SÃO PAULO (que grande notícia!) – Construído entre 1970 e 1971 quando Paulo Maluf era prefeito biônico de São Paulo, alinhado ao governo militar, o Minhocão rasgou o Centro da cidade no meio e estragou uma das regiões mais belas da metrópole. Essa aberração arquitetônica e urbanística, felizmente, está com os dias contados. Meu ex-chefe Leão Serva relata que agora é lei, graças ao novo Plano Diretor da Prefeitura: essa porcaria terá de ser desativada. Ou vira um parque suspenso, ou será demolido. A segunda opção me parece bem mais aceitável, até para riscar da história o nome do carniceiro Costa e Silva, general-presidente na época do AI-5, que inexplicavelmente dá nome a essa joça.
Um dos defensores da demolição dessa obra infeliz é o escritor Marcelo Rubens Paiva. Muita gente vai estrilar, os reclamões de sempre, que acham que a cidade deve ficar à disposição de sua pressa. No caso, a pressa de ir da Praça Roosevelt até o Largo Padre Péricles. Oh, que tristeza. A eles, digo apenas: peguem metrô, ou ônibus. Ou mudem de caminho. E que o Centro, em maiúscula, já que é um bairro, comece a ser revitalizado por lá. Porque a maldade que o Minhocão representou para milhares de pessoas que moravam nos prédios ao longo da Av. São João e em direção ao oeste, essa não tem tamanho.
