Blog do Flavio Gomes
Automobilismo brasileiro

O PÔQUER E AS CORRIDAS

SÃO PAULO (pif-paf é igual?) – Alguns meses atrás uns xiitas malucos que gostam de pôquer chegaram a desejar minha morte soterrado por toneladas de baralhos Copag, ou quem sabe afogado numa piscina de fichas do Excalibur, por alguma brincadeira qualquer que fiz no Twitter. Desde então, de vez em quando aparece um doido desses […]

SÃO PAULO (pif-paf é igual?) – Alguns meses atrás uns xiitas malucos que gostam de pôquer chegaram a desejar minha morte soterrado por toneladas de baralhos Copag, ou quem sabe afogado numa piscina de fichas do Excalibur, por alguma brincadeira qualquer que fiz no Twitter.

Desde então, de vez em quando aparece um doido desses para me encher os bagos quando acontece algo de importante no mundo das cartas — eventos que considero absolutamente irrelevantes, por isso não saberia sequer mencionar algum; ou, por outra, talvez sim: um brasileiro, logo depois do affair tuítico, ganhou um título mundial, algo assim — todos os anos tem uns 50 campeonatos mundiais de pôquer divididos por bairros e/ou modalidades, mas isso não importa —, vestia até um agasalho verde-amarelo no dia da final e seus torcedores, embarcados possivelmente pela CVC para Vegas, cantaram que tinham muito orgulho e muito amor e tal.

Hoje, um desses me escreveu para comemorar que o pôquer tornou-se oficialmente um esporte por ter uma confederação da modalidade Texas Hold’em, ao que parece a mais popular, reconhecida pelo Ministério dos Esportes. Juntou-se, o jogo de cartas, a atividades como o Futebol, o Basquete e o Vôlei, por exemplo. E também ao Takraw, ao Wheeling & Zerinho, ao Double Dutch & Rope Skipping e ao Bridge.

Acho tudo isso muito legal, não tenho nada contra pular cordas ou fazer zerinhos, nem contra vazas, tenaces e singletons. Aliás, sempre fui um ótimo jogador de pôquer, mas era aquele com cinco cartas, podendo trocar até três. Mas nem é disso que quero falar, não vou discutir aqui o que é esporte ou o que não é — cada um acha o que bem entender sobre o que quiser. É sobre automobilismo, mesmo.

Nesses embates verbais, para mim bem divertidos, com devotos de full-hands e flushs, um dos argumentos de meus, hum…, “adversários” era dizer que correr de carro não era esporte, que o carro é que corre, o piloto não faz picas, aquele papo de sempre. Pena que com essa turma do baralho não dava para usar uma das frases de que mais gosto, aquela que diz que “a diferença entre automobilismo e o seu esporte é que no seu precisa de uma bola; no meu, precisa de duas”. Acho que é mais ou menos assim. Costumo dizer isso ao meus colegas na TV como o PVC, o maior tarado do mundo por futebol, o André Kfouri, amante da NBA, o Jaú, ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, e o Osvaldo Maraucci, nosso comentarista de tênis.

Bem, hoje os atletas das mesas verdes de feltro podem me zoar à vontade. Ao consultar a lista de entidades homologadas pelo Ministério do Esporte, notei que entre elas não está a Confederação Brasileira de Automobilismo.

Não é uma beleza? Nem isso a CBA consegue, ser “reconhecida” como entidade esportiva.

Vai bem, o automobilismo brasileiro.