Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

MEDALHA, MEDALHA, MEDALHA

PEQUIM (nem tudo que reluz) – Uma das coisas boas desses megaeventos é que a gente ganha uma porção de livros que jamais compraria — eu, pelo menos. Um desses é um baita guia com a história dos Jogos Olímpicos em números, medalha por medalha, que faria a alegria do Mutley. O compêndio é ótimo. […]

PEQUIM (nem tudo que reluz) – Uma das coisas boas desses megaeventos é que a gente ganha uma porção de livros que jamais compraria — eu, pelo menos. Um desses é um baita guia com a história dos Jogos Olímpicos em números, medalha por medalha, que faria a alegria do Mutley.

O compêndio é ótimo. Traz Olimpíada por Olimpíada, esporte por esporte, prova por prova, destaca atletas recordistas, é daqueles que transformam qualquer um em especialista.

E muitas curiosidades, também. Exemplo: 139 países, até hoje, ganharam medalhas nos Jogos. Alguns não existem mais, como a Alemanha Oriental, que até hoje é a oitava colocada no ranking com 153 de ouro, 129 de prata e 127 de bronze. Na disputa particular com outra nação extinta, a Alemanha Ocidental, a do Leste dá um banho. A Alemanha rica ganhou 56 de ouro, 67 de prata e 81 de bronze.

Os EUA lideram em tudo. Têm, no total, 2.177 medalhas — 891 de ouro, 687 de prata e 599 de bronze. A União Soviética é a segunda colocada com 1.017 no total. Grã-Bretanha (660), França (593) e Itália (495) completam o “top five”.

O Brasil aparece em 38º no ranking, com 17 ouros, 21 pratas e 38 bronzes, 76 no total. É engraçado que em algumas edições antigas, alguns países se inscreviam em duplas em certas modalidades. Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, ou Grã-Bretanha e EUA. Os britânicos, aliás, foram mestres nisso. Fizeram duplas, igualmente, com Austrália, Alemanha, Boêmia (suponho que seja o que é hoje a República Checa), e teve também EUA-França, Suécia-Dinamarca, México-Espanha, uma zona federal.

No placar geral dos países vencedores de Olimpíadas, os EUA têm grande vantagem. Ficaram em primeiro lugar nos Jogos de Atenas/1896, Saint Louis/1904, Estocolmo/1912, Antuérpia/1920, Paris/1924, Amsterdã/1928, Los Angeles/1932, Londres/1948, Helsinque/1952, Tóquio/1964, México/1968, Los Angeles/1984, Atlanta/1996, Sydney/2000 e Atenas/2004.

A extinta União Soviética foi campeã em Melbourne/1956, Roma/1960, Munique/1972, Montreal/1976, Moscou/1980 e Seul/1988. Em Barcelona/1992, como a URSS tinha sido dissolvida e não deu tempo de formar delegações à parte para cada república, o ex-país disputou os Jogos como Comunidade dos Estados Independentes, e também ganhou.

França (Paris/1900), Grã-Bretanha (Londres/1908) e Alemanha (Berlim/1936) foram as outras nações vencedoras.

Entre os homens, o fundista finlandês Paavo Nurmi (1897-1973) é o atleta mais bem-sucedido da história. Ganhou nove medalhas de ouro e três de prata. Mark Spitz (natação) e Carl Lewis (atletismo) também ganharam nove ouros, mas no ranking geral perdem para Nurmi porque têm menos medalhas no total. Todos eles devem ser superados neste ano por Michael Phelps, que já tem seis ouros e pode chegar a 14 se vencer todas as provas que pretende ganhar nas piscinas de Pequim. Quatro ele leva, fácil. Com 15 no total (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze nos Jogos de 1972, 1976 e 1980), o ginasta soviético Nikolai Andrianov é o maior colecionador de medalhas de todos os tempos.

Entre as mulheres, também é soviética a maior medalhista de todas: a ginasta Larissa Latynina, com 18 no total (nove de ouro, cinco de prata, quatro de bronze). Larissa, pelos números, é o maior nome de Olimpíadas em todos os tempos. Um fenômeno.

É isso aí. Podem perguntar que eu respondo. Virei especialista.