NÃO PULSA MAIS

SÃO PAULO (meio atrasado) – Tem alguns dias que me mandam o link, mas só tive tempo hoje de registrar o fechamento da última fábrica de máquinas de escrever mecânicas do mundo, na Índia. A Dorrit Harazim, com seu texto sempre brilhante, conta aqui, na edição eletrônica da “piauí”. No fim de abril escrevi sobre a última fábrica ainda em atividade, nos EUA, mas sem atentar para o detalhe: essa faz máquinas elétricas — seu único cliente é o sistema carcerário do país. As mecânicas, pois, acabaram. É, definitivamente, o fim de uma era.

Menos na minha casa, onde tem uma Olivetti Valentine que não deixo ninguém chegar perto, uma outra de marca desconhecida feita na Checoslováquia, uma Olympia alemã dos anos 40 e uma soviética com teclado em cirílico.

São incríveis. Como disse um moleque um dia, uma impressora que já imprime quando você digita.

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OS MOTORES

SÃO PAULO (briga surda) – A história é a seguinte: Ferrari e Mercedes querem que a FIA adie por dois anos adoção dos novos motores da F-1, marcada para 2013. Para quem não sabe, eles passarão a ser turbo, 1.6 e de quatro cilindros, contra os aspirados 2.4 V8 atuais. A Renault avisou que se FIA atender às demandas ferraristas e mercêdicas cai fora da categoria. A Cosworth não fala nada porque não se sabe sequer se continua. Todt disse que foram realizados 11 encontros técnicos para se chegar ao modelo de motorização escolhido e que não vê sentido em adiamento algum. Mas admite negociar, porque afinal de contas não é o dono da F-1.

O bicho está pegando.

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HENRIQUE IWERS

SÃO PAULO – O ex-piloto Henrique Iwers, de uma das famílias mais ligadas à marca DKW no Brasil desde os anos 50, morreu hoje em Porto Alegre. Tinha 71 anos.

Henrique, entre outras muitas façanhas, correu as Mil Milhas de 1959 com seu pai Karl numa deka “risadinha” e foi nada menos que quarto colocado na geral. No Blog do Sanco tem um bonito texto sobre a homenagem feita a ele em dezembro de 2008 em Tarumã. Essa foto aí do lado tirei de lá.

Os Iwers tinham um conhecimento e uma paixão pelos DKW que faziam deles competidores tão fortes quanto qualquer um da equipe de fábrica da Vemag. Fora que eram pilotos excepcionais. Verdadeiros gênios. O Mestre Joca conta algumas histórias aqui.

Karl, seu pai, costumava correr com o número 76. Henrique, com o 9. Depois que a Vemag foi vendida, eles continuaram envolvidos com automóveis e foram donos de uma revenda VW no Sul. Não sei se ainda existe.

Os dois tempos vão ficar em silêncio hoje.

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O CASO TARSO (2)

SÃO PAULO (uia) – Pinga na caixa de e-mails release da CBA informando que o STJD reduziu a pena de Tarso Marques de dois para um ano. Reduzir a pena significa que ele foi considerado culpado no caso de doping. Teve uma pena inicial de dois anos que caiu para um.

Na sua página no Facebook, Paulo de Tarso, ex-piloto e ex-dono de equipe que de acordo com sua página na rede social vive em Miami, depois que seu caminhão da Stock pegou fogo na estrada alguns anos atrás, disse que vai me processar por calúnia e difamação. Gostaria de saber exatamente qual acusação será feita. A Revista WARM UP revelou que o piloto foi pego no doping e que ele foi suspenso por dois anos. E que a CBA ocultou o resultado. E o que aconteceu? O piloto foi pego no doping e suspenso por dois anos. E a CBA ocultou o resultado. Vai ser uma causa difícil, essa. Acho que vou dispensar o advogado.

