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SÃO PAULO (era bom) – Ouvir essa baladinha do Guilherme Arantes hoje, 28 anos depois que foi gravada, parece algo meio ingênuo e pueril. É, meninada… O mundo já foi ingênuo e pueril. Eu escutava Guilherme Arantes, sim, no meu Bosch Rio de Janeiro com amplificador Tojo, os dois comprados com meu salarinho economizado por […]

SÃO PAULO (era bom) – Ouvir essa baladinha do Guilherme Arantes hoje, 28 anos depois que foi gravada, parece algo meio ingênuo e pueril. É, meninada… O mundo já foi ingênuo e pueril. Eu escutava Guilherme Arantes, sim, no meu Bosch Rio de Janeiro com amplificador Tojo, os dois comprados com meu salarinho economizado por uns três meses. Aí roubaram. Fiquei bem puto. Bem, na verdade a escolha desse não-vídeo tem uma razão. Hoje o pessoal da Estadão ESPN colocou no site a gravação desta entrevista do Sócrates de 1983. Ele tinha 29 anos. Era um cara esclarecidíssimo, corajoso, destemido. Vivíamos, caso vocês não se lembrem, sob uma ditadura militar. O presidente da república era o general Figueiredo, um quadrúpede fardado. Lá pelas tantas, o entrevistador (Wellington Oliveira, linda voz, onde andará?) pede para o Magrão escolher uma música. Na verdade, a entrevista é toda pontuada por músicas. A primeira foi essa, “Graffiti”, do Guilherme Arantes. Me bateu uma saudade, putz. Depois veio Fágner (“Guerreiro Menino”), e outras que fazem muito parte da trilha sonora da minha vida.

O programa da antiga rádio Eldorado era o “Galeria”, patrocinado pelo Gallery e pela Alfa Romeo. Tem uma hora. Acho que nenhum de vocês vai escutar, ninguém tem tempo para nada. Mas se der, ouçam. Tem política, cultura, futebol, Democracia Corinthiana. O cara era genial. Genial.

Tem gente que deveria ser proibida de morrer. Incrível como passou tudo tão rápido.