Blog do Flavio Gomes
Arquitetura & urbanismo

ENCHE O TANQUE (68)

SÃO PAULO (hoje tá difícil) – O blog hoje enfrenta gremlins desconhecidos e, por isso, anda meio intermitente. No problem. Quando funciona, dá para colocar alguma coisa. Como o mais clássico dos postos cariocas, no texto sempre impecável de Jason Vôngoli. O Postinho virou ponto de encontro da turma que gostava de carros no começo […]

SÃO PAULO (hoje tá difícil) – O blog hoje enfrenta gremlins desconhecidos e, por isso, anda meio intermitente. No problem. Quando funciona, dá para colocar alguma coisa. Como o mais clássico dos postos cariocas, no texto sempre impecável de Jason Vôngoli.

O Postinho virou ponto de encontro da turma que gostava de carros no começo dos anos 50, época em que o Circuito da Gávea ainda era prova do automobilismo internacional e a área muito menos movimentada que hoje. O circuito acabou em 1954, mas o posto na praia de Ipanema continuou a servir de base para os bate-papos dos fãs da velocidade.

Veio a indústria nacional nos anos 60: Simca, Gordini, Karmann-Ghia, DKW e Fusca roncavam envenenados pela área, antes de partirem para pegas na Barra deserta.

No finalzinho da década de 60, com a chegada das motos japonesas, os apaixonados por duas rodas passaram a predominar nas noites do lugar. O pessoal se reunia no canteiro do Jardim de Alah, bem na frente do Postinho. Não era raro juntar cem motos no local. Nos finais de semana, ali era o ponto de partida para viagens e paqueras.

O declínio veio na metade dos anos 70, quando as motos nacionais (em especial, a Honda CG-125) começaram a ser fabricadas. A velha aura do círculo fechado acabou e o ponto de encontro passou a ser o Arpoador.

Mesmo com sua arquitetura neo-colonial da década de 40 mutilada, o velho Postinho – sempre com bandeira da Esso – ainda resistiu muito à fúria das imobiliárias. Foi demolido em 2006, dando lugar a um prédio com apartamentos que custam milhões.