Blog do Flavio Gomes
Sem categoria

Palavrinha sobre a Stock

SÃO PAULO (no inverno mais dourado dos últimos séculos) – Parei meia hora para ver a Stock ontem na TV. Depois de umas 10 voltas minha mulher olhou aquilo e disse: nossa, que coisa mais chata. Não há categoria no mundo em que todas as corridas são boas, nem em que todas são aborrecidas. Mas […]

SÃO PAULO (no inverno mais dourado dos últimos séculos) – Parei meia hora para ver a Stock ontem na TV. Depois de umas 10 voltas minha mulher olhou aquilo e disse: nossa, que coisa mais chata.

Não há categoria no mundo em que todas as corridas são boas, nem em que todas são aborrecidas. Mas há aquelas em que o mau espetáculo se repete com mais frequência do que se deseja, como a F-1, o que enseja discussões e mudanças.

A Stock tem corridas interessantes de vez em quando, mas dependendo da pista, não dá. Como essa de Londrina, onde mal cabem dois karts lado a lado — o que dizer de duas jamantas como essas gaiolas carenadas empurradas por V8.

Está tudo correndo bem com a Stock, a grana jorra generosamente, mas nem tudo são flores, como se nota depois de uma prova tão ruim. Os carros, por exemplo: de que adianta haver três marcas na brincadeira, se elas não são relevantes para a competição?

O Bora não é Bora, o Lancer não é Lancer e o Astra não é Astra, donde a presença de VW, Mitsubishi e GM só se manifesta em placas nos autódromos e nas empadinhas dos HCs. Mesmo no visual, não existe como saber para qual carro você torce, nem mesmo para quais pilotos, que ficam ocultos atrás de colunas e pequenas escotilhas numa posição de dirigir que os esconde do público.

A Stock, graças à TV Globo, transformou-se num grande negócio, que hoje monopoliza as verbas publicitárias do automobilismo e vem matando, aos poucos, outras categorias. Um bom negócio, bem gerido, bem-sucedido, bom de marketing de relacionamento, bom de público nas arquibancadas, que vai bem em um monte de coisa. Mas que precisa ser também bom de pista e de corrida. Afinal, é disso que se trata: automobilismo.

Mau automobilismo, mais dia, menos dia, acaba deixando de ser um bom negócio.