Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

A VELA DO MUNDO É NOSSA

PEQUIM (acabando…) – Vamos ver… fim de tarde aqui, vocês devem estar tomando o café da manhã. Então, para lhes poupar a leitura dos jornais, saibam que na madrugada o Brasil ganhou uma medalha de prata, na vela, classe star, com Roberto Scheidt e Bruno Prada — que tem nome de bolsa, o cara já vem […]

PEQUIM (acabando…) – Vamos ver… fim de tarde aqui, vocês devem estar tomando o café da manhã. Então, para lhes poupar a leitura dos jornais, saibam que na madrugada o Brasil ganhou uma medalha de prata, na vela, classe star, com Roberto Scheidt e Bruno Prada — que tem nome de bolsa, o cara já vem com patrocínio embutido.

A prata da “nossa vela” (como dirão os apresentadores de TV hoje) levou a delegação do COB à 35ª posição, neste instante, no quadro de medalhas. O Brasil está entre Turquia e Bulgária. Vamos ver se me lembro de cabeça: ouro na natação (Cielo), prata na vela e cinco bronzes, sendo três no judô (Tiago Camilo, Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro), um na natação (também do Cielo) e um na vela (as meninas da 470, Fernanda e Isabel). O bom de nascer em país fraco em esportes é que as medalhas a gente decora. Imagine se eu fosse australiano, por exemplo. Seriam 37 para lembrar. Até agora.

Assim, temos judô 3 x vela 2 x natação 2. São as modalidades que ganharam medalhas para o Brasil em Pequim. Restam duas chances no vôlei de praia masculino, já que há uma dupla na final e outra lutando pelo bronze (no feminino, as meninas perderam hoje na decisão do bronze), duas no futebol (o feminino decide o título hoje com os EUA e o masculino pega a Bélgica pelo bronze) e talvez duas no atletismo, no salto triplo com Jadel Gregório e no salto em distância com Maurren Maggi. Há quem acredite no revezamento 4 x 100 m, mas acho difícil.

O hipismo, juro que não estou acompanhando direito. Desde que disseram que aquele cavalo do Rodrigo Pessoa, cujo nome era muito complicado de pronunciar, “amarelou” numa competição, preferi deixar as coisas equestres para quem gosta de montaria. Pobre do cavalo. E, claro, tem os “vôleis de gente”, como um amigo chamou hoje o vôlei de quadra, com boas chances para as duas seleções, que são ótimas.

Garantidas mesmo, portanto, nove medalhas: as sete já conquistadas e duas nas finais do vôlei de praia e futebol feminino — no mínimo, prata. Pelas minhas contas, a delegação do COB deve fechar os Jogos com 14 ou 15 medalhas, mas não sei se será fácil igualar as cinco de ouro de 2004.

A vela, com a medalha de Scheidt e Prada hoje, chega a 16 conquistadas em todas as Olimpíadas. O judô faturou 15. O atletismo, 13. A vela tem também o brasileiro com a maior coleção de medalhas olímpicas, Torben Grael, ouro em 1996 e 2004, prata em 1984 e bronze em 1988 e 2000, o que faz deste o verdadeiro esporte nacional do Brasil, que futebol que nada! 

No quadro geral, são 79 países medalhados, e foram distribuídas 221 de ouro, 222 de prata e 253 de bronze. No total, 696. A China segue liderando com 45 de ouro (81 no total), seguida pelos EUA com 27 douradinhas (83 no total).

Mas a líder de verdade no total é a URSS (a Rússia e as antigas repúblicas soviéticas), claro, com 108 medalhas conquistadas, sendo 26 de ouro, 32 de prata e 50 de bronze. Um show.