Blog do Flavio Gomes
Automobilismo brasileiro

MUDAM AS MOSCAS

SÃO PAULO (ah, esses simuladores…) – Rolou em Santa Cruz do Sul, e deve estar rolando por aí há algum tempo, porque é de agosto deste ano, um manifesto intitulado “Aos automobilistas brasileiros”. O Vicaria me trouxe lá da corrida da GT3. Parece que vai haver eleição na CBA no ano que vem e parece […]

SÃO PAULO (ah, esses simuladores…) – Rolou em Santa Cruz do Sul, e deve estar rolando por aí há algum tempo, porque é de agosto deste ano, um manifesto intitulado “Aos automobilistas brasileiros”. O Vicaria me trouxe lá da corrida da GT3. Parece que vai haver eleição na CBA no ano que vem e parece que esse manifesto é da oposição. Que, parece, é liderada por Cleyton Tadeu Correia (ou Correa, seu nome é grafado de duas formas diferentes) Pinteiro, que vem a ser o primeiro vice-presidente da CBA.

Parece que já foi aliado de Paulo Scaglione, o presidente, e parece que agora não é mais. O terceiro (ou terceira, é nome ambíguo e não conheço a pessoa) vice-presidente da CBA, Dione Rodrigues de Souza, também assina o manifesto, firmado também por presidentes de várias federações estaduais, a saber: RS, SC, PR, RJ, MS, GO, MT, DF, PA, TO, PE, PB, RN, MA e BA. O presidente da FASP não é signatário, o que não me surpreende.

Não tenho a menor idéia se o atual presidente da CBA é candidato à reeleição, se pode, não pode, ou se vai indicar alguém. Não me interesso por essas coisas, por isso tantos “parece que” neste humilde post. O manifesto é bem mal-escrito, cheio de vírgulas fora do lugar, aspas que abrem e não fecham, e pede “um trabalho compartilhado por todos os seguimentos” etc. Seguimento é seguir, continuar. Quiseram dizer segmento, acredito. Da próxima vez, submetam o texto a um revisor, ajuda.

Mas isso não tem importância, maus-tratos à língua não são privilégio do automobilismo (os regulamentos são de doer), acontecem todo o tempo em todo canto.

O texto alisa a CBA, não cita nominalmente seu presidente e fala que as federações devem “se fortalecer para fomentar o automobilismo de base”, com atenção especial ao automobilismo regional. Critica um certo conceito de “modalidades de primeiro e segundo nível” que estaria em vigor, pede revisão e atualização dos regulamentos para evitar tantas decisões jogadas aos tribunais, e uma maior atuação da CBA “junto às autoridades governamentais e legislativas” e maior relacionamento com promotores, patrocinadores e montadoras.

No fim, o manifesto indica Cleyton Pinteiro “para comandar essa proposta de trabalho”, fechando com a frase de efeito: “Agora uma CBA de verdade”. O texto foi confeccionado em Brasília.

Bem, não conheço o sr. Pinteiro e não posso julgar suas intenções e/ou passado no automobilismo brasileiro. Conheço o atual presidente e a atual gestão, que considero desastrosa — o país não tem autódromos, categorias de monopostos, campeonato de marcas, nada.

Apenas expresso minha total desesperança em qualquer mudança positiva, ao notar que todos que assinam o tal manifesto são, no fundo, agentes participantes dessa porcaria que está aí.