SÃO PAULO (merecidíssimo) – Não foi exatamente um thriller, mas a chuva colocou alguma emoção na prova final da Stock hoje pela manhã em Interlagos, com bom público nas arquibancadas. Felipe Fraga largou bem, manteve a ponta no início, mas quando começou a chover optou por não correr riscos e foi para os boxes para colocar os pneus apropriados. Barrichello, seu adversário direto, decidiu ficar na pista com slicks. Era a única chance de vencer, rezando para secar logo e Fraga ficar abaixo do 12º lugar.
Não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Rubinho — depois de rodar sozinho e perder muitas posições — fez uma ótima prova, mas só conseguiu chegar em segundo. Fraga esteve o tempo todo na sua margem de segurança particular e recebeu a bandeirada em décimo.
[bannergoogle]Assim, aos 21 anos, o piloto que nasceu no Pará e cresceu no Estado de Tocantins tornou-se o mais jovem campeão da Stock, categoria que nasce em 1979 com os velhos e maravilhosos Opalas.
Uma conquista muito justa. Felipe é um menino tecnicamente muito bom. Rápido em classificações, dono de um ótimo ritmo de corrida (especialmente nas primeiras das rodadas duplas, que dão mais pontos), ele tem um raro talento para fazer ultrapassagens, arrisca quando dá, corre com a cabeça quando preciso. Quando tiver um carro bom nas mãos — o que, no caso da Stock, é quase uma questão de sorte –, será sempre protagonista e candidato a vitórias e pódios.
Daniel Serra venceu a prova de hoje, fechando com chave de ouro a participação da Red Bull na categoria. No fim das contas, foi um bom campeonato, com um duelo entre pilotos de gerações muito diferentes levando a disputa até a última etapa. Rubens, 44 anos, campeão da Stock em 2014, teve pela frente um moleque que sempre foi seu fã. E que, quando virou adulto, conseguiu derrotá-lo. É uma espécie de “Verstappen brasileiro”.
O Grande Prêmio fez uma cobertura fabulosa da etapa derradeira de 2016. O material todo está aqui. Vale a pena a leitura.