Blog do Flavio Gomes
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Gira mondo, gira (segunda)

SÃO PAULO (há mortes e mortes) – Artur Alvim, distante bairro da Zona Leste de SP (distante de nós, CMB, Classe Média Besta). Um rapaz de 35 anos volta do culto evangélico com a mulher, grávida de 5 meses, e duas filhas, de 3 e 4 anos. Mata todo mundo com uma máquina de cortar […]

SÃO PAULO (há mortes e mortes) – Artur Alvim, distante bairro da Zona Leste de SP (distante de nós, CMB, Classe Média Besta). Um rapaz de 35 anos volta do culto evangélico com a mulher, grávida de 5 meses, e duas filhas, de 3 e 4 anos. Mata todo mundo com uma máquina de cortar azulejos.

Um crime espetacular. Se acontecesse numa casa de Campo Belo, ou num apartamento nos Jardins, mereceria páginas e estudos, durante meses. Se fosse no Tatuapé (Anália Franco, bem entendido), talvez meia página. Mas como foi um pouco mais para leste, em Artur Alvim, apenas uma notinha será vista amanhã nos jornais. Os que fazem jornais não moram na ZL.

Bagdá, distante bairro da Zona Leste de Washington. A promotoria pede a pena de morte a Saddam Hussein, que responde “muito bem” e volta para a cadeia. Esses processos demoram, e como demoram vão surgindo outras tragédias e casos, e Saddam hoje não tem a menor importância. Se o matarem ou não, não vai acontecer nada. Vão explodir alguns Passats e ficará tudo na mesma.

Respiremos um pouco. O José Roberto Torero (que quando entrei na “Folha” era o responsável pelo Placar e pela Agenda no caderno de Esportes, o trabalho mais pentelho de todos, um dia encheu o saco, pediu as contas e se mandou; ninguém daria um tostão furado por ele, saiu, escreveu um livro, virou roteirista de cinema e TV, escreveu outros livros, hoje é colunista da mesma “Folha”…) criou um blog bacaninha, ele escreve como se fosse o seu sobrinho Lelê. É divertido.