SÃO PAULO (ora, ora…) – A FIA acaba de divulgar um comunicado informando que a McLaren está sob investigação, suspeita de ter levado a cabo ordens de equipe para facilitar a vitória de Fernando Alonso ontem.
A mídia inglesa está histérica.
Matéria que mandei ontem para meus jornais, que explica o caso:
A McLaren se vangloria de nunca ter privilegiado piloto algum em disputas internas na equipe. Maior prova disso foi abrigar sob o mesmo teto a dupla explosiva Senna-Prost em 1988 e 1989. Mais recentemente, aconteceu o mesmo com os irascíveis Raikkonen-Montoya. Mas, ontem, o time puxou a sardinha para o lado espanhol de sua parceria. E o inglês não gostou.
Os fatos: Alonso e Hamilton largaram com estratégias diferentes. Duas paradas para Fernando, uma para Lewis. Alonso deveria fazer seu primeiro pit stop na volta 24 e Hamilton, na 36. Como ambos estavam bem próximos, o tempo a mais de pista que o britânico teria seria suficiente, em tese, para que ele fizesse voltas rápidas e assumisse a ponta na segunda parada do companheiro.
Mas Alonso parou na 26ª, e a McLaren antecipou a parada de Hamilton para a 29ª e mudou sua estratégia para dois pit stops. “Fiquei surpreso, porque eu tinha combustível para mais umas cinco voltas e me chamaram antes. Não pude abrir uma boa vantagem e vou conversar com o time para saber por que fizeram isso”, chiou Lewis, quebrando o clima de paz e amor que o time gosta de propagar.
“Normalmente não fazemos isso, mas como é Mônaco, e nos últimos cinco anos tivemos quatro entradas do safety-car nesta corrida, tivemos de decidir antecipadamente qual dos pilotos lutaria pela vitória”, admitiu o chefe Ron Dennis. “Por isso foram duas estratégias diferentes. Como equipe, sempre liberamos a competição. Mas Mônaco requer uma visão mais disciplinada para conseguir marcar o máximo possível de pontos, e é o que fizemos.”
Para tentar estancar o que poderia ser um início de crise, Hamilton fez uma declaração oficial dizendo que só venceria se Alonso cometesse um erro. “Mas ele é um bicampeão do mundo e eu sabia que ele não erraria nunca”, elogiou, no comunicado de imprensa da equipe.