Blog do Flavio Gomes
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el cordobés (6)

CÓRDOBA (sorry pelo atraso) – São só dois dias de rali e parece que estou aqui há anos. Parece que sempre estive aqui. Ou, pelo menos, que sempre quis estar aqui. Queria ter visto os Audi quattro, os Lancia Delta e Stratos, os Renault 5, os Alpine… Acho que preciso dar uma reciclada. Que está […]

CÓRDOBA (sorry pelo atraso) – São só dois dias de rali e parece que estou aqui há anos. Parece que sempre estive aqui. Ou, pelo menos, que sempre quis estar aqui. Queria ter visto os Audi quattro, os Lancia Delta e Stratos, os Renault 5, os Alpine…

Acho que preciso dar uma reciclada.

Que está em curso, e quinta à noite eu e o Nicolas, da “Gazeta do Povo” de Curitiba, ficamos para trás e tivemos de ir de táxi ao centro de Córdoba para ver a largada promocional da terceira etapa do WRC.

Na F-1, com uma credencial no peito, os caminhos vão sendo abertos. Faixas exclusivas, catracas eletrônicas, a elite da elite da elite.

Pois nossas credenciais no peito serviram para o motorista nos largar mais ou menos perto da grande avenida onde foi montado o palco/rampa por onde os carros passavam e de onde os pilotos, uniformizados e sorrindo o tempo todo, acenavam para a multidão lá embaixo.

Multidão da qual eu e o Nicolas e todos os que tinham credenciais no peito fazíamos parte, porque a praça do rali é do povo como o céu é do avião.

Calcularam, no jornal, que havia 40 mil pessoas nas ruas para ver os carros que, na manhã seguinte, cairiam na folia da lama. Surpreendentemente o tempo melhorou e a noite estava agradável e sem chuva. Fiquei espantado com a quantidade de velhinhos e velhinhas espremidos no meio de jovenzinhos e jovenzinhas. E com a enorme quantidade de garotinhos e garotinhas nos ombros de seus pais e mães, vibrando e gritando a cada carro que descia da rampa. Todos querendo tocá-los e receber dos pilotos um aceno, um olhar que fosse.

Na praça um pouco mais para cima, manifestantes faziam um panelaço, queimavam pneus e gritavam palavras de ordem contra a presidente da Argentina.

Carros e panelas convivendo na boa, num país que se manifesta e vai às ruas apaixonadamante por qualquer motivo.

Com algum esforço e depois de alguns telefonemas a turma se juntou e fomos todos jantar. Descobrimos que nosso grupo, que inclui os jornalistas e o pessoal da Pirelli de toda a América Latina, poderia participar de um reality-show de sósias. Temos um Carlitos Tevez, um Michael Schumacher, um Petter Solberg, um Fernando Meligeni e um Gugu Liberato (eu; triste destino).

Dormir? É luxo, em rali. Às 8h, ordens da chefia, todo mundo na recepção, café tomado e jaquetas a postos, porque iria chover.

E choveu mesmo.