Blog do Flavio Gomes
Corridas de clássicos

SÁBADO NO PARK (2)

  PORTO ALEGRE (memorável) – Acabamos de voltar de umas das noites mais gostosas de nossas vidas. Aquelas que fazem a gente ter certeza de que vale a pena, muito, esse negócio de carro de corrida e corrida de carro antigo. O Teodoro Janusz, que tem uma linda coleção de DKWs e amanhã estará no Velopark […]

 

PORTO ALEGRE (memorável) – Acabamos de voltar de umas das noites mais gostosas de nossas vidas. Aquelas que fazem a gente ter certeza de que vale a pena, muito, esse negócio de carro de corrida e corrida de carro antigo.

O Teodoro Janusz, que tem uma linda coleção de DKWs e amanhã estará no Velopark com seu bravíssimo #56, nos convidou para um churrasco em sua garagem aqui em POA. Uma garagem linda, cheia de memorabilia automobilística, com a churrasqueira comandada pelo filho do Breno Fornari, um dos maiores pilotos que este país conheceu, tricampeão das Mil Milhas. Olhando a gente, uma Vemaguet 67, um Puma vermelho, um Candango 60, um Belcar 62, uma picape 54, um Fissore 65, um 1000 SP 62… Fora as miniaturas, peças, letreiros, luminosos, fotos. E mais o Sanco com suas histórias e as imagens de arquivo de um dos mais importantes blogs automobilísticos do país, o Trevisan e seus olhos que brilham ao falar de cada plano, cada restauração, cada carro que se junta aos demais em seu museu de Passo Fundo. Demais, tudo demais, além da conta.

O pessoal da F-Classic gaúcha  nos recebe como se fôssemos reis. Acho que nunca vamos ser capazes de agradecer tanta gentileza. Somos apenas uma breve trupe de São Paulo, meia-dúzia de pilotos mais os amigos permanentes como Dú Cardim, Mestre Joca, Alfredão, Régis, mais o Marcônio, nosso meca, e como eu disse à mesa, acho que não estamos acostumados, na nossa selva de concreto, com tanto carinho e amizade. O mesmo vale para todo o pessoal do Velopark.

Bem, mas temos corrida amanhã, daqui a pouco, na verdade. Vai ser difícil dormir, tamanha a ansiedade. Hoje andamos no seco de manhã, mas a chuva chegou forte na hora do almoço e foi no molhado que encaramos o asfalto à tarde (as fotos acima são do blogueiro Luis Camaratta). Molhado pacas, já escurecendo, visibilidade quase nula, difícil manter os carros na pista. Dei uma encostada no #96, melhor que descanse um pouco, e amanhã decido se corro com ele ou não. O Meianov se comportou dignamente no molhado, nada excepcional no cronômetro, mas não quis abusar muito para não dar uma estampada e jogar fora o fim de semana todo. Além do mais, amanhã não chove. A previsão é de sol e muito frio.

É claro que todos queremos andar bem, mas a esta altura já dá para dizer que resultados importam pouco. A vinda para cá já está deixando saudades. Cada um de nós está escrevendo uma historinha, coisa muito particular e íntima, que para a maioria das pessoas pode não ter a menor importância.

Mas, na vida, são dias como estes que importam. Um churrasco, um papo gostoso, um abraço, novos amigos, boas risadas, um carro de corrida.

No fundo, somos apenas garotos. Garotos crescidos que ainda brincam de carrinho. E é bom saber que, apesar de o tempo passar tão rápido, ainda mantemos intacta nossa capacidade de brincar.

Sempre serei grato aos automóveis e a esses eternos malucos que os amam de paixão.