Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

PALÁCIO DO BRONZE

PEQUIM (hoje está dando para ver o céu) – Eis a tchurma bronzeada do judô, que deu coletiva agora há pouco em Pequim na Casa Brasil, o quartel-general brasileiro na cidade. Tem cafezinho e biscoitos. Tinham me pedido para pegar um punhado de Sonho de Valsa e trazer para o IBC, mas não encontrei. Acho que […]

PEQUIM (hoje está dando para ver o céu) – Eis a tchurma bronzeada do judô, que deu coletiva agora há pouco em Pequim na Casa Brasil, o quartel-general brasileiro na cidade. Tem cafezinho e biscoitos. Tinham me pedido para pegar um punhado de Sonho de Valsa e trazer para o IBC, mas não encontrei. Acho que acabou.

A Casa Brasil fica num hotel, onde há muitos turistas brasileiros hospedados. Todos fantasiados de Pacheco. São aqueles que a gente vê em todo evento esportivo internacional, seja onde for e da modalidade que for, e nunca sabe de onde vêm e como arrumam grana para essas coisas. Um bando de desocupados. Aqueles que usam peruca verde-amarela, sacumé? Malaças. Adoram aparecer nas transmissões de TV e levam cartazes onde se lê “Galvão, filma eu!”.

Bom, mas eles não importam muito, o importante era a tchurma do judô, que orgulhosamente apresento a Vossas Senhorias, da esquerda para a direita: Ney Wilson, coordenador da equipe; Luiz Shinohara, técnico do masculino; Leandro Guilheiro, medalhista em Atenas e Pequim, bronze em ambas; Ketleyn Quadros, a Keka, bronze em Pequim; Rosicléia Campos, técnica do feminino.

A façanha da Keka tem enorme importância. É a primeira brasileira medalhada em competições olímpicas individuais. Mas a menina não sacou a dimensão do que fez. “Eu ainda não tenho noção do que isso representa. Só sei que estou muito feliz e queria dar uma pirueta de felicidade no pódio. Espero que esta medalha não seja a última das meninas.”

O judô empatou com a vela como esporte olímpico mais bem-sucedido do Brasil. Pode passar, hoje. Daqui a pouco, porque o Tiago Camilo vai lutar. O Leandro disse que está torcendo. “Vou puxar a sardinha para o judô, claro. Se passar a vela, vou ficar feliz.”

Fico imaginando uma rivalidade sangrenta entre judocas e velejadores, com velejadores enforcados nas faixas dos judocas e judocas embrulhados nas velas das embarcações e sendo atirados no fundo do oceano.

Foi apenas uma divagação, não me levem tão a sério assim.