Marivaldo estava no avião que caiu e matou também José Carlos Pace, em 1977. Eram muito amigos. O carro foi resgatado pelo Abrami há uns dez anos e passou por restauração bem criteriosa. Voltou ao motor de 1.100 cc de 90 hp, um espanto, com dois Solex 40, câmbio de 4 marchas e freios a disco só na frente. No fim de sua vida nas pistas, ele já tinha motor de 1.300 cc, 5 marchas e disco nas quatro, como os últimos R8 fabricados na França.
Esse carro foi importado pela Willys em meados dos anos 60 — ele é 1965. Foram duas unidades que vieram para corrida. Só essa sobreviveu, pelo que se sabe. Luiz Pereira Bueno, Carol Figueiredo, Chiquinho Lameirão e Bird Clemente estão entre os que o pilotaram antes de Marivaldo.
Abrami melhorou algumas coisas, como as suspensões e o sistema de refrigeração, colocando radiador na frente. A primeira pintura era a da Willys, amarela com faixa verde. Marivaldo, que sempre usou o número 45, pintou de azul escuro, depois. Quando foi encontrado, estava pintado de chumbo. Abrami decidiu voltar à cor original dos R8 de corrida na França, o azul claro que era a marca dos carros do país em competições.
Funciona lindamente, ronca que é uma beleza e, o que é melhor: preserva em suas entranhas as histórias desses pilotos fabulosos que com ele correram pelo Brasil afora.
Semana que vem, no “Limite” da ESPN Brasil.