SÃO PAULO (a última ficha caiu) – Leio na “Folha” que o primeiro dia da “Caravana Rolidey” da Globo com seu ônibus azul acabou sendo mais um espetáculo deprimente, com gaúchos em trajes típicos posando de papagaios de pirata atrás de William Bonner.
A idéia do ônibus é ótima. Mas ele já foi apelidado internamente de “Priscilão”, uma referência a “Priscilla, a Rainha do Deserto”, ótimo filme australiano de 1994 dirigido por Stephan Elliott. Viadagem demais, na verdade, e é isso que será até o fim.
Melhor seria se este busão se comportasse como a trupe de Bye Bye Brasil, clássico de Cacá Diegues de 1979. Que, sim, pegou a estrada para descobrir o Brasil.
Esse carnaval todo do ônibus vai acabar sendo ridículo se a Globo não levar o negócio a sério. Se o ônibus é que vai virar notícia e atração turística em suas paradas, levando palhaços em trajes típicos para as praças para aparecer atrás do William Bonner e da Fátima Bernardes, melhor usá-lo como quadro daquele programa de sábado, panelão não sei do quê, do Luciano Huck. Babaquice por babaquice, que fique por lá.
E cá estou eu de novo falando da Globo. Nem vi o tal ônibus no “Jornal Nacional”. Enfim…
Perguntinha.
Alguém ainda tem coragem de comprar passagem da Varig? Ouvi ontem no rádio um advogado não sei das quantas indignado, em Londres, porque não conseguia voltar ao Brasil. Dizia que em seus 70 anos de vida nunca tinha passado por situação igual. Oh, pobre advogado. Se tem de voltar, compre uma passagem da British, uai. Há pelo menos três meses que ninguém com mais de dois neurônios compra passagem da Varig para ir à Europa.
O mesmo vale para o médico que perdeu seis cirurgias e estava na fila em Heathrow brigando por um hotel enquanto o avião não vinha (e ninguém sabe se virá). Está cheio de vôo para o Brasil, saindo da Europa. É só comprar um bilhete da KLM, Lufthansa, Iberia, TAP, Alitalia, Air France… Desconfio que essa turma viajou com bilhetes de milhagem, na faixa. “Vamos queimar as milhas antes que feche!”
Pois é. Foram de graça, querem voltar de graça. E ainda reclamam. E não entendem que a empresa quase faliu, foi comprada, está se reestruturando. Viajam de graça para se aproveitar da desgraça. Bem-feito.
No mais, estou indo embora, baby.