PEQUIM (chororô) – Os jornais de hoje no Brasil, possivelmente, vão estampar em suas primeiras páginas fotos de Diego Hypólito atônito levando um tombo no final de sua apresentação — que de acordo com os especialistas vinha sendo muito boa até o último movimento.
Diego chorou muito, disse que não tinha condições de falar com os jornalistas, voltou atrás, deu entrevistas e pediu desculpas ao povo brasileiro. Abro mão da minha parte, atleta nenhum precisa se desculpar comigo por não ganhar o que achava que ia ganhar. Faz parte do jogo, a medalha seria dele, não minha.
O que percebi, na verdade, é que os resultados em geral da ginástica foram bem ruins para a equipe brasileira. Nenhum dos candidatos a medalhas conseguiu nada. Jade Barbosa se sentiu aliviada porque “finalmente acabou”, não aguentava mais a pressão (enorme, ela será apedrejada quando chegar ao Brasil; esses atletas às vezes exageram, você conhece alguém que “pressionou” a pobre Jade?), Diego caiu sentado e disse que “não acreditava” e Daiane dos Santos, a única que, para mim, encara as coisas de um jeito mais realista, avisou que no fim do ano pára com a ginástica para voltar a estudar.
Com a saída daquele técnico ucraniano que inventou a ginástica no Brasil, receio que o “efeito Guga” pode se abater sobre a modalidade. Quando o Guga ganhava torneios por aí, todo mundo falava de tênis. Começou a perder, o tênis deixou de existir. É só ver onde está o Brasil na Davis. No caso da ginástica, viramos todos especialistas em duplo twist carpado — eu continuo sem ter a menor idéia do que seja isso — quando Daiane, com toda sua simpatia e graça, desandou a ganhar medalhas pelo mundo. Sem ela, e sem resultados, pode apostar: ninguém mais vai falar de duplo twist carpado, até aparecer algum novo fenômeno meio sem-querer.
Espero que nem todos chorem. Se 1,3 bilhão de chineses começarem a chorar ao mesmo tempo, vai inundar estar merda toda.