O fato de o STJD ter reduzido a pena não significa que ele tenha sido inocentado e que não tenha sido pego no doping. O assassino da jornalista Sandra Gomide, Pimenta Neves, também teve sua pena reduzida. Mas não deixou de ser assassino. Um exemplo extremo, mas é apenas para compreender a diferença entre inocência e redução de pena.

Abaixo, o comunicado da CBA no original, sem passar pelo revisor do Word. Volto logo depois para as considerações finais.

STJD reduz a pena de Tarso Marques

Superior Tribunal de Justiça Deportiva comutou a pena impost de dois para um ano

Rio de Janeiro, 6 de junho de 2011 – O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), julgou processo de redução de pena proposto pelo Piloto Tarso Annibal Sant´Anna Marques, em sessão realizada no dia 26 de maio.
O STJD resolveu, por unanimidade, reduzir a pena de dois para um ano, por uso de “Durateston” (substância considerada dopante), por entender que o Piloto era primário, de bons antecedentes e com excelente carreira no automobilismo nacional e internacional.
Como o Piloto já tinha cumprido mais de um ano de pena, entrou em condições de competição imediatamente.
Confederação Brasileira de Automobilismo
Assessoria de Imprensa

Legal. Como o piloto e seu advogado já tinham falado sobre isso, embora tentando convencer os incautos de que ele tinha sido inocentado, não é mais novidade. Falta saber, porém, qual foi o período exato do cumprimento da pena de um ano. Ele correu algumas provas no ano passado, não? A última, salvo engano, no dia 6 de junho em Ribeirão Preto. Portanto, no dia da redução da pena para um ano, 26 de maio, ainda não tinha dado um ano. Ah, essa CBA… Essa coisa de calendário gregoriano, também, só atrapalha.

Novidade, mesmo, é a CBA se pronunciar. E, diga-se, revelando, aí sim, algo inédito: a medicação que levou ao exame positivo de doping: Durateston.

Fui ver que diabos é isso. O Google ajuda, nessas horas. Dispensei as descrições contidas em sites de academias, outros especializados em musculação e mais alguns das tribos de marombeiros, nos quais a medicação parece ser bem popular. Fui a um site que reproduz bulas e a um outro que traz uma descrição razoável do negócio. A bula é meio assustadora. Nas indicações, fala em “terapia de reposição da testosterona em distúrbios hipogonadais no homem, p. ex.: após a castração; eunucoidismo; hipopituitarismo; impotência endócrina; sintomas do climatério masculino, tais como diminuição da libido e decréscimo da atividade mental e física”. No outro, em termos menos clínicos, explica-se que é um anabolizante à base de quatro compostos diferentes de testosterona. Para quem não tiver muita paciência de ler tudo, destaquei alguns pontos:

– O composto ficou muito popular nas academias, utilizado para ganho de massa muscular e queima de gordura nos músculos.
– A sua grande capacidade de aumento de massa muscular pode ser explicada na ação da testosterona. Esses vários tipos de testosterona agem de maneira a prolongar a atuação da droga no organismo.
– Outra particularidade é o aumento da força dos músculos, além do ganho de massa muscular. Alguns esteróides anabolizantes conseguem excelentes resultados no aumento de massa, porém esse aumento é relativo e se dá com base na retenção de líquidos nos músculos. Esse efeito é mínimo com a durateston.
– Através do efeito da testosterona há uma sensível diminuição da taxa de gordura. O efeito de aumento de massa muscular é devido ao claro sinal que a testosterona envia para as células. Células, armazenem a máxima quantidade de proteína possível. Esse armazenamento de proteínas é considerado o efeito anabólico primário. Porém, a durateston pode ser considerada uma droga anticatabólica também. Ela evita a o catabolismo celular. Resultado, tem-se uma grande mudança nas células das fibras musculares.
– A possibilidade de efeitos colaterais durante o uso de durateston é extremamente alta. Em usuários que utilizam a durateston por tempos prolongados, a queda de cabelo pode ser acelerada. Podem surgir acne, perda do apetite sexual. Na parte sexual, os homens podem ter ginecomastia, o aumento das glândulas mamárias. Um dos efeitos colaterais mais graves é o efeito na próstata. A próstata pode ter uma hipertrofia, podendo assim causar câncer. Ainda nos homens, pode haver aumento desproporcional dos testículos.
– A durateston apresenta vários efeitos colaterais. Pode-se destacar o aumento da agressividade da pessoa.

