SÃO PAULO (tudo cinza) – É de cortar o coração o que está acontecendo na Volkswagen. Foram 1.800 demitidos ontem, numa clara afronta aos trabalhadores e à decisão do governo de não liberar empréstimo do BNDES enquanto a empresa não resolvesse a situação da fábrica de São Bernardo.
Sempre achei que empresas têm responsabilidade social. As de porte, mais ainda. Não é só produzir, vender, lucrar, mandar a grana para fora. São vidas em jogo, milhares delas. Na primeira crise, demite. Mas pergunte se cortam o carrão do diretor, as passagens aéreas, os salários dos executivos.
Não. Corta gente. É mais fácil.
Greve neles, é isso aí.
Boa notícia: o espetacular site Memória Viva, que já tem digitalizada uma enorme coleção de “O Cruzeiro”, vai fazer o mesmo com a coleção completa do Pasquim, uma das melhores, senão a melhor, coisas da história da imprensa brasileira.
“Ih, você lê ‘Caras’?”, não, não leio “Caras”, mas li a entrevista de Kadu Moliterno na internet, aquele que bateu na mulher, que escancarou a crise do casal.
Quer saber? Boa entrevista, muito boa. Sempre gostei do Kadu Moliterno desde “Juba & Lula” (era isso?).
“Caras” serve para alguma coisa, não é um lixo completo. Kadu é do bem.
Novas pesquisas, todas elas: fecha no primeiro turno. Perguntem-se por quê. Sem preconceitos. Como o expresso pelo adesivo da mão com quatro dedos cortada por uma faixa vermelha que vi ontem. Num Mercedes Classe A.
Nada mais classe média. Nada mais babaca. E tinha engate no carro, claro.