Blog do Flavio Gomes
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OK, DE VOLTA

Saudade dói, não? Quem diria que sentiriam falta de mim… Bem, estou de férias. Uma vez por ano, reza a CLT, o trabalhador tem direito a 30 dias de folga. No meu caso, serão apenas sete. Relaxem, domingo volto para casa. Volta de onde, hão de perguntar. Angra dos Reis. Depois de pelo menos três […]

Saudade dói, não? Quem diria que sentiriam falta de mim… Bem, estou de férias. Uma vez por ano, reza a CLT, o trabalhador tem direito a 30 dias de folga. No meu caso, serão apenas sete. Relaxem, domingo volto para casa.

Volta de onde, hão de perguntar. Angra dos Reis. Depois de pelo menos três décadas só ouvindo falar, finalmente conheci Angra 1 e Angra 2. Não que seja sádico o bastante para passar férias visitando usinas nucleares, essa baboseira que no Brasil só serviu para enterrar dinheiro público por capricho de generais.

OK, vá lá, algo de bom existe nisso tudo. O Brasil, graças a suas Angras, domina parte da tecnologia nuclear. Boas gerações de cientistas se formaram a partir da instalação das usinas. Mas será que precisava? Passei pelas duas a caminho do hotel onde fico até domingo. Uma delas parece que não está funcionando, Angra 2.

Viagenzinha longa, 10 horas desde o Guarujá, depois de ter a infeliz idéia de percorrer a Rio-Santos para ver sua beleza natural, etc. Havia anos que não passava por essa estrada.

Mas não há beleza natural que resista a cruzar Bertioga, Maresias, Boiçucanga, Caraguá, Ubatuba, São Sebastião… Dez horas para percorrer 370 km.

Bem, cheguei. E hospedados estão, no mesmo hotel que eu e minha trupe, William Bonner, Fátima Bernardes e seus filhos. Deu vontade de dizer ao Bonner “tá ganhando mal, hein rapaz?”.

William trabalhou comigo há exatos 20 anos. Modo de dizer. Eu era repórter da SBPC em 1986, meu primeiro emprego de verdade, fazia um programa de ciência na Rádio Cultura. Chamava-se “Encontro com a Ciência”. Depois o programa passou para a Rádio USP. E adivinhem quem era locutor da Rádio USP na época? Ele mesmo, Bonner. Que gravou as vinhetas novas do programa, àquela altura chamado “Tome Ciência”.

Resumindo: as vozes de Bonner e a minha estiveram juntas num mesmo programa de rádio, o que me permite dizer que trabalhamos juntos, afinal. Depois disso William virou apresentador do Jornal Nacional. Eu continuei sendo o mané que sempre fui. Daí meu espanto ao me ver no mesmo lugar que ele, duas décadas depois.