Blog do Flavio Gomes
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Álbum (sobre rodas) de família

SÃO PAULO (corre atrás, uai) – Hoje é dia do primeiro carro da família do blogueiro Vicente Miranda, frequentador assíduo deste espaço. Um Oldsmobile bordô que marcou sua infância. Foto e relato abaixo. “Eis aqui a foto do Oldsmobile 98 bordô, de 1950, que pertenceu a meus pais desde quase zero km. Um amigo do […]

SÃO PAULO (corre atrás, uai) – Hoje é dia do primeiro carro da família do blogueiro Vicente Miranda, frequentador assíduo deste espaço. Um Oldsmobile bordô que marcou sua infância.

Foto e relato abaixo.

“Eis aqui a foto do Oldsmobile 98 bordô, de 1950, que pertenceu a meus pais desde quase zero km. Um amigo do meu pai importou o Olds e meu pai, uma Buick. Minha mãe gostou do Olds e a mulher do amigo do meu pai se encantou com a Buick, que tinha a má fama de ferver
na serra para Petrópolis, além da problemática manutenção da transmissão Dynaflow. Foi feita uma troca e daí o Olds foi para nossa casa. Eu nem tinha perspectivas de vir ao mundo e meus pais curtiam a vida de recém-casados.

O Olds era um carro soberbo, minha mãe bem jovem aprendeu a dirigir nele e com ele tirou carteira de motorista. Era o principal carro da família, já que meu pai teve um Studebaker cuja idéia inicial era que ficasse para minha mãe, mas ela não curtiu a Stud e ficaram só com o Olds.

Em 1953, minha mãe grávida de oito meses, eu já me agitando lá dentro, pinta uma prova de quilômetro lançado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Uma onda, imaginem… Minha mãe procurou saber se havia perigo e informaram a ela que era super-seguro, que seria como dar uma acelerada forte na praia do Flamengo. Era só acelerar e frear.

Lá foi minha mãe para a Lagoa na véspera para os treinos. Alinhou o imponente Olds, acelerou o clássico motor Rocket e… fez o segundo tempo, apenas perdendo para um MG preparadíssimo para corridas. Dá para ver por que os MGs estão no meu sangue até hoje. Meu pai, quando soube do assunto, proibiu minha mãe de participar.

Lá pela metade dos anos 50, por um motivo alheio à nossa vontade, o belo Olds teve de deixar a nossa casa, mas a saudade ficou. Eu, ainda criança, ao vê-lo passar em frente à nossa casa, perguntava por que outra pessoa estava dirigindo o nosso carro.

Anos depois descobri o carro quase que simultaneamente a ter achado meu MGB Roadster 1967. Tive de fazer uma “Escolha de Sofia” e optar por um. O Olds era uma bela história passada pelos meus pais, o MGB faria uma história comigo. Respirei fundo e comprei o MG. Mas, se pudesse, também pegaria o velho Olds. Quem sabe o que pode acontecer no futuro?”