Muito bem. É simples entender porque uma medicação dessas é considerada dopante. Quando se fala de esporte, não estão competindo em condições iguais, em qualquer modalidade, um atleta que não toma nada e outro que injeta uma medicação que aumenta sua massa muscular, reduz a taxa de gordura etc. Caso clássico de doping por esteróides anabolizantes. Ben Johnson, lembram? No caso do automobilismo, tomar alguma medicação que além disso tudo também aumenta a agressividade é ainda mais grave.

E, de minha parte, mais nada tenho a declarar sobre o assunto.

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COISINHAS FOFAS

SÃO PAULO (velinhas pra ele) – A Fiat está comemorando 35 anos do lançamento do 147. O Terra fez uma linda galeria de fotos para festejar a simpaticíssima e inesquecível caixa de fósforos, com todas suas versões e modelos. Fotos ótimas, daquelas de divulgação. Esse aí embaixo é meu modesto exemplar da safra 1983. E aqui, quem já teve um e do que se lembra daqueles tempos do carrinho pequeno por fora, mas grande por dentro?

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SIM, TEM

SÃO PAULO (como sempre) – Aos que perguntam se tem twitcam hoje à noite, sim, tem. A partir das 23h para falar dos temas mais palpitantes da semana. Vai ter brinde? Acho que não, mas se encontrar alguma coisa sem uso em casa, pode ser. Para assistir, tem o link aqui.

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2T NA VEIA

SÃO PAULO (pena que eles nunca me avisam…) – O Gustavo Delacorte mandou o vídeo deste encontro que aconteceu ontem em SP com vespeiros e lambreteiros da turma da Scooteria Paulista, que vive fazendo eventos legais. É uma mais linda que a outra, e tudo dois tempos. Demais!

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100% COTTON

Enviado pelo Jason Vôngoli. Leve, resistente, renovável. Anos à frente de todos os tempos.

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UFA

SÃO PAULO (e não ficou bom?) – Embora todos não tenham feito nada mais do que a obrigação, cumpre celebrar que a Prefeitura de SP e os organizadores da Indy outrora malhados neste espaço (e como citei para malhar, cito para “desmalhar”: Bandeirantes, ReUnion, SPTuris, e se esqueci de alguém, me lembrem) retiraram os guard-rails da avenida Olavo Fontoura, atrás do Anhembi. Aqueles mesmos que ficaram expostos ao tempo por mais de um ano depois da prova inaugural de 2010.

Agora, um mês depois da corrida deste ano, já está tudo guardado em algum lugar. Como se vê, não foi preciso fazer nenhuma licitação (como alegou o secretário de esportes no ano passado, um baita cascateiro, esse mesmo que agora foi enviado pelo prefeito para Londres, para “observar” como a cidade se prepara para a Olimpíada…), o trabalho é simples e nem leva tanto tempo assim.

No lugar das defensas metálicas, plantaram pequenos arbustos. A avenida ficou bonita. Pena que, por conta da retirada, SP perdeu um de seus mais visitados pontos turísticos. Não foi isso, também, que alegou um assessor da Prefeitura no ano passado? Que os guard-rails eram uma atração para quem vinha de fora, multidões que acorriam ao Anhembi para fotografar os históricos trechos da pista da Indy?

Passei por lá ontem, mas não conseguir tirar fotos. Quem puder, mande. Caso contrário, tento clicar esta semana. Parabéns aos envolvidos e obrigado por devolver à cidade nossa avenida.

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E os caras ficam falando de carro flex… Carro “verde” de verdade é esse aí.

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