Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Um ano

SÃO PAULO (já?) – Às 14h58 do dia 5 de dezembro do ano da graça de 2005, este blog entrou no ar. Blog que começou sua vida com uma campanha pela preservação das Kombis com motores a ar. Blog que inventou de criar um concurso para definir a pintura do meu carro de corrida, que […]

SÃO PAULO (já?) – Às 14h58 do dia 5 de dezembro do ano da graça de 2005, este blog entrou no ar.

Blog que começou sua vida com uma campanha pela preservação das Kombis com motores a ar.

Blog que inventou de criar um concurso para definir a pintura do meu carro de corrida, que deu no #96, criação de Bruno Mantovani. Esse carrinho que tem fã-clube, torcida organizada, comunidades no orkut, um cara para tirar o pó, uma plataforma exclusiva e começou o ano virando em Interlagos em 2min45s. Agora vira em 2min34s, depois de uma porrada e uma quase capotagem.

Blog que ressuscitou o MUG, e que virou capacete em outro concurso, idealizado pelo Maurício Morais, da Paraíba, e executado pelo Thiago Amorim, do Rio.

Blog que um dia convidou a blogaiada para ver uma corrida da Superclassic, sugeriu que levassem uns comes & bebes para um verdadeiro farnel, e que deu no que deu.

Blog que revelou matusaléns, os Matuzas, e garotos e garotas interessados, os Mat-Boys e Mat-Girls.

Blog que trouxe à tona figuras ímpares como o Veloz-HP (fico num nome, se desandar a citar gente aqui, danou-se), que levou gente de volta a Interlagos depois de 20 anos, que saiu da esfera virtual para virar um negócio de verdade, pelo qual pessoas se conheceram, a partir do qual amizades nasceram, todos unidos pela mesma paixão por carros e corridas.

Blog que tem como regra única: é proibido falar mal de Lada, DKW e da Portuguesa. O resto pode.

Nestes 365 dias de blog escancarei meus gostos, preferências, temores, angústias, posições, idiossincrasias, convicções, contradições, opiniões, implicâncias, amores, desamores, lembranças, manias, maluquices, bati boca, ouvi calado, odiei muita gente, adorei muitas outras, abri a porta de casa.

Este blog gerou filhotes, fez gente que não se conhecia se conhecer, promoveu encontros, despertou memórias, resgatou histórias, mostrou fotos, vídeos, curiosidades, bobagens.

Em mais de duas mil postagens (haja assunto), acho que serviu para alguma coisa. Não sei quantas pessoas entram aqui por dia, não sei se todos voltaram um dia, não sei o tamanho da massa silenciosa, mas nada disso importa. Importa que este blog sou eu, nunca uma palavra sequer foi estampada aqui por outros dedos que não os meus, não há moderador, todo mundo diz o que quiser. Eu gosto, deixo, não gosto, tiro, é minha casa.

A mim, pelo menos, este blog serviu, e muito. Em um ano, aconteceu muita coisa. No dia 5 de dezembro de 2005, tudo que eu sabia do futuro é que passaria uma semana em Angra dos Reis e outra na Itália. Isso também não importa, não sei o que farei em 2007. No fim, sempre faço algo. Pelo menos o blog, este sei que continua.

Bem, tenho uma gravação bem cedinho e desconfio que só volto a um teclado depois do almoço. Assim, escrevam à vontade. Contem tudo. Contem como conheceram o blog, do que gostam, do que não gostam. Algo te marcou? Alguma coisa dita aqui, um dia, te fez refletir por um instante? Te fez me odiar? Me achar um pé no saco? Ou um gênio incompreendido? Ou um doido inofensivo?

Falem, essa história é de vocês, também. Quanto a mim, comerei uma fatia de bolo com uma vela solitária mais tarde. Em lugar incerto e desconhecido.

Ah, abaixo o pré-histórico primeiro post do Blig do Gomes. Apenas uma curiosidade arqueológica…

05/12/2005 14:58

Cheguei. Atrasado, mas cheguei.

Quando digo atrasado, é atrasado mesmo. Como o cara que esquece do casamento. Ou a noiva que falta. Cheguei atrasado à era dos blogs, em primeiro lugar. Embora meu guru Carlos Leonam, que escreveu o prefácio do meu livro, tenha dito que ele, o livro, nada mais é do que um precursor dos blogs. Em termos. Pelo que entendi, blog é coisa de todos os dias.

Anos atrás, na faculdade, acho que fiz um blog. Um professor não sei do quê nos pediu para escrever todos os dias. Qualquer coisa. Dia desses achei os escritos. Eu escrevia muito bem na época. Vou procurar de novo e se tiver paciência, coloco aqui.

Cheguei atrasado também no dia da estréia. É de bom tom começar o dia cedo, num blog. Mas meus dias nunca começam muito cedo, exceto quando tenho corrida em Interlagos. Sábado saí de casa às 6h30. De Kombi. Um vizinho me perguntou se eu tinha virado feirante.

Falando em Kombi, é uma das bandeiras que passarei a defender aqui. Preservem as Kombis! A Volkswagen vai acabar com os motores a ar. Lançaram uma série especial, 200 unidades, a 40 paus. Estou sem grana para comprar uma. Mas sei que na Inglaterra estão em polvorosa, os fãs dos motores a ar. Estão comprando todas. Farei uma campanha pelas Kombis igual à do Feltrin, do Ooooops!, pelos patos. Patos, que, a propósito, adoro devorar. Não tenho nada a aprender com os patos, nem com os gansos.

Bem, estamos no ar. Alea jacta est.