BARCELONA (brilha o sol gelado na Catalunha, e estou morrendo de sono) – Tem oito equipes treinando aqui, todas menos a Williams, a MF1 (nome de merda) e a Super Aguri (que nem sei se existe).
O que achei de cada carro?
A Ferrari está andando com o de 2004, mas o novo chegou (em Mugello estava muito frio) agora há pouco e gostei. Um carro delicado, sinuoso e interessante.
A Renault não mudou nada sua pintura, continua aquela bagunça de azul e amarelo com um monte de nomes inscritos. Os carros são parecidos com os do ano passado, de aerodinâmica refinada e eficiente, embora com penduricalhos demais.
A Red Bull e a Toro Rosso são praticamente a mesma coisa. O bico dourado é o que diferencia a antiga Minardi da matriz. O box da Toro Rosso é o mais pobrezinho, apenas uma garagem e poucos mecânicos. Será que vai continuar sendo uma Minardi da vida?
A Toyota parece que nunca mudou nada desde a estréia, em 2002. O layout continua cafona e sem sal. Carro sem sal não ganha nada, sorry.
Gostei dos Honda, e do empenho da equipe para colocar os dois carros novos na pista. O RA106 (RA de racing Automobile, me explica um assessor) tem uns defletores laterais esquisitos, acima da linha de cintura do cockpit. Saiu andando bem de cara e até o sotaque do Rubinho mudou. Seu inglês voltou a ser britânico como nos tempos de Jordan e Stewart. O rapaz está animado. Mais do que o vi na Ferrari em qualquer época.
A BMW Sauber lembra muito os táxis de SP, branco neve impecável de cima a baixo, inclusive nos caminhões e no motorhome. Uma UTI ambulante.
Mas gostei, mesmo, foi do McLaren. O novo, MP4-21. Não só pelo bico esquisito e agressivo, mas pela cor. Pena que eles não vão manter o laranja durante a temporada. Ficou lindo.
De noite eu volto, que já tem fila na cabine telefônica. Uma delícia a sala de imprensa de Barcelona: WiFi a 150 euros (que não pago nem amarrado), mas quatro cabines com telefones free. Conectei num número de SP. Quem for pagar a conta vai adorar.