Mas a BBC sabia que quando isso acontecesse a estrutura do programa que faz tanto sucesso no mundo inteiro iria ruir. Semanas depois, May também deixou a emissora. Hammond foi junto. Esse trio só existe se for um trio. Se os outros dois permanecessem, teríamos um “Top Gear” capenga. Jamais funcionaria. E Clarkson cometeria suicídio.
O programa é da BBC, e será retomado no final deste ano com três apresentadores diferentes, entre eles Chris Evans (que eu achei que era mulher, mas não é) — e com direção feminina, da produtora-executiva Lisa Clark, o que pode indicar uma mudança radical no seu formato e no público que pretende atingir. Isso porque Andy Wilman, que tocava o barquinho do “Top Gear”, também deixou a BBC e vai se juntar ao trio em outra iniciativa: um programa no Amazon Prime Instant, o serviço de vídeos on-demand da Amazon.
Esse é o futuro da TV, parece que ninguém mais duvida. Serviços como este da Amazon, mais o Netflix, o Google Chromecast e o Apple TV, permitem que o sujeito veja o que quiser, na hora que quiser.
É uma mudança de hábitos que está se desenvolvendo rapidamente. Se você tem uma “smartv”, pode ver qualquer coisa na internet, vídeos do YouTube, do Dailymotion, navegar à vontade — desde que sua conexão seja rápida, porque senão enche o saco — na hora que achar mais apropriada. Eu vejo os jogos da Lusa na Série C por um aplicativo do “Esporte Interativo” que joga o sinal das transmissões no meu laptop e, nele, espeto um cabo de HD que manda a imagem para a TV enorme e bonitona. Se você tem um bom pacote de assinatura digital HD, pode programar o equipamento para gravar o que desejar, de qualquer canal, se não estiver em casa na hora.
Em resumo, TV vai ser uma tela grande para você assistir às coisas que te interessam na hora que lhe convier. É nesse ambiente que o novo “Top Gear” vai nascer, não se sabe ainda com qual nome. E vai funcionar, porque os caras têm milhões de fãs. Vai ser preciso assinar o Amazon Prime Instant. Tem pacotes para bolsos de todos os tamanhos — um deles, de 79 libras por ano (acho que dá menos de 500 paus), permite que se veja quase tudo.
É por aí. E é por aí que vamos seguir também no Grande Prêmio. Falando nisso, você já é um dos nossos patronos? Se não, veja o que estamos bolando aqui. Escolha quando quer pagar por mês — quanto você acha que vale nosso trabalho. E prepare-se para nossos próximos voos.