Blog do Flavio Gomes
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…e Hamilton errou

SÃO PAULO (ficou bonito) – E errou quando não podia. E deu chance para o azar. Hamilton pode ter jogado seu título pela janela, porque agora tem uma obrigação em Interlagos: chegar pelo menos em segundo, caso Alonso vença. Há que se perdoar o inglês, que passou 15 corridas sem fazer nenhuma grande besteira. Só […]

SÃO PAULO (ficou bonito) – E errou quando não podia. E deu chance para o azar. Hamilton pode ter jogado seu título pela janela, porque agora tem uma obrigação em Interlagos: chegar pelo menos em segundo, caso Alonso vença.

Há que se perdoar o inglês, que passou 15 corridas sem fazer nenhuma grande besteira. Só que essa foi monumental. A McLaren, curiosamente, já assumiu a culpa. Mas é cuidado desnecessário, porque Lewis mesmo disse que errou.

Ironia do destino: atolou na brita, que praticamente não existe mais em áreas de escape dos autódromos modernos.

O Mundial desembarca no Brasil com três pilotos lutando pelo título, algo que não acontecia, em corrida de encerramento de temporada, desde 1986 com Prost x Mansell x Piquet — deu Prost, que chegou à Austrália como vice-líder.

A tarefa de Alonso não é fácil, e menos ainda a de Raikkonen, que brilhou de novo e já é o maior vencedor do ano, com cinco triunfos. Mas Hamilton vai precisar de nervos de aço para suportar o peso da possível perda inesperada.

Fernandito, por sua vez, terá de tourear a equipe que o odeia e que acusou de sabotagem, não tão sutilmente, no sábado. Interlagos vai ter um fim de semana de arrepiar, em resumo.

Aos pitaquinhos, agora…

– Raikkonen, quietinho, quietinho, se coloca na briga pelo título e se firma como primeiro piloto da Ferrari. Massa gastou mais os pneus que ele. E por isso teve de colocar borracha nova antes, para pista seca, bem na hora em que caíram algumas gotas.

– Alonso deve ter desligado o rádio quando viu Hamilton na brita. Se a equipe o ouvisse gargalhar, ficaria mal…

– E o desespero de Ron Dennis? Empurrando o carro de Hamilton pelo monitor… Claro que o dono da McLaren quer Lewis campeão. Mas, desta vez, não tinha grua para ajudar.

– O erro de Hamilton não foi nem ter ficado tempo demais na pista com seus pneus em frangalhos. Foi, primeiro, se defender de Raikkonen desnecessariamente. E, depois, e mais grave, entrar nos boxes daquele jeito meio espalhafatoso. Foi um daqueles erros históricos, que ninguém mais vai lembrar se ele for campeão, mas que carregará para todo o sempre nos ombros se perder o título.

– Vettel, esse é o cara! Punido com perda de cinco posições no grid, largou em 17º e chegou em quarto. De Toro Rosso! Foi o grande nome da corrida.

– Liuzzi também fez bonito, segurando Heidfeld a prova toda. Bobão, esse Liuzzi. Se tivesse corrido a temporada toda assim, não perderia o emprego.

– Button também entra para a galeria dos santos milagreiros de Xangai, pois chegar em quinto com a Honda, e andando bem, não é fácil. Missão impossível, Keanu Reeves (abaixo) que o diga. Barrichello, de novo, sumiu. (Reeves não fez “Missão Impossível”, um blogueiro alertou. Verdade, me confundi. Mas deixemos meu erro registrado. Não vi o filme, de qualquer forma…)

– Estava gostando da corrida de Ralf. Mas, para variar, o alemão abusou e abandonou.

– A Renault deixou de pontuar pela primeira vez no ano.

– A BMW Sauber não se deu bem na Ásia: apenas quatro pontos em duas corridas. Mas Kubica, se não parasse mais, podia até pensar em vitória. Só que quebrou.

– Massa é mesmo ruim de chuva.

– Façamos as contas, agora: Hamilton 107 x Alonso 103 x Raikkonen 100. Para ser campeão, de novo Lewis precisa chegar na frente de Alonso. E pode chegar atrás de Kimi, desde que o finlandês não empate nos pontos. Exemplo: Raikkonen em primeiro com Lewis em sexto é resultado que favorece Kimi. Se Alonso vencer, Hamilton precisa terminar em segundo. Vitória do espanhol e terceiro do inglês é igual a 113 pontos para cada, mas Fernandito leva a taça no número de vitórias. Com Alonso em segundo e Hamilton em quinto, dá Hamilton. E seria um desempate dramático. Eles terminariam com o mesmo número de vitórias, segundos, terceiros e quartos. O inglês levaria a taça por ter um quinto a mais. Assim, se Alonso não quiser fritar os miolos fazendo contas, é melhor vencer.

– Foi um bom GP, embora a chuva tenha decepcionado. Que espécie de furacão é esse? Mas a pista estava molhada, e isso acabou sendo decisivo. Foi uma daquelas provas em que a experiência contou, embora Vettel, moleque de tudo, desminta a tese de que só veteranos de guerra poderiam se sair bem naquelas condições.

– Agora preciso escrever. Quanto à blogaiada, que se comporte. Qualquer comentário com “huahuahua” e “chupa fulano” ou “chupa beltrano” será sumariamente apagado. Chega de babaquice aqui.