Blog do Flavio Gomes
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Marcas do tempo

SÃO PAULO (implacável) – Ele ficou 50 anos debaixo da terra, mas numa “cápsula do tempo” que deveria resistir até a um ataque nuclear. Não resistiu às infiltrações do subsolo de Tulsa, pequena cidade de Oklahoma. O Plymouth Belvedere enterrado em 1957 e coberto com uma capa protetora saiu da cova e foi apresentado ao […]

SÃO PAULO (implacável) – Ele ficou 50 anos debaixo da terra, mas numa “cápsula do tempo” que deveria resistir até a um ataque nuclear.

Não resistiu às infiltrações do subsolo de Tulsa, pequena cidade de Oklahoma. O Plymouth Belvedere enterrado em 1957 e coberto com uma capa protetora saiu da cova e foi apresentado ao distinto público no centro de convenções da cidade.

Estragadinho, o coitado. No site deste jornal dá para ver as fotos. O interior todo apodreceu, há sujeira e ferrugem por todos os lados.

Diz o jornal que ele saiu coberto de barro, mas que alguém passou um paninho no pára-choque e um pedaço cromado reluziu, como se o carro desse um suspiro.

Originalmente, ele era dourado e branco. “É nossa tumba de Tutancâmon”, disse um cidadão citado no texto. Junto com o carro enterraram dez galões de gasolina, para o caso de, em 2007, a humanidade estar usando ar enlatado como combustível, e no porta-luvas colocaram um “kit mulheres de 1957”, com um frasco de tranquilizantes, batom, chiclete, lencinhos, cigarros, fósforos e exatos 2 dólares e 43 centavos. Não entendi o valor.

E mais: os nomes, num microfilme, das pessoas que participaram de um concurso cujo vencedor seria quem adivinhasse a população de Tulsa em 2007. O prêmio? O Plymouth Belvedere e uma poupança no valor de 100 dólares da época, valor que, corrigido, dá 1.200 verdinhas. Para todos os efeitos, são 382.457 almas que vivem em Tulsa.

Sexta-feira que vem, dia 22, um cabra que tem um programa de TV sobre carros vai tentar funcionar o motor do Belvedere. Claro que vão vender ingressos para quem quiser ver a tentativa.

E assim ficou o Plymouth…