta e retornaram aos boxes porque a chuva era fraca, como a carne naquelas plagas.

Hamilton tinha carro para vencer. Mas com seis paradas, uma delas para pagar pênalti, ficou meio complicado. Chegou em quarto. Briga não faltou nessa prova. Inclusive entre Lewis e seu parceiro, ali pela volta 50. Briga limpa, bonita, gente de classe.

As primeiras voltas foram divertidas, com o piso úmido e escorregadio. Foi a segunda vez na história que um GP em Mogyoród aconteceu com pista molhada. O outro foi aquele de 2006 que Button ganhou.

Vettel não aproveitou a pole e não sumiu na frente. Seu carro não estava grande coisa no molhado. Hamilton apertou, apertou, até passar. A largada foi boa para quem estava no lado ímpar do grid. Os outros sifu. Foi lá pela décima volta que perceberam, todos, que o asfalto estava secando e começaram os pit stops para pneus slicks. Nessas, até Schumacher chegou a liderar a corrida. Na segunda bateria de paradas, quase que Vettel bate no carro que guinchava a Renault de Heidfeld para o pit lane. A equipe quer se livrar do alemão e tacou fogo no carro. Nick, que não é besta, caiu fora e deixou o carro se incendiando na saída dos boxes.

Alonso antecipou a terceira parada e passou os dois carros da Red Bull. Mas teria de fazer mais um pit stop e Vettel recuperou a posição. Chegaria atrás de Webber, também, se o canguru desolado não se precipitasse para colocar intermediários ali pela volta 52. Bem, não importa. Importa é que mesmo fazendo uma corrida apenas discreta, sem se meter em confusão, Sebastião terminou em segundo e ampliou sua liderança no campeonato. Os arautos de sua decadência não devem estar entendendo nada. Ele não venceu nas últimas três provas, mas a diferença de pontos para o vice-líder só aumenta. Era de 77, foi para 85 pontos. Faltam oito corridas. Webber precisa descontar mais de 10 pontos por prova para ser campeão.

Oh, como está difícil a conquista do bi. Vettel não é tonto. Não vai se esgoelar para vencer mais nenhuma. Se der, deu.

Hamilton, com tudo que aconteceu, chegou em quarto. Webber foi o quinto, Massa terminou em sexto e a zona dos pontos foi fechada por Di Resta, Buemi, Rosberguinho e Alguersuari.

Massa foi bem? Não. Largou na frente de Alonso e chegou um minuto atrás. Bem, mesmo, foi Buemi. Penúltimo no grid, oitavo na classificação final.

Button completou 200 GPs na F-1. Bom jeito de comemorar, ganhando. Não vai ser campeão, mas faz umas corridaças dignas de aplauso. Ele segue sendo o piloto mais suave na nave.

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DOIS-GRIA

SÃO PAULO (agora sim) – Dessa vez teve briga, sem aquela frescura de ficar guardando pneus, e por isso a classificação para o GP da Hungria foi a mais bonita da semana. E Vettel, que algumas pessoas já diziam estar “pressionado”, “decadente”, “abalado”, cravou todo mundo de forma espetacular. Fez sua oitava pole no ano e a Red Bull manteve a hegemonia na temporada, com 11. Já são 23 na carreira. Na próxima, empata com Piquet.

Claro que todos os pilotos leram este blog durante a semana e chegaram hoje cedo aos escritórios de suas equipes com estatísticas eloquentes na ponta da língua, exigindo de seus engenheiros providências imediatas. “Olha aqui, 64% de vencedores na primeira fila! E vocês querem que eu largue onde? Onde, hein? Digam!”, gritava Hamilton com Ron Dennis. “É o seguinte: deem-me a pole e eu lhes darei 44% da vitória”, prometeu Vettel, com ares de superioridade. “Eu fico com os 8% que ganharam largando acima do quarto lugar, não se preocupem comigo”, balbuciou Webber, falando com as paredes porque quem mais o ouve no time é a menina do café, apaixonada pela figura do marsupial desamparado, e naquele momento ela estava preparando um copo de refresco de groselha para Seb, como chamam o alemão na intimidade.

Alonso, que fez aniversário ontem, trintão, portanto não confiemos mais nele, ensaiou uma briga pela pole, mas tudo que conseguiu foi largar atrás de Massa pela primeira vez na temporada. Piorou do Q2 para o Q3 (1min20s262 e 1min20s365) e vai falar, daqui a pouco, que pelo menos larga do lado mais limpo da pista. Felipe é o quarto no grid, uma posição à frente. À frente deles, pela ordem, Vettel, Hamilton e Button. Ferrari e McLaren seguem se revezando na tentativa de bater a Red Bull. Em treinos, pelo menos, não deu até agora.

Mas eu dizia que teve briga, e realmente teve. Não foi daquelas poles tranquilas e absolutas. Tião Alemão vinha tendo desempenho discreto nos treinos até o livre da manhã, quando fez o melhor tempo. Mas em nenhum momento houve demonstrações claras de virilidade no cronômetro. Por parte de ninguém. E na hora do vamos ver, Hamilton foi o primeiro a baixar de 1min20s e, sinceramente, achei que ninguém seria capaz de superá-lo. Ele, sim, vinha andando bem desde sexta. Mas Vettel fez uma daquelas voltas que dirá que foi perfeita e especial, e esteve mesmo perto disso: 1min19s815 para ele, 1min19s978 para Lewis, com Jenson, o Bonitton, colado no companheiro (ui) com 1min20s024.

Webber ficou em sexto, atrás da dupla da Ferrari, o que deixou a menina do café ainda mais apaixonada quando ele chegou tristonho e cabisbaixo ao motorhome. Levou mais de meio segundo de Vettel, e é por isso que ela, que odeia o alemão, tem deixado a groselha dele meio aguada. Vettel até já reclamou, outro dia. Essas coisas não sou eu que estou inventando, foram-me relatadas por um amigo que faz bico na Red Bull, um careca.

E fecham os dez primeiros na pecaminosa Budapeste Rosberguinho, Sutil, Schumacher (todos usaram só um jogo de supermacios no Q3) e Pérez (que nem tempo marcou). A turma da segunda leva de degolados ostenta algumas decepções, como os dois da Renault e Koba-Mito, que tem se mostrado muito melhor em corrida do que em classificações. E na primeira fornada caíram os seis de sempre (a Lotus verde já se descolou de vez nos tempos em relação a Virgin e Hispania, mas segue longe do Q2) e o glorioso Buemi.

Não fez o calor que sempre faz em Mogyoród, o vilarejo que recebe a corrida, a uns 20 km, se tanto, da saída de Peste. Assim, a grande ausência de hoje foram as moças de biquíni nas arquibancadas, que torravam sob o sol implacável do Leste em outras eras. A prova não será chata como costumam dizer que são os embates húngaros (vi ótimos GPs naquele ponto abençoado do planeta), entre outras coisas porque vai ter muita troca de pneu. Não sei se será recorde no ano, mas vão parar pacas. Talvez até quatro vezes. Isso garante emoção nos boxes, mecânicos enlouquecidos, estressados, destroçados nesta última corrida da fase pré-férias do campeonato.

Estão todos precisando descansar um pouco. Eu também.

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PARADOXO HÚNGARO

SÃO PAULO (história velha, mas boa) – O GP da Hungria não tem ultrapassagens, mas foi lá que aconteceu a maior de todos os tempos. É o tema da coluna Warm Up de hoje.

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