A CBA e o STJD não divulgam a substância encontrada no exame de Marcos Gomes, o que é um erro e, desconfio, uma irregularidade. No rumoroso episódio que pegou Tarso Marques (e que a CBA e a Estoque tentaram esconder, até que a Revista WARM UP escancarou tudo, em abril do ano passado), nós insistimos tanto que acabaram divulgando. Era uma bomba qualquer para dar massa muscular que afeta também o comportamento de quem toma.
Não acho que a substância deva ser divulgada apenas para alimentar algum prazer sádico de apontar o dedo para um piloto e colar um rótulo na sua testa. Isso pode acontecer, claro, como aconteceu com o checo-jamaicano Tomas Enge. Depende do que for encontrado. Mas acho que a divulgação das substâncias ilegais que atletas usam serve como alerta. Para outros atletas, para seus colegas, para dirigentes, para torcedores. É só isso.
“Ah, e vocês vão cobrar da CBA?”, alguém pode perguntar. Sim, vamos. Aliás, estou cobrando aqui e agora: e aí, dona CBA, o que encontraram nesses antidopings? Pronto. Se quiser responder, que responda. Não vamos pegar o presidente Pinteiro pela garganta, sacudi-lo e obrigá-lo a dizer. Ando meio de saco cheio disso. Quer dizer, diga. Não quer, foda-se.
E finalizo com uma nota de elogio pelo fato de o piloto pego no antidoping ser filho de Paulo Gomes, que também é dirigente da entidade. Apesar disso, ninguém tentou esconder o resultado — o que só confirma a ótima impressão que sempre tive do Paulão, embora tenhamos tido raros contatos pessoais.