Blog do Flavio Gomes
Dica do dia

DICA DO DIA

SÃO PAULO (que tempo…) – Domingo, todos sabemos, a Alemanha festejou os 25 anos da derrubada do Muro de Berlim. Mas um episódio anterior a esse, pouco mais de um ano antes, para ser preciso, eu não conhecia e achei legal dividir com vocês. No dia 1° de julho de 1988, cerca de 200 alemães-ocidentais pularam […]

SÃO PAULO (que tempo…) – Domingo, todos sabemos, a Alemanha festejou os 25 anos da derrubada do Muro de Berlim. Mas um episódio anterior a esse, pouco mais de um ano antes, para ser preciso, eu não conhecia e achei legal dividir com vocês.

No dia 1° de julho de 1988, cerca de 200 alemães-ocidentais pularam o Muro para o outro lado. E foram resgatados por soldados da Alemanha Oriental.

Tudo aconteceu numa área onde ficava, antes do Muro, e fica de novo, depois da queda, uma das mais importantes praças da Europa, Potsdamer Platz. O Muro passava por ali, mas o governo da DDR, naquele trecho, deixou uma área de quatro hectares que lhe pertencia do lado ocidental. Por nenhuma razão especial, apenas a praticidade de erguer o muro de forma linear sem ter de dar muitas voltas. Era uma situação muito curiosa: território da Alemanha Oriental “abandonado” do outro lado do Muro.

Essa área foi abandonada e um belo dia a prefeitura de Berlim Ocidental resolveu fazer uma avenida no local, que já havia sido tomado por vegetação e possuía até um ecossistema muito particular — algumas colônias de pequenos animais viviam na sombra do Muro sem ser incomodados. Um acordo com o governo da DDR, de troca de territórios, permitia o uso da área, embora ela ainda pertencesse a Berlim Oriental.

Nos anos 80, Berlim Ocidental tinha uma juventude efervescente de punks, ecologistas e malucos em geral. Eles resolveram ocupar a área para impedir a construção da estrada. Como o território era, oficialmente, da DDR, a polícia ocidental não podia fazer muita coisa. Mas quando o acordo de troca de territórios foi consolidada, os agentes da lei resolveram retomar a área sem muita delicadeza.

O que se passou, então, foi uma fuga “ao contrário”. A molecada subiu no Muro e pulou para o lado oriental, que estava achando tudo aquilo um barato — qualquer confronto entre população berlinense e autoridades do lado ocidental era comemorado pelo governo comunista. Tanto que caminhões do Exército da DDR resgataram meninos e meninas, devolvendo-os a Berlim Ocidental por outros postos de fronteira, para que eles não fossem identificados e pudessem voltar sem problemas.

A história toda está neste link aqui, e tem até vídeo. Um ano anos e quatro meses depois, o Muro seria derrubado, e o resto é história.