SÃO PAULO (respeitem esse carro) – Quando eu digo aqui, meio sério, meio brincando, que automóveis merecem respeito, é a isso que me refiro. Na década de 50, alguns montes de lata e ferro foram responsáveis por desbravar uma nação desconhecida.
Nas fotos de Geraldo Vieira que seguem, a desbravadora em questão é uma Kombi 1953, de acordo com a memória de seu neto Henrique.
Rasgava-se uma estrada entre Belo Horizonte e Brasília. A pequena BH e a inexistente BSB. Ligando nada a lugar nenhum, se me permitem a deselegância com os mineiros.
A foto abaixo é daquelas que, em outros países, seguramente viraria pôster e seria vendido nas melhores papelarias. Eu mesmo tenho um monte de pôsteres em P&B de imagens “roadies” americanas dessa mesma época.
A imensidão. Um céu inacreditável. O desconhecido no fim do asfalto. E a Kombi.
Aí, no meio do caminho, a água. Pontes ainda por fazer sobre rios e córregos sem nome. A saga da Kombi do fotógrafo Geraldo correndo o risco de ser interrompida…
…mas sempre há uma balsa. Aquelas que nunca ninguém saberá quem construiu, ou quando, ou como. Daquelas que não afundam.