Blog do Flavio Gomes
Lambretta & cia.

FOTO DO DIA

SÃO PAULO (cada vez melhor) – Não posso deixar de registrar aqui o passeio que me tirou da TV nas últimas 30 voltas do GP da Hungria — vistas algumas horas depois graças ao meu videocassete Gradiente. A escapada — rara, porque dia de F-1 é sagrado — se justifica. Era a III Girata D’Inverno, […]

SÃO PAULO (cada vez melhor) – Não posso deixar de registrar aqui o passeio que me tirou da TV nas últimas 30 voltas do GP da Hungria — vistas algumas horas depois graças ao meu videocassete Gradiente. A escapada — rara, porque dia de F-1 é sagrado — se justifica. Era a III Girata D’Inverno, evento organizado pela Scooteria Paulista do Marcio Fidelis.

A ideia é sempre dar uma volta pelas redondezas, almoçar e voltar para casa. Com uma condição: de motoneta. Outra condição: que seja dois tempos. Vespas e Lambrettas, pois — de vez em quando aparece alguma outra, mas é raro.

Foram mais de 30 nesta Girata, e a turma partiu pela manhã do Museu do Ipiranga em direção ao Riacho Grande, coisa de 25 ou 30 km dali. Quem usa a Rodovia Anchieta conhece o local. Fica onde a estrada corta a represa Billings. Quem vai em frente, chega a Santos. Quem sai da Anchieta e dobra à esquerda, pega o sentido do antigo Caminho do Mar, ou Estrada Velha de Santos. Chega-se a ela pela Rodovia Índio Tibiriçá (amo o nome), que liga São Bernardo a Suzano.

O Caminho do Mar é fechado para veículos, mas pode ser percorrido a pé. Quem quiser deve agendar pelo site, ou por telefone. É passeio que já está na agenda. Fomos com as motonetas até a entrada, paramos para foto, voltamos uns 5 km e paramos no Flutuante Netuno, um restaurante inaugurado em 1976 com três barracões sobre as águas que, alguns anos depois, foi montado num barco da década de 30 usado pela Light na construção da Billings.

Dá para imaginar algo mais charmoso? Montar numa Vespa num domingo de sol, pegar a Anchieta, seguir pela Índio Tibiriçá e parar para comer um peixinho numa embarcação de mais de 70 anos flutuando na Billings… Ah, não dá, não.

Por isso fomos, e foi divertido demais. Todas aquelas motonetas espalhando seu perfume dois-tempista, pipocando seus motores, nos levando a um tempo que a maioria de nós não viveu, mas que consegue reviver mesmo assim.

O GP da Hungria foi bom, mas o passeio foi melhor. E deu para curtir os dois, no fim das contas. Até a Aguena, acostumada com o sidecar, se comportou como uma garupa experiente — e fotógrafa de mão cheia. Melhor, impossível.

E o peixe estava ótimo.