Blog do Flavio Gomes
Gomes

A pedidos. Poucos, mas pediram

SÃO PAULO (onde está o pai do Jack?) – Semana retrasada, acho, fiz uma comparação das mais pertinentes entre carros de F-1 e caipirinhas na minha coluna Warm Up. Aí muita gente, uns três ou quatro, pediu para que eu desse a receita da minha espetacular caipirinha, a única coisa que sei fazer bem na […]

SÃO PAULO (onde está o pai do Jack?) – Semana retrasada, acho, fiz uma comparação das mais pertinentes entre carros de F-1 e caipirinhas na minha coluna Warm Up. Aí muita gente, uns três ou quatro, pediu para que eu desse a receita da minha espetacular caipirinha, a única coisa que sei fazer bem na cozinha (faço outras duas que meus filhos adoram, mas acho que é porque sou o pai: bisnaguinha com manteiga na chapa e ovo frito todo arrebentado).

Bem, é claro que não há propriamente uma receita para caipirinha, e sim jeito de fazer. Vou tentar explicar.

Antes de mais nada, caipirinha é individual. A receita é para um copo, nada de fazer de jarra que dá errado. Ela deve ser feita nesses copos mais largos, tipo de uísque.

– Pegue um limão grande e corte-o em oito pedaços.
– Retire as rebarbas brancas mais grossas da casca, que deixam a bagaça amarga.
– Coloque os pedaços dentro do copo, ponha uma colher de chá de açúcar (adoçante, nem pensar!) e um golinho de pinga, bem pouco
– Amasse com aquele treco de madeira que não sei o nome até formar uma gororoba pastosa; esprema bem, mas não precisa assassinar o limão, porque se pega na casca fica amargo.
– Agora a parte mais importante: o gelo. Jamais use esses cubos de gelo furados no meio, que derretem fácil e a caipirinha fica aguada. Use cubos de gelo das fôrmas tradicionais. Se forem muito grandes, arrebente-os com o negócio de madeira.
– Sobre o gelo, coloque mais umas duas colheres de chá de açúcar.
– Agora coloque a pinga, devagar. O gelo funciona como uma serpentina, porque pinga geralmente é quente, ninguém guarda na geladeira. Um dos maiores erros dos caras que fazem caipirinha em restaurante é colocar a pinga antes do gelo. Isso é muito importante: pinga, só depois do gelo.
– Não precisa encher até a boca porque senão fica forte demais. Depois disso, pegue um copo igual, vire-o sobre o outro e dê uma chacoalhada para misturar. Se tiver uma coqueteleira, dá para fazer isso também, fica até melhor porque gela mais rápido. Nunca sirva sem essa chacoalhada. Mexer com colher ou palito não dá certo.
– Antes de servir, dê uma experimentada. Eu sempre experimento antes de servir para ver se ficou boa, ótima ou maravilhosa.

A propósito, os caras da Ferrari devem ter colocado a pinga depois do gelo, neste ano.