Blog do Flavio Gomes
Stock Car

O FOGO

SÃO PAULO (é alguma coisa) – A JL, empresa dos Giaffone que fabrica os carros da Stock Car, divulgou um relatório sobre o incêndio que quase matou o piloto Tuka Rocha na corrida de Jacarepaguá. Abaixo, um resumo. Volto na sequência: Após uma semana e meia de estudos, a JL Racing, fabricante do carro, divulgou […]

SÃO PAULO (é alguma coisa) – A JL, empresa dos Giaffone que fabrica os carros da Stock Car, divulgou um relatório sobre o incêndio que quase matou o piloto Tuka Rocha na corrida de Jacarepaguá. Abaixo, um resumo. Volto na sequência:

Após uma semana e meia de estudos, a JL Racing, fabricante do carro, divulgou nota apontando as principais conclusões sobre o incidente. Além disso, já foram anunciadas mudanças a fim de aumentar a segurança dos pilotos e que entrarão em vigor na próxima etapa do campeonato, no dia 6 de agosto, em Interlagos.

“Após vários estudos de imagens de TV, fotos e no carro de Tuka Rocha, concluímos que o fogo começou na fibra externa onde é colocado o material especial de absorção de impactos laterais. O indício é que o escapamento colocou fogo na peça, como pode ser observado em uma das imagens capturadas da transmissão de TV (FOTO 1)”, diz Zequinha Giaffone, diretor da JL Racing.

Além da perícia no carro de Tuka e da análise de imagens da corrida, os técnicos da JL fizeram novas simulações na sede da empresa, em Cotia (SP), utilizando os mesmos materiais do local onde, pelas imagens de TV, mostrou-se o princípio de incêndio. A intensidade do fogo e a cor da fumaça foram idênticas aos do acidente na simulação feita com fogo controlado e ventiladores industriais.

“Fizemos testes separadamente ateando fogo no material de absorção e ele não incendiou daquela maneira. O mesmo ocorreu com as partes de fibra com tratamento anti-chamas, mostrando que são eficientes de forma isolada. Ou seja, elas só são inflamáveis se expostas ao fogo sob uma convergência de fatores, como ângulo do vento e posicionamento das peças de fibra ao seu redor. Porém, mesmo sendo um caso isolado, não queremos correr riscos e vamos trocar o material”, diz Giaffone.

O estudo da JL também descartou outras hipóteses do princípio de incêndio. “O tanque de combustível ficou intacto e também não houve nenhum vazamento de óleo. O pneu traseiro também não teve relação direta: só furou porque superaqueceu”, diz Giaffone.

As mudanças no carro da Stock Car, que foram discutidas e aprovadas em reunião da JL com equipes, pilotos, Vicar e dois representantes da CBA, serão as seguintes:

1) Substituição do material de absorção de impacto lateral;
2) Remoção da entrada de ar do teto;
3) Troca do material do visor da parede corta-fogo;
4) Vedação completa da parede corta fogo-traseira;
5) Tratamento anti-chamas de novos componentes em locais que serão orientados pelo fabricante e serão vistoriados pela CBA;
6) Substituição da mangueira na saída do respiro do tanque até a parede corta fogo por um tubo de alumínio.

Pronto. Acho ótimo que medidas imediatas sejam adotadas. Mas não deixa de ser um espanto saber que a parede corta-fogo traseira só agora terá vedação completa. Corta-fogo que não veda não serve para nada. Como se nota, tem muita coisa inflamável demais dentro desses carros. O visor da parede corta-fogo, por exemplo, pega fogo. E esse material de absorção de impacto, pelo jeito, manteve os pilotos sob alto risco durante muito tempo.

Enfim, ao menos se fez alguma coisa. Não tenho dúvida que a repercussão do fato nas mídias independentes tem algo a ver com isso.