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Meu palpite: Heidfeld

SÃO PAULO (aceito apostas) – A McLaren não deve ir de mãos abanando para Paris na quinta-feira. Diante de tantas evidências de que usou, sim, dados surrupiados da Ferrari — se não para construir o carro, pelo menos para “adaptá-lo” aos pneus Bridgestone a partir das informações repassadas por Nigel Stepney —, o jeito será […]

SÃO PAULO (aceito apostas) – A McLaren não deve ir de mãos abanando para Paris na quinta-feira. Diante de tantas evidências de que usou, sim, dados surrupiados da Ferrari — se não para construir o carro, pelo menos para “adaptá-lo” aos pneus Bridgestone a partir das informações repassadas por Nigel Stepney —, o jeito será abandonar a defesa e partir para o ataque.

Munição, o time tem. Mas terá de recorrer ao pivô de toda essa confusão, Stepney. Algumas semanas atrás o ex-chefe dos mecânicos disse que sabia onde estavam escondidos “todos os esqueletos da Ferrari”. Se Ron Dennis quer se safar de levar uma martelada no meio da idéia, vai precisar dos ossos.

Quais seriam os esqueletos anunciados por Stepney? Irregularidades técnicas de ontem e de hoje? Decisões internas que ferem regulamentos? Eu costumo dizer que em automobilismo todo mundo rouba, até ser pego. Aí inventa-se uma desculpa qualquer, em geral “interpretação errada”, e segue o cortejo.

As punições dependem do tamanho dos faltosos. A BAR, por exemplo, levou um gancho de duas corridas um dia porque usava um tanque extra. Um macete que se tivesse sido inventado pela Ferrari, seria tratado como “interpretação indevida”. A Renault, no ano passado, teve de tirar os amortecedores de massa. Se foram considerados irregulares, por que não perdeu pontos? Nesse caso, uma no cravo, outra na ferradura: tira, que não punimos. A FIA mordeu e assoprou.

Se aparecer em Paris munido de um dossiê contando tudo que a Ferrari fez de errado nos últimos anos, algo que só Stepney poderia fornecer, Dennis tem chances de compor algum acordo. A gente fica quieto daqui, vocês ficam quietos daí e a FIA que se vire para elaborar um relatório que pune, mas não pune. Ou aplique uma multa por “negligência” do time na condução de seus funcionários. Sei lá. Ginástica literária Max Mosley sabe fazer. É advogado.

Mas se forem levar tudo a ferro e fogo, a McLaren leva uma paulada e a Ferrari, dependendo da artilharia obtida por Stepney, vai junto. É algo altamente improvável, mas seria divertido. Tirariam os pontos de todo mundo, cassariam títulos, mandariam todos para as masmorras e o título seria decidido entre Heidfeld e Kubica.

Nesse caso, aposto em Heidfeld.