Blog do Flavio Gomes
Televisão

FOMOS CONTIGO

SÃO PAULO – Tudo que é possível um repórter de TV fazer, Goulart de Andrade fez. Tudo que hoje é considerado uma façanha, uma proeza, uma novidade, foi feito um dia por ele, com recursos limitados e criatividade ilimitada. Jornalismo puro e cru. Planos-sequência, sem cortes, da superfície às profundezas de tudo. E o que é […]

goulartdeandradeSÃO PAULO – Tudo que é possível um repórter de TV fazer, Goulart de Andrade fez. Tudo que hoje é considerado uma façanha, uma proeza, uma novidade, foi feito um dia por ele, com recursos limitados e criatividade ilimitada. Jornalismo puro e cru. Planos-sequência, sem cortes, da superfície às profundezas de tudo. E o que é a vida, que não um plano-sequência que nos leva do fundo à superfície, e ao fundo de novo, e à superfície mais uma vez?

Goulart de Andrade mostrou por décadas, nas madrugadas da TV brasileira, como era o Brasil. Inovou na linguagem e na forma. Criou um único bordão, “vem comigo”, que talvez seja o melhor e mais direto de todos. Porque nas madrugadas solitárias diante da TV, íamos com ele aonde ele fosse, ao submundo, à desgraça, ao luxo, à miséria, ao universo dos heróis anônimos e ocultos que nunca tiveram voz, ou rosto.

Goulart de Andrade morreu hoje aos 83 anos. Desta vez não vamos com ele, mas até nisso seu bordão era genial. Porque no fim iremos todos.