Blog do Flavio Gomes
GP2

VICE DA B

SÃO PAULO (mas valeu) – A GP2 termina amanhã, mas o título foi definido na corrida de hoje. Quarto colocado na primeira prova da rodada dupla de Cingapura, o italiano Davide Valsecchi fechou a conta, já que Luiz Razia, que tinha chances matemáticas de título, terminou em quinto. O baiano ficou com o vice, independentemente […]

SÃO PAULO (mas valeu) – A GP2 termina amanhã, mas o título foi definido na corrida de hoje. Quarto colocado na primeira prova da rodada dupla de Cingapura, o italiano Davide Valsecchi fechou a conta, já que Luiz Razia, que tinha chances matemáticas de título, terminou em quinto. O baiano ficou com o vice, independentemente do resultado da prova curta que será disputada durante a madrugada de domingo.

Ambos, Valsechhi e Razia, nada têm mais a fazer na GP2. Os dois completaram cinco temporadas na categoria (no caso do brasileiro, estou considerando a primeira na GP2 Ásia) e agora precisam dar um rumo a suas carreiras.

O fato de o título ter sido disputado por dois veteranos, por assim dizer, indica que a GP2 está deixando de ser apenas uma categoria de acesso para a F-1. É verdade que muitos ascenderam recentemente depois de passarem por ela — falamos disso aqui outro dia, que são 13 dos 25 que já largaram em alguma prova do Mundial-2012 (todos os titulares, mais D’Ambrosio) com passagens pela GP2. Mas é também verdade que está cheio de piloto que joga a âncora no campeonato e por lá fica algum tempo.

O motivo? A GP2 é hoje, no mundo, o que mais se aproxima da F-1. É uma categoria mais profissional, por exemplo, que a Indy. Corre em autódromos famosos e faz preliminar da principal categoria do automobilismo mundial. Virou uma Série B, para falar em termos futebolísticos. Nem todos da Série B sobem para a Série A. Muitos ficam nela por anos. É o que está virando a GP2.

O que não é necessariamente ruim. Apenas muda o caráter e a natureza do campeonato. Nem sempre os que estão nele visam o acesso à F-1. Muitas vezes, buscam apenas o título, pelo tempo que for necessário. E a partir disso, desse novo perfil de participantes, é preciso entender que nem sempre seus campeões vão subir. Podem seguir seus caminhos por outras categorias. É o que deve acontecer com campeão e vice deste ano. Não acho que nem Valsecchi, nem Razia estarão na F-1 no ano que vem.

Defender o título, no entanto, acho difícil. Correr de novo na condição de campeão é algo que ainda não aconteceu com ninguém. Mas está bem claro que hoje nenhum piloto chega à GP2 arrebentando já na primeira temporada, porque vai pegar pela frente gente mais experiente. E aquela máxima aplicável a jovens talentos de antigamente em certas categorias de base, de que era “primeiro ano para aprender e segundo para ser campeão”, já não vale mais. Ser campeão na GP2, hoje, pode demorar mais do que dois anos.

Valsecchi e Razia que o digam.