Blog do Flavio Gomes
bicicletas

VESPEIRO

SÃO PAULO (lá vem cacetada) – Podem dizer o que quiserem. Que o rapaz é ecologicamente correto, que a cidade é feita para os carros, que não há ciclovias suficientes, que ele tem todo o direito de trabalhar de bicicleta, que é um exemplo, que não polui o ar, que é “verde”, que é demais, […]

SÃO PAULO (lá vem cacetada) – Podem dizer o que quiserem. Que o rapaz é ecologicamente correto, que a cidade é feita para os carros, que não há ciclovias suficientes, que ele tem todo o direito de trabalhar de bicicleta, que é um exemplo, que não polui o ar, que é “verde”, que é demais, lindo e fofo. Mas, na real, meter uma bike na 23 de Maio às 17h30, para mim, não passa de arrogância, insolência, afronta e, sobretudo, suicídio planejado.

E acrescento: os ciclistas de São Paulo são tão mal-educados, imprudentes e agressivos quanto os motoristas. Basta andar pela Paulista para notar que NENHUM respeita sinal vermelho, NENHUM respeita pedestre, NENHUM respeita carros. Acham que têm carta branca para fazer o que quiserem, respaldados pelo senso comum de que sempre quem está de automóvel é o errado, o vilão, o filho da puta.

Não é assim, e os bons ciclistas sabem bem disso. Aqueles que saem em passeios noturnos, por exemplo, com todos os equipamentos de segurança e absoluto respeito às leis de trânsito. Bicicleta é veículo, também. O que concluo quando vejo como esses caras se comportam é que ainda bem que eles gostam de bicicleta. Se gostassem de carros, ou se fossem motoristas de ônibus ou caminhões, seriam assassinos em potencial. Pelo menos de bicicleta a chance de machucarem alguém seriamente é menor. Mas não nos iludamos: o ciclista-padrão de São Paulo é um cretino tão grande quando o motorista-padrão. O fato de ser um babaca que se locomove com duas rodas e pedalando não faz dele alguém melhor do que o babaca que se locomove com quatro e acelerando.