Blog do Flavio Gomes
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Quem é o problema

SÃO PAULO (benditas férias) – De tudo que aconteceu em Budapeste, fico com a impressão de que Alonso ganhou muito internamente na equipe e Hamilton perdeu. Lewis foi rude e mal-educado pelo rádio com Ron Dennis, o homem que o pegou no colo aos 13 anos e disse “venha ser piloto de F-1”. Dennis detesta […]

SÃO PAULO (benditas férias) – De tudo que aconteceu em Budapeste, fico com a impressão de que Alonso ganhou muito internamente na equipe e Hamilton perdeu. Lewis foi rude e mal-educado pelo rádio com Ron Dennis, o homem que o pegou no colo aos 13 anos e disse “venha ser piloto de F-1”. Dennis detesta ser desobedecido e desacatado. As duas coisas aconteceram no sábado. E partiram de quem ele menos esperava. A essa altura da vida, admitamos, Dennis não achava que algum piloto seu mandá-lo-ia “se foder” pelo rádio.

A equipe enxerga em Hamilton o verdadeiro culpado por tudo que aconteceu e pelos pontos que deixou de marcar. E Lewis assumiu uma postura de certa superioridade, na linha “fiz o que achava que tinha de fazer, acabou”.

À ITV, algumas frases do inglês: “Acho que arrumei uma grande encrenca com meu patrão. Quando cheguei à reunião com meus engenheiros, percebi que tinha feito algo ao time. Foi estranho. Ron estava extremamente irritado comigo. Não sei se está ainda. Quando você não obedece a uma ordem de equipe dada pelo próprio dono, aquele que lhe deu uma oportunidade, é uma situação difícil. Mas no fim das contas você tem de se posicionar em relação ao que acredita e ao que sente. Naquela hora eu tomei a decisão de desobedecer a equipe e pronto. Depois a equipe me explicou tudo e me desculpei pelo que fiz. Disse a Ron que não vai acontecer de novo”.

Sobre Alonso: “Não acho que ele tenha grandes desculpas para o que aconteceu, e o que aconteceu leva a certas situações… Eu e Fernando estamos nos dando bem neste ano, até jogamos Playstation juntos aqui. Não vou dizer que temos grandes e profundas conversas, vou tentar continuar assim, mas não é fácil”.

Não, não será.

Isso posto, Alonso… Que chegou tranquilo ao autódromo, diferentemente de Monza no ano passado, disse que achou a punição “engraçada”, como se fosse um pênalti mal marcado, que o resultado da prova foi definido no sábado à noite e deu um nome à crise da McLaren: Lewis Hamilton. Que, segundo ele, “não conversa com mais ninguém no time”. “As coisas estão mudando muito de uma corrida para outra. Eu não tenho problema algum, é a equipe que tem o maior de todos.”

Com o que, de certa forma, Dennis concorda. “Não há inocentes aqui. Não houve nenhuma outra equipe envolvida, fomos nós que nos colocamos nessa posição. E vamos estudar cuidadosamente, depois desta corrida, os rumos a tomar”.

Saldo: Hamilton chamuscado, Alonso fortalecido e sorte da McLaren que chegaram as férias. Tempo para colocar a casa em ordem e tentar evitar que seus dois pilotos se tornem inimigos mortais.