Blog do Flavio Gomes
Stock Car

ORDENS DE FAMÍLIA

SÃO PAULO (começando o dia, mas já é de noite…) – Já me posicionei muito claramente sobre ordens de equipe na F-1. Acho hipocrisia proibir algo que, de vez em quando, é aceitável — na última corrida do ano, todo mundo acha certo uma troca de posição para que determinado piloto possa ser campeão etc. E […]

SÃO PAULO (começando o dia, mas já é de noite…) – Já me posicionei muito claramente sobre ordens de equipe na F-1. Acho hipocrisia proibir algo que, de vez em quando, é aceitável — na última corrida do ano, todo mundo acha certo uma troca de posição para que determinado piloto possa ser campeão etc. E acho bobagem tentar impedir que um time adote a estratégia que considera mais apropriada para seus interesses. O ônus que fique para a equipe (críticas, execração pública, vaias), e os pilotos que decidam se devem aceitar, ou não. E assumam, igualmente, as consequências. Desde, claro, que não se atente contra os adversários de maneira desleal — fechando a porta, freando antes, batendo no muro, essas coisas. Cada um que cuide de sua vida, em resumo.

Mas tem coisas que não são muito legais. O que aconteceu na Stock domingo, por exemplo. Cacá Bueno deixou o mano Popó passar para garantir sua vaga no playoff. Com isso, Thiago Camilo foi eliminado. Victor Martins conta tudo em seu blog. A Globo tem as conversas de rádio. Os times de Cacá e Popó pertencem ao Andreas Mattheis mas, na prática, não são a mesma equipe. Mal comparando, seria algo como a Red Bull e a Toro Rosso. O que houve, aí, foi um “jogo de família”.

Mas é interessante que tenha acontecido com quem aconteceu. Até para que os comentários do pai de ambos, Galvão, sejam observados com mais atenção quando, por exemplo, a Ferrari mandar Massa dar passagem a Alonso.

O que vocês acham disso tudo? Eu, em minha estreita visão de mundo e do esporte, acho… esquisito. Como disse, Cacá e Popó não são pilotos da mesma equipe. Mas entendo, também, que não se pode proibir um piloto de, por conta própria, ajudar o outro — seja amigo, primo, irmão, o que for. Desde que, claro, não bloqueie ninguém. E, sinceramente, não lembro da prova em detalhes para afirmar que Popó teve alguma ajuda de seu irmão que tenha ido além de deixá-lo passar.

Portanto, continua valendo o pensamento inicial. O ônus das críticas fica para os pilotos e para os times. Que serão “julgados” pelo público e pelos próprios colegas.