Blog do Flavio Gomes
Pequim 2008

UMA HAND PARA O ALÊ

PEQUIM (corre, Gomes!) – Serei honesto. Não acompanho handebol. E hoje, quando me escalaram para receber um jogador no aeroporto, fiquei meio assim. Mas havia um bom motivo. O jogador, Alê, foi chamado às pressas para a seleção porque um outro, Jaqson, assim mesmo, com q, foi suspenso por doping. Então, havia uma história: o […]

PEQUIM (corre, Gomes!) – Serei honesto. Não acompanho handebol. E hoje, quando me escalaram para receber um jogador no aeroporto, fiquei meio assim. Mas havia um bom motivo. O jogador, Alê, foi chamado às pressas para a seleção porque um outro, Jaqson, assim mesmo, com q, foi suspenso por doping. Então, havia uma história: o cara chegando em cima da hora, aquelas coisas.

Fomos ao aeroporto, eu e Sidão, o câmera, e o vôo, que vinha de Toronto, chegou 50 minutos antes do previsto. Mas como vi a tripulação da Air Canada saindo pelo portão (nessas horas ajuda conhecer uniformes de aeromoças), imaginei que Alê ainda estaria lá dentro.

Serei honesto. Nunca vi o Alê mais gordo, nem mais magro. Mas imaginei que ele viria com o uniforme do Brasil, e realmente ele veio. Gritei “Alê!”, e ele olhou, então era o Alê, ótimo. Fiz a pequena entrevista e perguntei se alguém do COB estaria lá para recebê-lo, e ele disse que achava que sim, mas não tinha ninguém.

Então saí à procura de algum cabra, liguei para o chefe da delegação do handebol, que não atendia, e eu e o Sidão acabamos encontrando o ônibus que saía do aeroporto para a Vila Olímpica. O único medo do Alê era perder a festa de abertura no Ninho, o desfile com a delegação, o encontro com os colegas. Gravamos tudo de novo, na porta do busão.

Enfiamos o Alê no ônibus das 17h, a abertura é às 20h08, não há trânsito hoje, Pequim foi evacuada, então acho que vai dar tempo. Acabei conseguindo falar com o chefe da delegação e avisei que o Alê estava chegando.

Daqui a pouco, espero vê-lo com seu sorriso cheio de dentes desfilando no Ninho. O Alê me pareceu um cara bem legal. Veio de longe, em cima do laço, para realizar o sonho olímpico. Merece vivê-lo, segundo por segundo.