SÃO PAULO (prefiro Sonho de Valsa) – OK, OK, como diz aquele cara da TV que tem programa de fofocas, fazer Carnaval é caro, fantasias, destaques e carros alegóricos custam dinheiro. Por isso de uns anos para cá, os desfiles no Rio e em SP e sabe-se onde mais tem sido patrocinados. O governo de Minas, por exemplo, paga para a escola tal fazer um enredo sobre suas cidades históricas. Ou o da Bahia para que se faça um samba sobre berimbaus. Não sei exatamente qual o retorno de tais investimentos públicos para seus Estados/cidades, mas vá lá, pelo menos é financiamento de diversão e não de roubalheira.
Mas estão exagerando. A Caprichosos saiu com um enredo sobre o Espírito Santo. Até aí, tudo bem. Só que lá pelas tantas o sujeito que escreveu a letra enfiou “Serenata” e “Garoto” no samba, que falava também sobre chocolate.
A Garoto, que estava para ser comprada pela Nestlé (foi? acho que sim) é a maior empresa do Espírito Santo. Está na cara que comprou o desfile da Caprichosos. Até as fantasias da bateria pareciam embalagens de bombons Serenata (a única foto que arrumei tem a buda da madrinha da bateria em primeiro plano, mas dá para notar o que digo ao fundo).
Aí, desfile vira jingle. Aí a coisa começa a perder totalmente o encanto. Menos mal que o desfile vendido da Caprichosos não enganou ninguém e a escola ficou lá embaixo.
Ah, a rainha da bateria se chama Mel Britto, substituta da Luma de Oliveira. Foi bem puxando seus bombons batuqueiros.
