Blog do Flavio Gomes
Turismo

A ÚLTIMA VIAGEM

RIO (já devo ter andado nele…) – Reproduzo postagem da página da “Quatro Rodas” no Facebook sobre a última viagem do último trem original do metrô de São Paulo na configuração de 1974. Quem é usuário sabe como esses trenos mais antigos são queridos e vivem na nossa memória afetiva. Podem me achar louco, mas […]

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RIO (já devo ter andado nele…) – Reproduzo postagem da página da “Quatro Rodas” no Facebook sobre a última viagem do último trem original do metrô de São Paulo na configuração de 1974. Quem é usuário sabe como esses trenos mais antigos são queridos e vivem na nossa memória afetiva.

Podem me achar louco, mas se tem uma coisa que me traz alguma paz naquela cidade louca é embarcar numa das estações menores da zona sul, como São Judas ou Praça da Árvore, pegar um trem ainda relativamente vazio e saltar no Centro, em geral na Liberdade ou na São Bento, andar um pouco por ali, tomar um café e voltar.

Gosto de caminhar nos calçadões cheios de camelôs e poças d’água que ficaram da chuva, de observar os vendedores das lojas populares chamando os fregueses, de olhar as vitrines da Florêncio de Abreu com suas ferramentas e máquinas indecifráveis, de esticar o pescoço para ver o topo do Martinelli, de tomar um café perto da Bolsa de Valores, de atravessar o Viaduto do Chá e de comer um bauru no Ponto Chico do Largo Paissandu, quase em frente da Galeria do Rock.

E agora que tenho passado menos tempo em São Paulo, gosto ainda mais dessas coisas bobas e solitárias.

[bannergoogle]Quanto ao trem, pelo menos ele continuará na ativa depois de reformado.

Nesta quarta-feira o Metrô de São Paulo fez a viagem de despedida do último trem da frota original da companhia. O trem fabricado pela antiga Mafersa (usando um projeto da The Budd Company) na Lapa começou a rodar na linha em 1974 e rodou até hoje com poucas alterações.

A composição passará por um processo de modernização completo que deixará o trem mais confortável, com a inclusão até de ar-condicionado. Seu visual, porém, também será completamente reformulado.

O Metrô irá guardar o mobiliário da cabine para reproduzi-la em uma instalação de tamanho real — e que será exibida ao público em local ainda ser definido.

Curiosidades:
– Enquanto os carros nacionais nem sonhavam com injeção eletrônica, esses trens já operavam com um controle automático de tráfego. Na prática, os ‘maquinistas’ (o termo correto é operador de trem) ficam na cabine apenas para atuar em qualquer eventualidade
– Esse trem também tinha ABS! Ou melhor, uma espécie de “avô” do sistema atual. Seu nome era decelostato
– Esse mesmo trem poderia, dentro de alguns trechos, chegar a 100 km/h em operação comercial. Posteriormente esse limite foi reduzido para 87 km/h por questões de durabilidade
– Por ter motores elétricos, ele recupera parte da energia cinética nas frenagens e a transforma em eletricidade para ser reaproveitada por outros trens. Esse recurso é similar ao usado pelos veículos híbridos e na Fórmula 1 atual.